After/The End

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Sem Personagem Intersexual
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- Eu juro que não entendo Carla. - Falei aos prantos enfiando outra colherada de sorvete na boca vendo o olhar de pena da minha melhor amiga em mim.

                     
- juh, você não pode achar que tudo está ao seu alcance. Você não controla tudo. - Ela falou e eu coloquei outra colher cheia do sorvete de chocolate na boca sentindo o gelado descer de uma vez pela minha garganta.

- Eu faço de tudo desde que ele se foi, a única coisa boa que Daniel me deixou foi a lua e agora.. agora... - Eu não consegui completar a frase e comecei a chorar novamente colocando o pote de sorvete de lado, usando a manga da blusa para secar inutilmente meu rosto que voltava a ficar molhado devido às lágrimas.
                   
- Você já tentou deixá-la em aulas de reforço na escola? - Carla perguntou e eu concordei.
                     
- Ela foi expulsa.

- E professor particular?

Eu olhei para ela e passei a blusa pelo meu nariz tentando não deixá-lo escorrer.                

- Você conhece alguém? - Perguntei e a vi se levantar e depois voltar com uma agenda na mão.
                     
- Quando Alicia ficou com nota baixa na escola depois da mudança, Thais me fez procurar várias professoras, e eu encontrei essa aqui. Ela é maravilhosa juh, é paciente, pontual e tem bastante experiência. - Ela falava sem me olhar passando as folhas rabiscadas. - Aqui. Sarah, Sarah Andrade. - Ela falou e destacou um pedaço de folha anotando o número da tal Sarah para mim. - Espero que ela te ajude juh.

                     
- Obrigada Carlinha, vou ligar pra ela hoje mesmo. - Eu falei e abracei minha amiga em agradecimento.
             
Assim que cheguei em casa pude ouvir o som alto vindo do quarto. Minha cabeça latejou e eu subi as escadas ouvindo o barulho aumentar a cada passo que eu dava.                

- Luana.. Abaixa o som filha. - Falei alto tentando fazer com que o barulho diminuísse mas nada aconteceu.                  

- LUANA! - Chamei seu nome e nada.                      

Desci irritada e peguei o papel de dentro da bolsa com o telefone da professora e digitei o número no celular.                  

- Alô?

- Alô, eu falo com a professora Sarah nesse número?

- Sim, sou eu. Em que posso ajudar?

- Sarah, eu me chamo juliette freire.

Eu tentei abafar o barulho colocando a mão no telefone.

- Se eu dou aulas com freiras?           

- Não, eu me chamo juliette freire - falei meu sobrenome alto e escutei um murmúrio do outro lado. - Eu gostaria de aulas particulares para minha filha.

- Me desculpa senhora freire, é que o barulho está muito alto.

Eu soltei um palavrão mudo e abri a porta dos fundos indo para o quintal.

- Melhorou? - Perguntei recebendo uma afirmativa.

- É meu vizinho, ele é... an.. está dando uma festa... Então, eu gostaria de saber se você está livre para aulas particulares, eu preciso de uma professora para minha filha.

- Qual é o período e a matéria que ela precisa de auxílio?

- Middle school. E informei as matérias que Luana estava tendo dificuldade.

one shots (sariette)Onde histórias criam vida. Descubra agora