O Sangue em minhas mãos me assusta muito.

Capitulo 3

   O quarto de Harry ficava bem no coração do território dos Vingadores. Os Vingadores pareciam ter vários andares só para eles. No topo estava a Penthouse de Tony no 56º e 57º andar. Clint, Natasha e Thor tinham quartos no quinquagésimo quinto, e Bruce e Steve (e agora Harry) tinham quartos no quinquagésimo terceiro. De passagem, Tony mencionou que vários outros andares foram recentemente reformados e transformados em espaços de treinamento especializado, e mais três eram laboratórios para Tony e Bruce.

Uma grande área comum, que Tony apresentou como o Avenger's Lounge, ocupava a metade norte do andar de Bruce e Steve. Um corredor levava à metade sul. À esquerda estava a suíte de Steve, à direita Bruce, e no final havia duas pequenas portas. Tony gesticulou em direção ao que estava com um cartaz vazio.

“Nós movemos a biblioteca alguns andares abaixo quando Bruce e Steve ficaram sem espaço. É um pouco pequeno, mas...” ele abriu a porta, e Harry não pôde deixar de ficar impressionado.

Uma cama de casal estava ao longo da parede lateral, enfeitada com lençóis azuis. A parede oposta era toda feita de janelas. A outra parede lateral continha uma mesa simples de madeira espremida entre um pequeno armário e uma porta aberta revelando um banheiro. Era mais ou menos do tamanho que o quarto de Dudley tinha sido, e Harry entendeu que provavelmente era incrivelmente pequeno em comparação com o resto da torre, mas ele sorriu. Foi maravilhoso.

“Agora, eu sei que é bastante vazio, e o banheiro é meio peculiar, já que é uma adição relativamente recente, mas –”

Harry o interrompeu. “Não Sr. Stark. Isso é maravilhoso."

Como se estivesse apenas se lembrando de onde seu hóspede estava morando, Tony fechou a boca com um sorriso meio envergonhado. "Bem, então, vou deixar você se acomodar. O jantar é em uma hora ou mais - geralmente comemos na praça aqui embaixo."

Harry assentiu e Tony saiu. Harry deixou a porta aberta, sentindo a incerteza crescendo com uma vingança em seu peito. Era para ser um lar temporário para ele? Aquilo era uma gaiola dourada? Foi a maneira do Vingador cumprir os acordos de sua barganha, mantendo a vigilância sobre ele e sua 'energia' incomum? Talvez mais ameaçadora fosse a chance que eles simplesmente esperavam para entender melhor do que ele era capaz antes de tentar contê-lo.

Harry balançou a cabeça. Ele aproveitaria essa oportunidade. O acordo dizia que os Vingadores forneceriam hospedagem. Não dizia que Harry devia viver neles. Ele ficaria por enquanto e aproveitaria os luxos que eles ofereciam, mantendo seus pertences por perto para o caso. Por enquanto, ele planejava aproveitar o chuveiro. 

Trancando a porta do banheiro, Harry examinou o quarto minúsculo. Paredes verde-claras e azulejos brancos criavam um espaço simples, mas agradável. Uma pequena planta ornamental de bambu empoleirada no balcão ao lado de uma barra de sabão. O chuveiro em si era composto por mais azulejos brancos com acentos de verde floresta e uma porta de vidro fosco. Largando a mochila no canto, Harry virou a torneira e começou a tirar camadas. 

Ele havia chegado a este mundo no final de uma longa e prolongada guerra mágica. Aos 21 anos, ele viu mais horrores do que queria se lembrar e as batalhas o deixaram cheio de cicatrizes. Com apenas 23 anos agora, Harry achou difícil olhar para seu corpo. Quando vestido, era apenas o dedo que faltava que chamava sua atenção de vez em quando, mas diante do grande espelho do banheiro ele se via confrontado com ferimentos que preferia esquecer. Afastando-se de seu reflexo, Harry não pôde deixar de olhar para o ferimento ainda cicatrizado no centro de seu peito. Ele havia aberto a cicatriz três vezes diferentes agora, repetindo o ritual para proteger e proteger. A primeira vez foi em Hogwarts, e curou quase imediatamente depois que o ritual foi concluído. Agora, quase várias semanas se passaram e a runa permaneceu em uma fase de crostas, coceira e vívida vermelho nas bordas. Isso o preocupou. Desviando o olhar, Harry entrou no chuveiro e fechou os olhos.