O Sangue em minhas mãos me assusta muito.

Capitulo 23

     "Senhor." A voz de JARVIS quebrou o silêncio que havia caído sobre a sala. “O diretor Fury voltou para a sala de reuniões.”

"Diga a ele... nós já estaremos lá", disse Tony ainda olhando para o local onde Harry tinha acabado de desaparecer. “JARVIS,” Tony disse depois de um momento. “Você detectou a energia de Harry agora mesmo? Ele ainda está na torre? Você está pegando leituras em qualquer outro lugar da cidade ou arredores?”

"Sim senhor. A energia do Sr. Potter registrada apenas momentos atrás por um pequeno parque no centro da cidade.

“Eu vou,” Steve ofereceu.

Bruce assentiu. “Ele está bem com você.”

“JARVIS, envie as coordenadas para Steve.” Tony olhou para os outros. “Vamos ver o que Fury quer.”

Steve levou sua moto pelas ruas molhadas da meia-noite de Nova York. JARVIS falou em seu fone de ouvido, levando-o através da cidade para um parque que era pouco mais que árvores e um balanço. Steve olhou em volta. Uma figura magra com cabelo preto selvagem estava sentada em um banco do outro lado da rua. Steve estacionou sua bicicleta e se aproximou.

Harry estava sentado no banco com a cabeça baixa, as mãos frouxamente agarradas à sua frente. Ele não olhou para cima até que Steve se sentou ao lado dele – um mero lampejo de olhos olhando por baixo de sua franja. Steve olhou para as árvores nuas no parque em frente a eles. Ele não sabia o que dizer, então ele esperou.

Depois de um tempo, Harry olhou para cima também, olhando distraidamente para o balanço e a forma como os postes de luz faziam a água da chuva nos assentos de plástico brilhar. Steve olhou para ele com o canto do olho, mas por outro lado mal se moveu. Eles se sentaram e olharam para o parque como estátuas frias. Harry não estava vestindo seu casaco ou sapatos – apenas o moletom e jeans que ele estava usando na mesa de jantar. Tudo o que ele possuía estava na torre. Steve esperava que isso significasse que planejava voltar. Uma reação nervosa de Natasha não significava que ela, ou a equipe, quisesse que ele fosse embora.

Steve ainda estava considerando isso, quando Harry finalmente falou.

"Foi aqui que cheguei", disse ele de repente. Levou um momento para Steve perceber a que ele estava se referindo. “Abri os olhos e estava numa cidade, num banco. Estava escuro e silencioso, e eu podia ouvir carros. Nem um segundo antes da guerra – o barulho, o cheiro... Harry voltou a ficar em silêncio. Steve contemplou suas próximas palavras.

Eu acordei em um quarto", ele ofereceu, combinando uma história com uma história. “Eu estava em uma cama. Estava ensolarado. Eu podia ouvir o rádio. Mas era falso. Eu lutei para sair apenas para me encontrar em uma rua movimentada. Havia todos esses sinais, outdoors, carros... coisas que eu nunca tinha visto antes. E parecia que apenas alguns minutos haviam se passado desde o acidente – desde a guerra. Mas foram décadas .”

Harry se virou para olhá-lo, seus olhos verdes arregalados. Por um segundo, havia uma expressão estranhamente frágil em seu rosto, mas passou tão rápido quanto veio. Sua expressão se fechou e ele se virou. Steve se perguntou se ele havia dito algo errado, mas não conseguia descobrir o quê. Mas antes de tentar voltar atrás, Harry falou novamente.

“Tentei encontrar os outros”, disse ele, compartilhando sua história em fragmentos vacilantes. “Eu aparatei – como esta noite, quando saí – mas não foi fácil como em casa. Achei que algo estava errado comigo. Procurei em todos os lugares. Mas não consegui encontrá-los. Não encontrei ninguém.” Steve observou Harry pelo canto do olho; viu a maneira como sua mandíbula se apertou e seu pomo de adão balançou enquanto ele engolia em seco.

“Eles me deram os arquivos do caso”, admitiu Steve, “dos homens e mulheres com quem eu servi – todos marcados como falecidos . Exceto por Peggy. Ela tem quase cem. Às vezes ela se lembra de mim quando eu a visito. Mas no ano passado estávamos na casa dos vinte. Nós íamos dançar”.