Voltei para a sala onde minha avó me esperava com um sorriso no rosto.
-Ela vai aprontar algo?- Me perguntei
-"Minha neta querida, como está indo? está se sentindo melhor?"- Perguntou de forma adocicada
-"Se não levar em conta que a minha vida está de cabeça pra baixo, Sim"-
Disse calmamente me sentando um pouco a frente da mesma-"Sabemos que foi você que escolheu isso!"-
-"Eu não escolhi, ninguém escolhe ser diagnosticado com depressão!"-
-"Não estou falando disso, você escolheu virar a sua vida assim, saiu da U.A no segundo ano!"-
-"E a senhora queria que eu ficasse lá?"-Perguntei indignada
-"Pelo menos teria futuro, com a Individualidade que tem!"-
-"Minha individualidade só trouxe desgraça para mim!"-
-"Você me decepciona tanto, não faz nada da vida, eu já lhe disse uma vez e torno a repetir, faça medicina se não quer fazer curso de herói, isso é um dom da nossa família e..."-
-"Eu não quero, já lhe disse isso antes!"- a cortei no meio da baboseira que Iria dizer.
-"Então o que você quer?"-
-"Eu não sei"-
-" Você precisa saber, você é minha neta e é preocupante saber do que você passa!"-
-"Então me deixa passar por isso sozinha entendeu, eu não preciso de mais pessoas dizendo o que eu já sei!"-
-"Ok, eu não insisto mais, faça o que quiser, fique com esse garoto que está no seu quarto, essa é a sua vida, viva como quiser!"-
Dizendo assim ela se levanta pega a sua bolsa e logo sai batendo a porta sem dizer mais nada.
Eu já me acostumei com a forma que ela me trata mas nem sempre foi assim, quando eu era criança ela era mais gentil.
Ficou assim desde o meu diagnóstico.
Minha mãe tentou ser o mais compreensiva possível perante a esse assunto, para que eu ficasse bem,já meu pai nunca fala sobre isso
mas faz o que pode.
Eu não consigo dizer que estou melhor
Mas se me perguntarem direi que sim
Estou cansada de ser um fardo nas costas das pessoas.Voltei para o meu quarto onde encontro Katsuki ainda acordado olhando algumas fotos que tenho coladas em minha janela.
-" Tudo bem? "-
-" Onde conseguiu essa foto? "- o loiro aponta para uma foto de quando éramos crianças onde estávamos de mãos dadas, ele disfarçava o rosto envergonhado olhando para algum canto, mas eu tinha um sorriso e os olhos brilhando por apenas segurar a mão dele.
-"Somos nós quando éramo crianças, se lembra desse dia?"- me recordei daquela lembrança linda.
-"Foi quando você me pediu em casamento"-
-"Eu era uma menina meio boba, admito"- sorri levemente.
-"Minha mãe ameaçou quebrar o meu videogame se eu não ficasse de mãos dadas com você"-
-" Sinto muito "-
- "Por que caralhos você fez aquilo mesmo?"-
-"Não me recordo"-
Recordo sim
-"Tô indo dormir"- disse já se deitando.
-"Ok, boa noite pra você "-