Parte Seis

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Chicago, 1960

Na manhã seguinte, Gun estava afundado dentro da bandeira branca, cheio de espumas, as assoprando distraidamente, quando o homem de smoking azul escuro entrou no banheiro da suíte cela de Atthaphan.

Imediatamente, o olhar dos dois se cruzaram, mas o silêncio se manteve.

Jumpol foi tomado por uma onda de luxúria, sabendo que, de baixo daquela espuma toda o menor estava completamente nu, o cheiro de baunilha parecia o embriagar.

—Jumpol... —O menor murmurou, se encolhendo levemente. —Pode me esperar lá fora? Você não disse que queria que eu tomasse banho toda a manhã e toda a noite?

—Sim eu disse.

—Então, porque está aqui?

—Eu queria te ver. —Admitiu, seria uma tarde de briga nas docas, ali a luz do dia, diante dos civis a Cosa Nostra tomava as ruas de Chicago. As ofensivas vinham diretamente dos Phunsawat, o pai de Gun sabia agora que Off tinha os dois filhos mais velhos em mãos.

Mas Gun era muito bom em ler expressões, ele soube que o que quer, que estivesse deixando Off ansioso tinha a ver com ele. Mas a maior preocupação do rapaz era.

—Pim? Fez algo com ela?

—Claro que não! Prometi a você que não.

—Quero falar com minha irmã então!

—Eu deixarei, quando confiar em você, até lá, posso te trazer fotos dela.

Gun sentiu uma vontade genuína de bater em Off, a ponto de erguer metade do corpo da banheira, então ele sentiu que a longa corrente estava enganchada em baixo do pé do outro.

Mas seus olhos, estavam nos olhos do homem que se tornaram escuros só de ver o peito molhado cheio de espuma. Jumpol instintivamente deu dois passos para frente, e Gun recuou um pouco, a água caindo um pouco da banheira.

—O... o que vai fazer? —Gun perguntou, honestamente ele sabia que estava no seu limite, ele não conseguiria negar a necessidade de saciação que crescia mais e mais em si. Então ele só queria evitar um avanço certeiro de Off.

Afinal, não era só o tesao naquele momento, mas a atração perigosa que ele sempre sentiu por aquele homem. Off não respondeu, balançou a cabeça e lançou um sorriso de canto malicioso, virando o corpo em direção a porta.

—Acho que te darei umas férias, pode ser que eu não volte hoje...

O homem que se encaminhava para uma batalha, fez menção de sair do cômodo. Mas a surpresa absurda veio quando.

—Papii! Espera. —Off se virou para avaliar o outro, e ele encontrou aquela visão, de Gun apoiado na borda da banheira branca, o cabelo úmido em seus olhos, a boca vermelha molhada, as gotículas que escorriam pelo seu peito até sumir na espuma. —Me beija?

Off Jumpol, por aquele pedido, poderia cruzar o atlântico norte a nado. Ele faria e seria qualquer coisa que aquela pequena criatura quisesse, isso o tornava ao mesmo tempo essencial e perigoso.

Então ele caminhou até a banheira, erguendo o queixo delicado com um único dedo, para que aquele rosto perfeito o encarasse.

—Você quer um beijo Ter? —Gun assentiu, se sentia mais do que humilhado em pedir isso, repetindo inutilmente para si mesmo, que fazia aquilo apenas para Off confiar nele e poder sair dali o mais rápido possível.

Mas foi quando aquela boca com sabor de tabaco encostou na sua, que o segredo que Gun tentava conter em si mesmo veio a tona. Off encostou os lábios suavemente, mas Gun segurou na nuca do outro, enfiando sua língua com força na boca doce, buscando a outra língua com muita sede.

Vendetta • OffGunOnde histórias criam vida. Descubra agora