Capítulo 11

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O velho depósito de ferramentas ficava nos limites da propriedade. Resumia_ se a um cômodo de dois metros quadrados com um banheiro adjacentes. Antes havia sido um alojamento para o jardineiro, mas com o tempo passou a ser usado como depósito para toda a sorte de ferramentas.

O delegado Gusmão montou um plano de ação em conjunto com o comandante do esquadrão anti-sequestro da polícia. Mica e Nate foram proibidos de envolveram-se no resgate que aconteceria mais tarde e aconselhados a manteve-se fora do caminho. O que não foi tão difícil.

Madalena chegou pouco tempo depois do telefonema. Trazia uma mochila com os pertences de Micael em uma mão e na outra, sanduíches variados. Imaginou que não haviam se alimentado, no que estava correta, e que estariam com fome, no que se enganou. Um nó travava a garganta de Mariana e o pensamento de comer alguma coisa lhe causava náuseas. Micael estava agitado demais para pensar em comida. Alguns políciais aceitaram o alimento e também o delegado Gusmão. Madalena estava preparando mais uma garrafa de café para os servir quando Nate entrou na cozinha.

_ Certas coisas não mudam nunca.

Madalena esforçou-se para conter as emoções que aquele homem lhe provocava. Havia tanta mágoa entre eles, que várias vezes se perguntava como poderia amor aquele homem. Madalena o ignorou, mas isso não foi empecilho para que Nate despejasse o seu veneno.

_ Basta Micael estalar os dedos e você vem correndo....

Madalena não retrucou. Sabia que era isso que Nate esperava que fizesse.

_ O que foi? _ Nate provocou. _ Não vai argumentar?

_ Seria perda de tempo. _ Lena nem mesmo se virou para responder. _ Tentar fazê-lo entender o que existe entre Micael e eu... Seria o mesmo que ensinar um elefante a voar.

_Sei muito bem o sentimento que "une" vocês.

_ Tenho certeza que sabe. _ Lena observou tranquilamente, enquanto terminava de arrumar a bandeja.

_ Nate a observou pegar a bandeja e se encaminha tranquilamente para a sala e aquilo o intrigou. Madalena não gritou, não tentou o agredir. Pareceu... Indiferente. A seguiu e passou a observar seus movimentos como um animal que vigiava sua presa.

Micael estava sentado em uma poltrona estofada com Mariana alojada em seu colo. Madalena serviu-lhe café e foi recompensada com um sorriso agradecido. Micael cochichou-lhe algo e ela sorriu abertamente. Logo depois, serviu café a César que agradeceu efusivamente, sem ao menos disfarçar seu interesse na linda ruiva. Incomodado, Nate voltou à cozinha.

Pouco tempo depois os carros de polícia deixaram a propriedade. Fazia parte do plano elaborado pelo esquadrão anti-sequestro, deixar Gilberto acreditar que Mariana acatava suas ordens. Nate e Micael também sairiam da propriedade, mas ou contrário da polícia, eles não voltariam.

Foi difícil Micael concordar em deixar Mariana sozinha. Nem toda a sensata explicação do delegado Gusmão, o fato de concordar que era um bom plano ou que Lena ficaria na mansão, conseguiam deixá-lo menos tenso. Mariana também estava tensa e ele pôde perceber isso quando ela deixou escapar...

_ Se algo der errado... _ Mariana Murmurou.

Micael levantou seu queixo até seus olhos se encontrarem. Queria ter o poder de extinguir o medo estampado ali. Queria ter o poder de controlar o destino...

_ Vai dar tudo certo.

Micael a abraçou e a beijou delicadamente nós lábios. O toque, suave como o bater de asas de uma borboleta, a emocionou. Se Deixou embalar pelo o homem forte e carinho, até ouvirem a voz de Natanael.

      "Anjo da Esperança"  ( Concluído )Onde histórias criam vida. Descubra agora