one shots (sariette)

The Karma Of Love

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Sarah Andrade Intersexual
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- Juliette cuidado!                 

Giu gritou me assustando mas já era tarde. O baque alto e a freada brusca fizeram nossos corpos serem lançados para frente sendo puxados em seguida pelo cinto de segurança evitando um acidente maior.

- Mas que porra foi essa? - Gritei assustada sentindo meu coração acelerado e retirei o cinto rapidamente. - Você tá bem Giu? - Perguntei vendo a outra com os olhos arregalados olhando para frente.

- Nós matamos alguém Juh. - Ela falou e se virou com os olhos cheio de lágrimas.

Eu abri a porta e olhei para trás. Nenhum carro à vista e na frente a estrada sem fim também não mostrava movimento algum.

Cuidadosamente andei para frente e vi uma grande bola caída no chão.

- Ai meu Deus Juh! - Giu gritou e antes que eu pudesse falar alguma coisa ela se jogou no chão puxando o animal cuidadosamente debaixo do carro. - Nós.. Nós.. matamos um porquinho da índia gigante. - Ela falava e chorava ao mesmo tempo e eu me abaixei para ajudá-la.

O animal fez um grunhido parecendo de dor e quando terminamos de puxá-lo pude ver a pata dianteira sangrando.

- Giu, pega na mala uma blusa. - Eu falei enquanto verificava para ver se havia algum outro machucado.

Ela continuou parada olhando o animal.

- Giu, rápido! pega uma blusa dentro da mala.

Ela se levantou e correu até o carro enquanto isso virei a cabeça do bicho para cima e um lado do rosto estava arranhado e saia um pouco de sangue de perto da boca.

- Puta que pariu. Por favor fique bem. - Eu falei como se ele pudesse me entender.

Giu veio com uma regata rosa e eu rasguei passando da melhor forma que podia em volta da pata enquanto ela o alisava.                    

- Vai ficar tudo bem porquinho.. - Ela sussurrou e eu a olhei.

- Capivara.

- O que? - Ela perguntou com os olhos vermelhos.

- Não é um porquinho da Índia, atropelamos uma capivara. - Eu falei e ela abriu a boca e fechou várias vezes. - Precisamos colocá-lo no carro e achar algum veterinário.

Fiz o melhor que pude pegando ele com Giu e o colocamos cuidadosamente no banco traseiro e ele grunhiu de novo.

- Calma Ivete, vai passar.. - Giu falava carinhosamente afagando os pelos curtos e eu fechei a porta vendo que ela não iria sair do lado do animal.

Abri o mapa no celular e procurei a clínica mais próxima que ficava a quarenta minutos e desviado totalmente da nossa rota.

Suspirei e olhei para os lados verificando a existência de outro animal, nada. Mas que diabos essa capivara fazia andando sozinha?                   

Eu acelerei o carro e o caminho seguiu com Giu conversando e alisando Ivete e minha atenção redobrada para não causar mais nenhum acidente.

- Você precisa ser mais atenciosa. - Viviane , a veterinária que nos atendeu falava me encarando de forma séria. - Pela rodovia existem placas indicando sobre a existência de animais que transitam por algum motivo.                 

Eu revirei os olhos e vi através da vidraça da clínica o amassado na parte da frente do carro. - Foi um acidente. Eu não faria nada para machucar nenhum tipo de animal. Você nunca se distraiu no trânsito?