Capítulo 3

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Micael acordou de mau humor. Pouco dormiu a noite graças aos latidos e lamúrias de Lobo. Nunca imaginou que um bicho como aquele poderia fazer tanto barulho. Ouviu a gargalhada do irmão ao telefone não havia ajudado. Chegou ao hospital e seu humor distinto da habitual surpreendeu as pessoas.

Entrou em seu escritório e pediu a Andréa uns minutos sozinho. Precisava relaxar e esquecer a noite infernal que teve. Recostou  em sua cadeira e fechou os olhos. Sentia-se incomodado. Nos poucos minutos que conseguiu dormir teve sonhos perturbadores... Com uma ninfa de longos cabelos loiros. Provavelmente era uma reação de seu cérebro ao dia tumultuado que teve. E era apenas coincidência que ninfa de seu sonho parecida com a mulher que esteve em seu consultório no dia anterior. Mariana. Um nome grande e forte demais para ela. O irmão a chamava de Mari.

Ele preferia o apelido, apesar de ter uma forte intuição de que a opinião dela seria diferente. Provavelmente a trataria pelo apelido de forma a vê-la enfurecida novamente. Pensar nisso fez brotar um sorriso em seus lábios. A fúria demonstrada por ela era muito melhor do que o pavor que brilhava em seus olhos ao imaginar que se negava a cuidar de seu irmão.

_ Posso entrar? _ Andréa perguntou da porta.

Micael assentiu com um sorriso, e observou ela depositar uma caixa em sua mesa.

_ O que e isso?

_ Entregaram hoje cedo pra você. _ Andréa informou. _ tem um cartão. _ O tom da empregada indicava que ela já sabia quem enviou o presente. _ temos dois pacientes para está manhã. Portanto você tem um tempo livre.

_ Obrigada, Andréa. _ Micael agradeceu, mais a assistente não se moveu. _ Algo mais?

_ Nao vai abrir?. _ perguntou, olhando a caixa curiosa.

Mica sorriu diante da evidente curiosidade.

_ Claro! _ Mica respondeu, para logo em seguida completar. _ Assim que você sair...

_ Desmancha prazeres! _ Andréa suspirou inconformada.

Micael esperou até que ela saísse para ler a mensagem escrita em uma caligrafia bonita e limpa.

" Um pedido de desculpas não pode apagar minha atitude preconceituosa, mesmo assim, o aceite". Mariana Barreto.

Micael abriu a caixa e descobriu que continham balas de leite caseiras. Adorava balas de leite. Um sorriso brotou em seus lábios. Talvez, aquelas não passassem de suborno, ou talvez, fosse um aviso de que aquela mulher merecia sua atenção. Com esse pensamento em mente, passou o dia aguardando o horário em que Mariana traria o irmão ao seu consultório e procurou não se mostrar decepcionado quando Marcos apareceu acompanhado por uma distinta senhora que se apresentou como Carmem,governanta de Mariana. 

Carmem explicou que Mariana teve que comparecer a uma reunião de negócios, mas que tentaria vim para a consulta. Micael Conversou tranquilamente com Marcos, explicou que ele faria alguns exames preliminares, esclarecendo que era simples e indolores. Estava sozinho em sua sala quando seu irmão entrou tempestivamente.

_ Diga que você não fez isso. _ Natanael pediu, encarando o irmão.

_ Tá bom. _ Mica brincou._ Eu não fiz isso.

_ Não estou com humor para  suas gracinhas. _ Nate disse com a cara amarrada. _  Gabe me disse que você deu dinheiro a "ela" outra vez!

_ Ah! _ Mica exclamou, se recostado em sua cadeira e ignorando a expressão do irmão. _ A inexistente privacidade entre trigêmeos.

_ Micael... _ O tom de Nate o fez reagir.

_ Nate. _ Levantou-se e encarou o irmão. _ Apesar do que você e Gabe pensam, eu sei me cuidar sozinho.

      "Anjo da Esperança"  ( Concluído )Onde histórias criam vida. Descubra agora