PORTATO ALL' INFERNO - 2

Capítulo 18

ANALESE SAVÓIA.

— O que faremos agora?

— Não sei.

Olho para a menina sentada na minha frente, suas roupas estão sujas como se não as tirassem há dias. Seus olhos estão fixos ao chão demonstrando medo e submissão, suas mãos estão se remexendo em seu colo, seus cabelos loiros estão presos em um rabo de cavalo.

— Precisamos resolver esse assunto antes que os homens chegam, sabe que pode dar problema. – Belle fala, mas logo olha para a menina e vejo compaixão em seus olhos bondosos.

Os homens foram para a Turquia ontem, hoje acordamos com uma mulher e essa menina em nosso portão, quando nos aproximamos a mulher retirou uma arma da cintura e atirou em sua própria cabeça.

Ficamos receosas em deixá-la lá, mas a trouxemos para dentro e demos comida e água e agora estamos aqui, tentando pensar no que fazer nesse momento.

— Qual é o seu nome? – aproximo-me da menina, abaixando-me e ficando na sua altura no sofá.

Ela levanta seus olhos na minha direção, fico curiosa pelos seus olhos verdes claro. Ela volta a fechar os olhos e abrir respirando fundo.

— Não precisa ter medo, estamos aqui para ajudá-la. – belle intervém.

— Kaltrina.

No mesmo estante meus olhos se arregalam e meu coração acelera de uma forma inexplicável, olho para Belle e ela não está muito diferente. Me levanto e passo as mãos pelos meus cabelos e volto olhar para a menina. Qual é a possibilidade disso ser somente uma coincidência?

No mesmo instante Ava, Allessandra e Kali passam pela porta da frente e me olham curiosas. Contei tudo à elas principalmente o nome da menina, Ava me assegurou que somente pode ser uma coincidência e então disse que era melhor deixar o nome da menina entre nós.

— Quem ficará com ela?

— Ficaremos com ela? – Kali olha assustada para Allessandra
— Claro, Kali. Essa menina é inocente e não sabemos ainda de onde ela veio ou o que passou, sei que pode ser arriscado mas no momento à melhor opção é ficar com ela.

— Ela pode se abrir conosco aos poucos, mas pra isso ela terá que confiar em nós. Precisamos de tempo com ela, isso pode ser bem complicado.

— Mas o que você acha, Analese? – Allessandra olha pra mim. – Agora você é a Primeira-Dama, a última decisão é a sua.

Olho para a menina que agora me olha curiosa e volto a olhar para as mulheres há minha frente, não serei uma pessoa ruim e dizer que não há quero aqui, mas também não posso deixá-la nessa mansão sem saber o seu real motivo de estar aqui.

— Podemos ficar com ela, mas infelizmente não podemos deixá-la aqui.

— Sem problemas. Ficarei com ela e cuidarei como se fosse minha própria filha. – Ava olha para a menina, que sorriu de maneira fraca.

— Tudo bem então. – olho para a menina. – Temos que mudar seu nome.

— Alguma ideia, Ava? – Belle pergunta, fazendo ava abrir um enorme sorriso.

— Eu sempre disse que queria ter filhos, mas nunca me vi casada e com um homem ao lado. Desde pequena sonhava em ter um casal de filhos, já tinha até os nomes escolhidos. – Ela se aproxima da menina, que continua a encará-la com atenção. – Jane e André. Acho que Jane ganhou, não é?

— J-Jane. – a menina tenta falar, fazendo todas nós sorrimos em resposta.

— Sim, Jane. Esse será seu nome.

— Jane Savóia. – digo, fazendo todas me olharem sorridentes.