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Sara e Simon foram juntos ao hotel  depois da reunião com o advogado.

No carro, Sara questionou os motivos de Simon para ficar com o hotel

— Foi um pedido da mamãe. — Simon respondeu

— E desde quando você faz a vontade das pessoas?

— Você não entende, Sara e eu não vou tentar explicar.

No hotel, foram recebidos por Felice, gerente e amiga de Linda.

Felice era alguns anos mais velha que Simon, trabalhou no hotel como estagiária, ainda na adolescência, cursou hotelaria na faculdade e tornou-se o braço direito de Linda após tantos anos de amizade e parceria.

Ela já sabia da vontade de Linda de que Simon estudasse em Pádua e cuidasse do hotel mais tarde. Para ela, era mais do que um prazer ajuda-lo com a gerência, significava poder manter o legado da amiga vivo.

Simon e Felice conversaram por horas, ela lhe mostrou contas, documentos importantes, o colocou a par da equipe do hotel, dos serviços, valores, rotina, materiais. Tudo.

Ao final, Simon sentiu-se esgotado. Ele queria, de verdade, poder fazer isso por sua mãe, mas sentia-se inadequado, no lugar errado.

Sentou-se no balanço, na área externa, para respirar um pouco e descansar a mente.

Pouco tempo depois, ouviu alguém aproximar-se.

— Simme, podemos conversar?

Olhou para trás e viu Sara de pé.
Respirou fundo, invocando a última gota de energia que ainda tinha.

— Claro. Quer sentar lá dentro?

— Não, aqui está bem — Sara sentou-se na grama, ao lado de Simon que permaneceu no balanço

— E então?

— Quero conversar sobre o hotel

— Está tudo bem Sara, eu posso cuidar disso, não precisa se preocupar

— Eu não tenho tanta certeza, Simon — Sara adotou uma postura ereta e firme — Você não entende nada disso aqui, nem de pessoas, nem de dinheiro

Simon soltou uma risada sarcástica

— E você acha que não posso aprender?

— Não acho que seja inteligente gastar esse tempo. Ele pode simplesmente ruir enquanto você tenta aprender. E todo mundo sabe que você não é muito fácil, seu gênio no caso.

Simon ficou irritado mas para contrariar Sara, manteve sua voz num tom baixo e calmo.

— E o que você julga ser inteligente então, Sara?

— Vender o hotel

— Vender o hotel? Simples assim?

— Sim. Você vende para alguém que realmente saiba fazer esse trabalho, alguém que já lide com negócios desse tipo.

Simon fechou os olhos e respirou fundo.

— Você nem está levando em consideração o pedido da nossa mãe...

Simon levantou-se do balanço e começou andar de um lado para outro, controlando sua irritação até olhar para Sara e explodir — Ela morreu Sara! Você já conseguiu entender isso?

Ele gesticulava com as mãos e braços para o ar e falava alto
— Ela morreu e este hotel era importante para ela! Você não consegue pensar nisso por um mísero minuto!

Sara também se levantou, o rosto vermelho.

— Eu sei que ela morreu, Simon, você não precisa me dizer!

Das coisas que odeio em vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora