11. Unta

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Nox

Mal consegui descansar com o tanto de coisas que passou pela minha cabeça, por mais que eu tentasse me manter calmo era impossivel e quando me acalmava rapidamente um pensamento ruim vem a minha mente e volto a liberar eletricidade pelo corpo.

Eu não sei controlar minha raiva, normalmente sou uma bomba ambulante. mas se não conseguir me conter aqui. Com toda certeza serei alvo de mais mudanças no corpo.

Antes eu tinha meu irmão que me ajudava a conter a raiva, meio que ele sabia como lidar comigo. Agora sem ninguém, mal sei se vou conseguir me manter calmo, para piorar a situação aquele lobo branco dos meus sonhos ta aparecendo para mim hora ou outra e isso é irritante demais. É como se ele quissesse que eu o seguisse para Deus sabe onde, pelo menos é isso que eu sinto ao ver ele agora.

Mas desta vez não serei otário de seguir uma alucinação besta, vi aquela versão minha e olha aonde parei. Além disso aquela merdas de nervos implantados em mim, ta fazendo meus sentidos ficarem aguçados lentamente, falo isso pois tenho certeza que consegui ver a batida de asas de uma mosca de forma nítida.

Só consigo me manter calmo com a tristeza, meio que me lembro que estou sozinho e ninguém vai vir por mim ou pelo menos está me procurando.

Saio do meus desvaneios ao sentir um cheiro estranho no ar, logo em seguida o quarto inteiro é preenchido por um gás denso. Aos poucos vou sentindo meu corpo amolecer e por fim adormeço.

Acordo mais uma vez preso a uma maca e olho ao redor.

Z: bom dia, recebi ordens de colocar todas as proteses em você hoje... Marta parece empolgada com seu feito e quer ver o produto final logo - ele diz calmo.

Nox: vai a merda seu lunatico do caralho - digo em um impulso de raiva.

Z: por conta dos Nervos recebidos ontem é normal que o efeito do gás do sono passe rapido, mas infelizmente isso é uma má notícia para você... provavelmente o mesmo vai ocorrer com a anestesia, então irei dar procedimento as cirurgias sem usar ela.

Nox: se eu me soltar se ta fudido, eu vou arrancar essa sua face com as mãos nuas - digo firme, mas por dentro estava com medo do que viria.

Z me ignora e pega uma espécie de coleira.

Z: isso vai doer, essa coleira vai se prender a seu pescoço e então coletar uma amostra da sua pele, tecido e medula... logo em seguida os dados coletados seram enviados para a fabricadora e ela criara tecido muscular, órgãos e pele aprimorados sem chance de rejeição.

Z: sei que esta perguntando o porque não fiz isso com os Nexus Nervus, mas a resposta é que a engenharia e tecno-biologia usados nele são superiores a que a fabricadora consegue fazer.

Z: enquanto seus ossos serão imbuidos de um material parecido com oque criou o Nexus Nervus, ele vai rapidamente os destruir e criar um novo.

Apenas fecho meus olhos e tento me manter calmo ao ouvir ele falar. Não adianta implorar para ser solto, meio que o tempo que fiquei acordado por conta da insônia me ajudou a entender isso, o maximo que posso fazer, é aguentar.

O doutor coloca em meu pescoço a tal coleira e no mesmo instante sinto diversas agulhas entrando e saindo em uma velocidade rapida, a dor me faz serrar os dentes e quando se torna insuportável me ponho a gritar alto.

Ossos, pele e carne perfurados, logo em seguida sinto algo circular ser colocado acima do meu olho esquerdo. Assim que abro meus olhos para ver oque era, uma lamina o perfura e grito mais alto ainda.

O sangue escorria de meu pescoço e olho, a dor era tão intensa que queria morrer ali mesmo.

Enquanto sentia a dor agoniante, um alto e forte som de maquinas em funcionamento começa na sala do lado.

Nexus - Livro 3 - TesseractOnde histórias criam vida. Descubra agora