Reencarnação

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Título: Indestrutível

Sinopse: Enquanto procurava por respostas e pela razão de um amor tão difícil, Itachi descobriu muito mais do que pensou que descobriria. Descobriu viver um amor indestrutível.

Continuação da one-shot anterior "histórico".

— "Amo-te. Minha garganta doeu quando lhe gritei as palavras pela primeira vez, minha voz soando quase inaudível em meio ao bombardeio. Você não me pareceu surpreso, mas como estaria quando sempre esteve ciente do meu histórico de optar por fazer dos piores os melhores momentos?"

O silêncio acompanhou o fim de minha fala e, devido a isso, pude ouvir o suspiro surpreso de Shisui, parado à porta. Eu o encarei rapidamente, evitando me questionar sobre o que o teria trazido até ali e voltando minha atenção aos alunos.

— É assim que começa — Murmurei, vendo os olhares atentos sobre mim — Ou, eu poderia dizer, é assim que termina. Essa obra é sobre história, é sobre ideologia, é sobre amor. É a forma que o autor encontrou de narrar a própria vida, dando voz aos sentimentos conflitantes com os quais tinham que conviver.

Suspirei.

— Não há um consenso de que o duque tenha escrito isso como um desabafo e não como ficção, mas desde a primeira vez que li essas palavras, estou certo de que eram sobre os sentimentos dele.

O sinal tocou, indicando o fim das aulas e, inesperadamente, os alunos não se levantaram de imediato.

— Prometo que continuaremos a discutir isso na próxima aula — Falei, cruzando as pernas sobre a superfície da mesa, na qual estava sentado. Eu estava feliz pela atenção que os estudantes mantiveram naquela aula, visto que se tratava do meu livro preferido e era decepcionante para mim também que não pudéssemos ter finalizado a discussão — Estão dispensados.

Pouco a pouco, os alunos começaram a deixar a sala e eu continuei a fingir que Shisui não esperava por mim na porta. Era muito difícil evitá-lo, no entanto, e eu sabia que, assim que estivéssemos a sós, ele viria até mim.

Comecei a guardar minhas coisas, alcançando algumas canetas sobre a mesa e colocando-as no estojo. Senti uma sensação incômoda no peito quando fui pegar o livro, mas a ignorei, guardando-o junto aos outros pertences.

— Eles ficaram juntos?

A voz de Shisui soou, assustando-me quase como se eu tivesse esquecido que ele estava lá. Ele entrou na sala e se sentou sobre a mesa que estava de frente com a minha, encarando-me com curiosidade.

— Não — Respondi, minha voz soando falha.

Ele não parecia surpreso com a minha resposta.

— Por quê?

— Muitas razões. Acho que eu não saberia dizer nem mesmo se estivesse na pele de um deles.

Shisui ergueu uma de suas sobrancelhas, provavelmente curioso com a minha fala e eu sorri, não pude evitar.

— Eram dois homens, estavam em meio a uma guerra, apesar da crença de que eram destinados um ao outro, não me parece que era para ser.

— Com base em que você diz isso?

— Em todo o sofrimento que um deles vivenciou.

Ele assentiu, mas eu tinha certeza que discordava.

— O amor não deve ser fácil, necessariamente — Shisui falou após algum tempo e, embora eu soubesse que a fala não era exatamente sobre a obra, fingi que era.

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