Quando a manhã chegou, e a luz suave do amanhecer começou a iluminar a sala, encontrou os Vingadores ainda espalhados pelo salão em vários estados de descanso. Harry permaneceu enrolado no sofá, seus olhos cansados estavam caídos, mas ainda não estavam prontos para dormir. Natasha cochilou ao lado dele e o braço de Steve se moveu para descansar em torno de seus ombros em algum momento. Harry se inclinou para ele, descansando a cabeça no ombro de Steve.
Tony tinha ido em direção ao café no início da noite, mas apesar de seus melhores esforços ele agora dormia no balcão da cozinha com uma terceira caneca esfriando ao seu lado. Bruce colocou um cobertor sobre ele antes de preparar o chá. Clint e Thor murmuraram baixinho na mesa de jantar, curvados sobre uma travessa de poptarts.
"Quanto vocês... viram?" Harry perguntou, sua voz pouco mais do que um sussurro rouco.
Steve suspirou. “Você falou alto às vezes,” ele admitiu. “Mas seu corpo estava imóvel.”
Harry engoliu em seco. "Então." Ele limpou a garganta. “Então você não…. viu alguma coisa?”
Steve balançou a cabeça assim que uma voz falou ao seu lado: “A runa em seu pulso acendeu algumas vezes.”
Os olhos escuros de Natasha piscaram para ele de onde ela estava enrolada no canto do sofá. “Mas isso é tudo.”
Harry respirou fundo, pensando. Embora não soubesse o que tinham ouvido, podia adivinhar. E por mais que estivessem oferecendo a ele tempo e espaço, ele sabia que eles estavam cheios de perguntas – especialmente o adormecido Tony. Na mesa, Clint e Thor ficaram quietos.
Harry olhou para seus dedos, enrolados em torno do cobertor azul macio. Ele mexeu na costura e procurou um ponto de partida.
"Eu estava de volta", ele começou hesitante. “De volta para casa, em Hogwarts. Certo - logo após as coisas que me levaram a estar aqui. Eu estava na mesma floresta. A mesma clareira.”
Steve se inclinou para trás, seu braço se movendo dos ombros de Harry para o encosto do sofá. Harry se acomodou no novo espaço, os olhos fixos nos dedos e mexendo preguiçosamente em uma unha.
“As mesmas pessoas – Ron e Fluer se juntaram a mim. Disse que tínhamos vencido. Disse que tudo estava acabado, você sabe. A guerra. Foi feito." Harry passou a mão pelo cabelo e bufou. “Até Hermione...” Ele franziu a testa com o ardor repentino em seus olhos. Ele balançou sua cabeça. "De qualquer forma. De volta ao castelo – ainda estava inteiro. E as pessoas – elas ainda estavam lá, vivas, refugiados lotando os corredores, mas ainda... fortes. O castelo era forte. E os Weasleys, Gina...
Harry limpou grosseiramente uma lágrima que desceu pelo seu rosto. Ele bufou amargamente. “Parecia real . Quão ridículo é isso?”
A mão de Steve veio para apertar o ombro de Harry brevemente. "Se eu estivesse de volta aos 40 anos..." Harry podia vê-lo encolher os ombros com o canto dos olhos, ombros largos subindo e descendo com um suspiro. “Não sei o que faria. O que eu sentiria.”
Harry assentiu, olhos brilhantes.
“Sua runa,” Thor acrescentou, sua voz profunda atravessando a sala e despertando Tony do sono. “Wunjo e Othala; Alegria e Lar… este castelo é sua casa?”
Harry assentiu. “Os Dursleys... Hogwarts foi o primeiro lugar que chamei de lar. E ainda mais tarde, mesmo na guerra…”
“E vencer a guerra, acabar com a guerra,” Thor continuou, “Certamente isso traz grande alegria.”
“Todo mundo estava comemorando – as festividades, a festa, o barulho quando ouviram pela primeira vez que Ele estava morto…”
"Você parecia preso lá", disse Natasha, esticando seus danos acima de sua cabeça e despenteando seu cabelo. "Como você saiu?"
Harry cerrou os dentes, seus lábios franzindo em uma careta de dor. “Não deu certo. Eu queria - mas então minhas mãos... Eu sinto falta desse dedo há anos. Não deu certo. É como a maldição imperiosa: você tem que rejeitar o conforto, a paz e a alegria. Porque é isso que é falso. E é melhor estar com dor e no controle de sua mente, do que em paz e em perigo.”
Natasha assentiu, pegando sua xícara de chá. Harry observou os dedos longos e calejados dela se enrolarem delicadamente ao redor da caneca. Ela encontrou seu olhar. "Na Sala Vermelha", disse ela, e toda a sala parecia ouvir mais atentamente o tópico raramente mencionado. “Eles jogaram um jogo, oferecendo um ouvido atento e um toque suave. Se você aceitasse – era um vínculo que todos ansiávamos sem saber.” Um sorriso amargo curvou seus lábios. “Algumas garotas caíram nessa gentileza e segurança. Mas a dor de saber que era falso – sabendo que você nunca conseguiria esse tipo de vínculo – era melhor estar com dor e na realidade, do que afundar na mentira. As meninas que nunca se recuperaram.”
A mão de Harry se contraiu como se fosse estender a mão. Ele se acomodou para assentir, incapaz de encontrar palavras para responder.
"Natasha..." Steve começou, antes de adormecer também.
Ela deu de ombros com um sorriso irônico e olhos tristes. “É passado.”
Harry assentiu mais uma vez, antes de deslizar o cobertor de seus ombros. Ele se levantou, espreguiçando-se. Ele não podia imaginar continuar a conversa. Movendo-se propositadamente para a cozinha, ele sentiu seu estômago acordar com uma fome voraz.
“Pronto para o café da manhã?”
“ Mais do que pronto.”
Bruce riu, abrindo a geladeira e tirando os ovos. "Você quer fazer as omeletes enquanto eu começo as panquecas?" Harry sorriu. De alguma forma, Bruce sempre sabia quando as conversas pesadas tinham que terminar.
Eu sumi de novo né?! Foi mal...😅😜
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O Sangue em minhas mãos me assusta muito.
Hayran Kurgu(CONCLUÍDO) História de:"RosemaryCoelho" A luta contra Voldemort durou anos. No confronto final, Harry se viu não em King's Cross, mas em um mundo totalmente diferente - um sem magos e sem magia. Ele voou sob o radar por dois anos, mas quando o...