Até que a morte nos separe

256 19 25
                                    

Título: Não é o fim

Sinopse: "O início da relação foi recheado de momentos doces, de descobertas, de promessas. Eles cumpriram todas elas. Viajaram lado a lado para destinos românticos, construíram um lar, adotaram um gato, casaram-se na praia, prometendo um ao outro que estariam juntos até que a morte os separasse."

Universo Alternativo | Angst 

Lembrava-se dos primeiros dias com a mesma clareza dos últimos. O primeiro sorriso, dedicado a si quando se conheceram, era tímido, gentil e fez com que seus batimentos cardíacos se acelerassem loucamente. Shisui não era muito adepto dos clichês, mas afirmava com absoluta certeza que havia sido amor à primeira vista. O último sorriso tinha aquela mesma inocência, aquela mesma leveza e, embora o sentimento que gerou fosse diferente, seu coração bateu forte novamente.

O primeiro beijo seguiu a declaração, as palavras ditas sob a chuva, tão clichê. Os lábios molhados encontraram um ao outro, sedentos, necessitados, famintos, tão cheios de um desejo que jamais haviam experimentado.

O início da relação foi recheado de momentos doces, de descobertas, de promessas. Eles cumpriram todas elas. Viajaram lado a lado para destinos românticos, construíram um lar, adotaram um gato, casaram-se na praia, prometendo um ao outro que estariam juntos até que a morte os separasse.

Os cabelos de Itachi estavam ainda mais lindos na ocasião, soltos, balançavam junto ao vento e cobriram o beijo cheio de amor que compartilharam quando, diante da imensidão azul do céu e do mar, foram declarados maridos.

Naquela noite, deitaram-se sobre a cama, sujos de areia, os lábios colados, as mãos um no outro, acariciando, apertando, amando.

Lembrava-se dos gemidos de Itachi em seu ouvido e da voz grave sussurrando seu nome de forma ofegante, declarando todo o seu amor de maneira entrecortada. Recordava-se da forma que as unhas curtas se prenderam em seus ombros, do modo que o outro o arranhava enquanto arrastava seu corpo sobre o colchão, entrando e saindo dele com todo o seu amor, com toda a sua força.

Os anos seguintes eram recordados com o mesmo carinho. Permaneceram lado a lado, notaram as primeiras rugas no rosto um do outro, os primeiros fios brancos.

— Eu amo tanto você — Itachi falou, um sorriso satisfeito enfeitando o rosto cansado.

Estava deitado sobre o peito nu do outro, o queixo apoiado em sua mão.

Shisui o encarou, o olhar terno quando levou os dedos aos fios bagunçados.

— E eu amo você, Tachi — Sussurrou e a forma com a qual sua expressão se tornou divertida intrigou Itachi.

— O que foi?

— Você tem um cabelo branco.

— O quê?!

Caminhando pelo quarto, dias atrás, Shisui acabou por encontrar um daqueles fios brancos que, em dado momento, tornaram-se predominantes. Ele o segurou entre os dedos como quem segura algo raro e frágil e os olhos se umedeceram.

Itachi encarava a si mesmo no espelho, buscando pelo fio que Shisui havia encontrado. Foram alguns instantes até achar o cabelo branco e ele riu, surpreendendo o marido.

Shisui viu quando ele se virou para si, entre os dedos o fio branco, ainda preso à cabeça.

— Estou com fios brancos! — Ele disse, havia um sorriso em seus lábios.

— Isso é bom? — Shisui perguntou ao se aproximar, envolvendo-o entre seus braços.

— Significa que estamos envelhecendo — Itachi disse, encarando-o nos olhos — Eu não poderia estar mais grato pela minha vida, meu amor. Eu realizei muito dos meus sonhos e sei que irei realizar muitos outros, mas o principal deles, o mais importante de todos, é envelhecer ao seu lado. E esse fio branco significa que estou conseguindo.

ShiIta Week 2022 Onde histórias criam vida. Descubra agora