Teacher's Pet - Melanie Martinez

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"Ela disse: É por todos os motivos certos, meu bem

Não me importo com notas, só me chame de sua

Se eu passar nessa prova, você vai me dar filhos seus?

Não me chame de louca

Você me ama, mas não virá me salvar

Você tem esposa e filhos, os vê todos os dias

Nem sei por que você precisa de mim"


Eu estava feliz por ter me resolvido com Jimin, ele é um garoto especial para mim, apesar do seu jeito mais grosseiro, ele é um ótimo amigo e quando estou com ele, eu me sinto um garoto muito especial. Confesso que, a melhor coisa que eu fiz foi ter jogado minha bola repetidas vezes para o quintal, só para poder fazer ele notar minha existência e vir falar comigo quando caímos na mesma sala de aula.

Desde da primeira vez que meu pai foi embora, Park sempre me deu apoio, e eu constantemente sentia-me mal por ser um estorvo para ele. Teve vários dias que ele deixou de curtir, para me amparar, o tanto de cigarros gastos comigo porque eu não posso comprar, além das brigas com a mãe por me acobertar na madrugada... Eu era muito grato, mas não posso me aproveitar de sua bondade. Então, passei a ficar muitas horas no colégio, ajudando alunos mais novos e os que estavam de recuperação, inscrevi-me no máximo de aulas extracurriculares, ficava treinando horas seguidas. Consequentemente, eu e o Sabonim nos aproximamos mais do que o esperado.

Ele era carinhoso comigo, tratava-me com gentileza, tinha um instinto paternal. Seus toques eram suaves, seu olhar causava-me frio na barriga e seu sorriso derretia-me por completo. Eu não queria seguir com a luta para sempre, nem virar atleta profissional, eu tenho certeza que passaria facilmente em uma prova de vestibular, não precisaria de um bolsa de esportes, mas eu queria estar com ele.

Foi em um dia comum, houve uma troca quente de olhares, nossos corpos estavam próximos, seus braços firmes me envolviam. Aos poucos, seus lábios aproximaram-se dos meus e eu cometi a maior loucura da minha vida! Eu estava beijando meu professor, um cara tão mais velho do que eu-

Sinceramente, não sei o que ele via em um garoto de dezessete anos, eu não tinha um corpo delicado como o de sua esposa — sim, eu stalkeei suas redes sociais —, eu era somente um aluno, uma criança visto por muitos. Mas ele sempre dizia...

— Você é especial, sabe disso, não?

E sempre negava com a cabeça, com um sorriso tímido.

— Você é diferente, Gguk, você é mais maduro do que as outras crianças. Você é meu garoto.

Eu me derretia com suas palavras, meu corpo ficava mole e a total mercê do mais velho, deixando-o fazer o que quisesse de mim naquele tatame, porque eu era o seu garoto, eu era especial, eu era amado. Sabomin me amava como ninguém nunca me amaria, ele cuidava de mim, fazia-me delirar e alcançar o céu. Mesmo casado, mesmo cheio de alunos nessa escola, ele me escolheu, porque eu sou especial.

Deitado no tatame, sobre seu peito, nosso corpos quentes, suados e com as respirações agitadas, eu questionei:

— Quando vai se divorciar?

Ele me encarou confuso e riu baixo, negando com a cabeça e deu-me um selar na testa, levantando-se e começando a se vestir. Sabonim nada me disse, apenas retirou-se da sala de treino, às vezes ele tem essa atitude, quer dizer que eu falei demais.

Já tínhamos conversado sobre isso antes, ele tinha me prometido que iria se separar para ficar comigo, iríamos ter uma linda família. Mas... Já faz meses que ele não me atualiza sobre nada, isso me consome por inteiro.

(...)

Jimin estava fuçando o celular deitado na cama, apenas visualizando as novidades nas redes sociais, até que encontrou algo que o surpreendeu. Era um tweet de Jeon, escrito apenas ": ( ", mas por algum motivo, aquilo significou muito para Park que imediatamente ligou para o moreno.

— Jimin, o que houve?

— Eu que te pergunto, o que aconteceu?

— Como assim? — Jeon estava sussurrando, possivelmente para não acordar a mãe, era compreensível. Jimin estava igualmente falando baixo, mas com a cabeça na janela, encarando a janela de Jeon.

— Vi sua carinha triste, no Twitter. O que aconteceu?

— Ah, isso? — Ouviu um riso baixo. Logo, a janela abriu e Park encontrou com a figura de Jungkook, com os braços apoiados no parapeito e com o telefone grudado na orelha. — Não precisa se preocupar... Não é nada demais.

— Se magoou você, eu preciso me preocupar — ressaltou o ruivo, sorrindo fraco para o amigo.

— Ah... Ji, você é um ótimo amigo.

Mas Jeon não contou o que o deixou magoado.

O tempo passou rápido, devido a dedicação excessiva de Jungkook na escola, Park só conversava com si de noite, através de mensagens e ligações, enquanto fumava na janela. Os sentimentos do ruivo estavam a flor da pele, cada vez mais, seu coração acelerava de forma inexplicável diante a presença do moreno, este que, repentinamente, começou a ter um estilo mais... Diferenciado.

Era de lei que o moreno fumava apenas com o melhor amigo, mas de tempos para cá, era fácil encontrá-lo fumando escondido no estacionamento, suas roupas estavam mais apertadas, usava maquiagem, coisa que o menino nunca demonstrou interesse anteriormente, principalmente por causa da alergia.

— Não acredito que usou essas porcarias mesmo sabendo que tinha alergia, Jeon Jungkook — murmurou Jimin, enquanto ajudava o amigo a lavar o rosto e remover a maquiagem.

— Eu só quis tentar algo novo... Você usa e fica tão bonito. Eu quis... Sei lá.

Park ficou calado, gostou de ser elogiado, obviamente, mas mesmo assim, essa história de Jungkook estava muito estranha, Jimin respirou fundo, limpando o rosto do moreno com cuidado.

— Obrigado.

— Não vai contar o que está acontecendo?

Na hora, o sinal tocou, indicando que o horário da aula tinha acabado e que deveriam ir para casa, ou no caso de Jeon, permanecer para aulas extracurriculares.

— Vai pra casa, a gente se fala depois.

— Jeon Jungkook!

— Park Jimin! — o moreno revidou. — Casa! Vai!

O ruivo se calou, Jeon saiu do banheiro às pressas e um pouco surpreso consigo mesmo por levantar a voz com o amigo, no entanto, era necessário, não conseguia enxergar outra saída para dispensar o ruivo e encontrar-se nos braços do seu professor.

No entanto, o que não estava planejado era que Jimin, mesmo tendo um nariz pequeno, adora metê-lo onde não é chamado. Apesar de agir como se os problemas do mundo não fossem de sua conta, era um xereta com aqueles que considerava importante. E, por meio da fresta da porta do ginásio, o ruivo assistiu, com o estômago embrulhado, o papel que seu melhor amigo e paixonite secreta estava metido. E foi ali, que tudo se esclareceu. 

Depois da Aula || jjk+pjmOnde histórias criam vida. Descubra agora