11 Capítulo

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Boa leitura 📚

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O quão improvável seria Maraisa Pereira beijar outra mulher? Acredito que nem nos meus devaneios mais loucos cheguei a imaginar isso, mas estava acontecendo. Marilia estava com seus lábios sobre os meus, meu corpo tão colado ao seu que era possível sentir o pulsar do seu coração. Sua mão apertava minha cintura enquanto a outra estava em minha nuca, seus dedos fazendo uma leve pressão sobre a mesma. Eu estava estática, meus olhos abertos pela surpresa e minhas mãos ao lado do corpo fechadas em punho. Quando finalmente resolvi afasta-la de mim sua língua entra em minha boca de forma tão despudorada que me faz fechar os olhos e minhas mãos que antes estavam prontas para empurra-la pelos ombros se agarraram aos fios Loiros de seu cabelo com força e desespero.

Minha boca está sendo devorada por lábios macios, firmes e sem dúvida deliciosos, essa é a única definição que encontro para a sensação que esses lábios me despertam no momomento. Arrisco beija-la da mesma maneira, minha língua agora encosta na sua o que a faz suspirar, puxo seus cabelos de forma firme e lanço minha língua até sua boca que no momento tem gosto de creme dental, exploro sua boca timidamente, até que ela me surpreende sugando minha língua, não entendo porque, mas isso me atingiu em lugares inimagináveis, junto ainda mais nossos corpos, sinto seu corpo quente e sua respiração pesada, meus pulmões estão doendo imensamente, mas não consigo parar estou retribuindo o beijo com demasiado desespero, apenas quando ouço Marilia gemer um pouco mais alto e descer suas mãos até minha bunda e aperta-la é que vejo que esse é o limite. Empurro seus ombros com força, acho que não calculei bem ou ela estava distraída demais. Marilia tomba para trás e cai no sofá, ela me olha surpresa seus lábios estão muitos vermelhos e seu olhar meio perdido, porém segundos depois ela assume sua postura de sempre e me encara com certo divertimento.

-Então, isso esclareceu um pouco suas dúvidas sobre beijos? - Ela pergunta.

- Sim, acredito que entendi tudo.

- Tem certeza? Posso mostrar novamente se quiser. - Ela diz se levantando.

- Não!... Er... Não será necessário. - Vou para o lado oposto e pego minha bolsa. - Obrigada por... ham... Me ajudar com essa questão. - Digo sem graça e estendo a mão para um aperto amigável, ela me fita divertida e aperta minha mão.

-Foi um prazer.

Vou até a porta a qual ela abre, desejo boa noite e me dirijo até o elevador, assim que a portas se fecham levo minhas mãos ao rosto, quando vejo meu reflexo nos espelhos tomo um grande susto, meus cabelos estão bagunçados, meus lábios vermelhos e inchados e minhas roupas amassadas. Estou parecendo com alguém que acabou de dar uma rapidinha no banheiro. Tento me deixar o mais apresentável possível antes que as portas do elevador se abram. Passo o mais rápido que posso pelo porteiro e corro até entrar em meu carro, ligo o mesmo e sigo para casa. Minha cabeça dando voltas e mais voltas. EU BEIJEI MARILIA MENDONÇA, UMA MULHER!... e foi bom, foi muito... bom! E... EU TRAI O WENDELL!! Eu sou uma desavergonhada! Como pude me deixar levar? É uma mulher! Você traiu seu noivo com uma mulher, sua rameira! E agora? Como irei encarar Wendell? Como poderei encarar minha família? Como poderei voltar a falar com Marilia?

Acelero rumo a minha casa, meus pensamentos estão tão confusos. Como consegui ser tão tola? Marilia certamente fez aquilo para se divertir as minhas custas. Para ela deve ser fácil se relacionar com homens e mulheres, mas para mim não! Eu trai Wendell apartir do momento em que correspondi ao beijo dela. Que tipo de noiva beija uma outra mulher? Eu não o mereço! Sei que ele também me traiu, mas isso não justifica o que acabei de fazer.

Entro pelos grandes portões, estaciono o carro e me dirijo até a entrada da casa, passo rapidamente pela sala, já passa das 1hr da manhã, felizmente não encontro Almira, ela costuma dormir cedo durante a semana. Entro em meu quarto e deixo as lágrimas caírem, me sinto tão cansada e de tantas formas. Me jogo sobre a cama e escondo meu rosto no travesseiro, os soluços saem abafados, minha cabeça está dando pontadas violentas e meus olhos começam a pesar não sei exatamente quanto tempo foi necessário até que eu me entregasse ao sono.

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