Vendetta • OffGun

Parte Dois

Chicago, 1960

Gun Atthaphan, se estivesse solto, teria socado a cara de Off Jumpol a muito tempo, mas tudo o que ele podia fazer era tentar derreter o homem com o seu olhar.

—Você acha que me odeia?

—Eu sei que te odeio! —Gun respondeu cuspindo no rosto do outro, Off riu novamente limpando com a manga. —Você não tem vergonha de querer alguém que não te quer? O todo poderoso Jumpol?

—Aé? Então esse tapa não te deixou de pau duro?

Gun se calou, os olhos o entregando, mas Off levou a mão suavemente para a calça marrom, tocando por cima dela a ereção suave.

—Não me deseja?

Gun negou com a cabeça em silêncio, completamente incapaz de dizer uma única palavra, mas ele decidiu tentar levantar da cama, sendo parado pelo corpo de Off que além de o deitar reto, subiu sobre ele.

Os dois agora estavam frente a frente.

—Não vou deixar você fazer nada comigo! —Ele continuou negando o que o corpo dele cantava em voz alta, rangendo os dentes irritado consigo mesmo. —O que você está fazendo? Eu vou gritar!

As mãos ágeis do homem que estava sentado sobre seu quadril, abriam a camisa bege, liberando o peito e a barriga levemente malhados.

—Grita, deixa todos saberem o que eu farei com o poderoso Gun Atthaphan. Uhm?

O menor se calou, tentando mover os braços ainda algemados.

—Se você tentar fugir, espero que pense... Onde está sua doce irmãzinha.

Gun ficou paralisado, erguendo os olhos pretos redondos para os castanhos de Off, como ele sabia que Pim...

—Como eu sei? Ela está na minha casa em Indiana, tenho até uma fotinho para você.

Off mostrou uma foto amarela da irmã mais nova de Gun, em um jardim desconhecido. Ele encarou o mais velho em silêncio.

—Você não veio atrás de mim porque ela saiu de casa?

—Eu achei que... Você disse que não queria saber de Pim.

—E eu não quero, desde que eu esteja com você, ela está segura.

Gun sentiu sua mão coçar com a vontade de socar o rosto satisfeito do homem em cima de si.

—Então, posso te soltar? Ficará quieto?

Não tinha como ele negar, afinal naquela noite a discussão em sair atrás de Off era justamente por que, ele tinha medo da irmãzinha estar nas mãos daquele destraçado.

Então ele assentiu em silêncio, mantendo-se imóvel, no tempo em que Off demorou para soltar as algemas, e prender os dois braços dele em cordas que vinham dos dois extremos da cama. Gun observou a movimentação suave do mais velho, tentando controlar o próprio gênio e desejo de estrangular aquele verme.

Jumpol sentia como se estivesse nas nuvens, ter aquele homem que assustava tantos, a seu mercê...

—Agora vai ser bonzinho Ter?

—Quero falar com Pim. —A resposta foi com a voz grave de um chefe. Jumpol estava em pé na beira da cama, e Gun levantou a cabeça para olhar minimamente, já sem camisa ou blazer para impedir Off de visualizar o corpo perfeito, do homem que o deixava com tanta água na boca. Gun deitou a cabeça fechando os olhos e respirando profundamente. —Você vai deixar?

—Me chame de P'Off.

—Estamos na América, não tenho por que usar honoríficos.

—Anda.