01.

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Há nove anos atrás...

Callie estava chegando em casa ás onze horas da noite, teve um dia muito corrido, fazendo muitos treinamentos e estava exausta do jogo de hoje, ela estava começando a carreira,  precisava ser a melhor e mostrar que era. Mas agora, ela só queria voltar para casa e poder pelo menos ver um filme com sua esposa e depois dormir juntinhas, ela chegou cansada e entrou em casa encontrando sua esposa sentada na poltrona de casa com uma mala enorme ao lado a esperando, Arizona estava de camisola e um coque frouxo nos cabelos, os olhos vermelhos não negam que a loira tinha chorado. Callie deu passos lentos e olhou para a mesa de centro da sala, a aliança de sua esposa estava lá. 

- Querida, o que está acontecendo? - a latina perguntou receosa tirando seu casaco de moletom e o jogando no sofá.

Arizona olhou para a esposa e riu. Riu sarcastica.

- O que está acontecendo? - se levantou indo até a mulher ficando a uma distância considerável.- Eu estou me separando de você.

Callie sentiu seu coração doer, ele ardeu,  Arizona foi sua primeira namorada na escola, noivaram na faculdade e depois elas casaram.

- M-Mas... - a morena gaguejou - Como assim, eu... eu.... não entendo... por que isso,  Arizona?

Arizona pegou a aliança na mesa e olhou o que estava escrito dento.

- "Calliope Torres, sete de julho de dois mil e onze." - encarou a morena - Isso te lembra algo?

- Foi o dia que nos casamos, o que isso tem a ver? - Callie perguntou e encarou a mulher que ergueu uma sobrancelha. E ai, a morena se lembrou, hoje era sete de julho de dois mil e treze - Uh, droga... Eu esqueci de novo, não é mesmo?

Arizona colocou a aliança de volta na mesa e riu.

- Você esqueceu nosso aniversário de casamento, você esqueceu o jantar com meus pais, você esqueceu nossa saída com minha irmã, você esqueceu nosso aniversário de namoro, você esquece tudo, Callie. - virou para a mulher - SÓ NÃO ESQUECE O FUTEBOL.

Gritou as últimas palavras.

- POR QUE É O QUE EU AMO FAZER.  - Torres disse de volta.

Arizona riu.

- Sim, você ama fazer isso, o erro foi meu por ter achado que você me amava o suficiente para conciliar seu tempo. Mas o seu ego em ser a número um em tudo, te fez esquecer da mulher que te amava. - Robbins disse com os olhos cheios de lágrimas.

- Arizona, espera, a gente pode con - a morena foi cortada no meio das palavras.

- Conversar? Não, nós não podemos. Já conversamos várias vezes, e você continua a mesma egocentrica. - limpou a lágrima. - Essa mala tem umas roupas, depois você vem pegar o resto das suas coisas. Eu espero que você consiga ser a número um no campo, Callie. Porque na minha vida, não vai ser mais.

A loira disse subindo as escadas e deixando a morena em pé ali.

- Arizona! - Callie chamou mais alto mas foi em vão, a loira nem olhou para trás, e quando chegou no andar de cima bateu a porta forte.

Callie pegou a mala, seu casaco, e olhou uma última vez para a aliança na mesa, havia perdido a mulher que amava.

Callie deixou a casa decidida a se dedicar cem por cento ao futebol, ela seria a número a um, provaria que poderia ser.

Na casa, Arizona ficou chorando, preparou a semana inteira para que contasse da gravidez naquela noite para a esposa, mas ela tinha sido egoista, mais uma vez...

Treinando a MamãeOnde histórias criam vida. Descubra agora