Capítulo 11

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SALVATORE SAVÓIA.

Podemos ir. – falo, assim que entro no meu escritório e vejo meus primos ali.

Hoje foi um dia bem difícil, estudamos todas as entradas e o horário que eles iram aparecer. Não é todo dia que você recebe uma carta informando qual dos seus galpão será invadindo, no início pensei em trote ou armadilha, mas não podemos deixar essa oportunidade passar.

Não irei me identificar! Mas vou ajudá-los, tenho a informação que os turcos irão atacar o galpão 286, as nove da noite. Não sou inimigo ou qualquer coisa assim, quero ajudá-los! Boa sorte.

Tentei entender o porquê nos ajudariam, mas não vou pensar nisso agora. Falta vinte minutos para o horário informado, já temos alguns soldados rondando o galpão, mas logo iremos para lá.

— Senhor. Fui informado de movimentação estranha, no enquadramento do galpão 286. – o chefe da segurança avisa.

— Obrigado. Já iremos, nos mantenha informados. – ele assente, em seguida saindo do escritório.

— Você tá acabado! – olho para Mário, que tem uma careta no rosto. – Ana te deixou cansando?

Reviro os olhos pelo seu comentário malicioso, enquanto Anthony gargalha pela graça do nosso primo. Confesso, senti saudades da idiotice deles, mas já estou me arrependo!

— E Belle, tem conversado bastante com ela? – provoco, fazendo seu sorriso se desfazer e uma cara de bunda se formar.

— Eles andam muito bem. – Anthony entra na provoção. – Até poderia dizer que Mário, poderia estar apaixonado.

— Falou o que apaixonou-se pela guria. – Mário solta a bomba, fazendo nosso primo arregalar os olhos.

— Que menina?

— Ninguém.

— Safira Lancelloti!

Os dois falam ao mesmo tempo, me fazendo arregalar os olhos ao ouvir o nome. Isso me pegou de surpresa, na realidade, não consegui digerir ainda.

— Você está apaixonado por Safira?

— Não!

— Sim!

Fico ainda mais confuso, Mário está com um sorriso presunçoso nos lábios, enquanto Anthony massagea suas têmporas. Nunca imaginei o nosso calmo e sagaz Thony apaixonado, eu sempre esperei isso de Mário! Já que ele se envolve com muitas mulheres.

— Isso é loucura! Já teve contato com ela?

— Já!

— Não. – Anthony se altera, fazendo eu e Mário olharmos curiosos.

Isso me deixou bem satisfeito, saber que um dos meus irmãos estavam apaixonado! Sempre quis que eles fossem imensamente felizes, e isso parece que está se concretizando.

Antes que eu falasse algo, o chefe da segurança chegou avisando que já estava na hora. Saímos todos juntos e fomos no elevador, que ficou bem silencioso o percurso todo.

Fomos cada um em seu carro, se algo acontecesse cada um poderia fugir para um lado da Itália. Enquanto dirigia pelas ruas já escuras de Veneza, eu pensava como Ana estava naquela casa enorme sozinha.

Quando paramos os carros em fileiras a um quarteirão do galpão, peguei meu celular e disquei o número dela, que atendeu no terceiro toque.

— Alô? – ouvi sua doce voz, fazendo meu coração aflito se acalmar por segundos.

— Como você está?

Muito bem. E você? Sumiu desde essa madrugada! – sinto preocupação em suas palavras, o que me deixou bem confusso.

— Estou bem. Só estou ligando para saber como passou o dia, mas sinto que está bem.

— Sim. Você volta ainda hoje?

— Não sei. De qualquer forma tome cuidado, fique dentro da casa até o amanhecer! Boa Noite.

Boa Noite! Se cuide. Beijos. – encerro a chamada.

Meu coração se encheu de felicidade com isso, mesmo que meu cérebro mandasse eu não me empolgar! Sei que não posso me apaixonar por Ana, isso a tornaria um grande alvo para os novos inimigos, assim como minha mãe.

Ela é uma menina incrível, não merece ter um fim tão triste assim. Cuidarei dela até os últimos dias da minha vida, só não tenho certeza se consigo evitar que esse sentimento cresça!

— Irmão! Vamos. – encaro o vidro do meu lado, Anthony está me chamando.

Abro a porta do carro, deixando o celular ali, me certifico que estou com todas as minhas armas. Alguns soldados foram pela mata, outros estão na traseira e nos iremos pelas laterais!

Começamos a caminhar de forma calma e atenta, passamos por várias árvores, já que passar pela pista poderia chamar atenção deles. Começamos à ouvir vozes bem baixas e calmas, como se estivessem tempo pra isso.

Fiz sinal para um dos soldados, que logo começou a andar até a entrada dos fundos. Vejo Mário e Anthony ir pela entrada da direita, eu e o chefe da segurança fomos pela esquerda, certificando que tenha soldados camuflados na mata para prendê-los.

Dou um chute na porta que estava trancada, em seguida estava com a arma em punhos e caminhando de forma cautelosa até o interior do galpão. Ouvi gritos em uma língua estranha, olhei para Anthony que subia as escadas e eu fui para algumas salas que estavam no andar de baixo.

— Merda! Não está aqui, teremos que ser rápidos.

Ouvi um dos turcos falar e o outro responder em sua língua nativa. Não entendo a insistência deles no território italiano, oque realmente eles querem? E com certeza irei atrás do líder Turco, ele terá que me explicar muitas coisas.

Decidi deixar meus pensamentos de lado, empurrei a porta com o pé e adentrei nela com o chefe da segurança logo atrás de mim. Os turcos apontaram suas armas em minha direção, mas logo estavam caídos no chão e atrás dele estava Mário com Anthony.

— Cuidamos de tudo lá em cima, eles vieram em pequeno grupo.

— Tudo indica que somente tinha eles em nosso território, vieram com um forte armamento.

— Mataram todos?

— Deixamos dois vivos, mas eles se mataram com um veneno em frasco que estava na boca deles. – Mário faz um careta engraçada.

— Que porra. Estamos na ditadura militar? – grito, batendo os punhos na mesa.

— O que faremos agora?

— Vamos entrar em contato com o líder turco, quero saber direito o que eles querem.

Não posso deixar isso passar em branco, se for o caso eu invado a máfia turca e mato todos. Eles não tem noção do prejuízo que causaram nesses anos, mas no momento só penso em voltar pra casa.

PORTATO ALL' INFERNO - 2Onde histórias criam vida. Descubra agora