one shots (sariette)

Motel Afrodite

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Sariette Intersexual
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Flashback On

- Sarah vem! A hidro já tá no ponto! - A voz de Roberta soou vinda do canto oposto de onde eu estava, e eu me levantei da cama que já estava completamente bagunçada.

- Eu amo essa hidro. - Falei vendo minha noiva sorrir ajeitando o cabelo em um coque alto.

- Eu também amo o que nós fazemos nela. - Ela rebateu e eu desci os dois degraus me acomodando por trás dela, puxando o corpo para próximo ao meu. - E eu também amo você. - Ela sussurrou virando o pescoço e eu não pude responder, pois no momento seguinte estávamos nos beijando de forma afoita.

Flashback Off              

Suspirei retirando minha calça, jogando junto com a blusa que já estava na cama e permaneci somente de sutiã e boxer.

Cada parte, cada maldita parte daquele quarto me lembrava dos momentos que nós tivemos. Era tortura fazer isso toda semana, mas vir nessa maldita suíte era a única coisa que me confortava, ou eu pensava assim desde que ela terminou comigo.                

Fui em direção ao minibar que havia no canto da parede e puxei uma garrafa de vinho na falta de uma bebida mais forte, aquele era o único momento que eu me deixava desmoronar. Quando colocava os pés para fora daquele maldito motel, eu voltava a ser Sarah Andrade, dona de uma empresa de eletrônicos que crescia rapidamente no mercado.

Às horas passavam sem que eu ao menos pudesse notar e quando mirei para o relógio discreto que havia na parede percebi que faltava menos de quinze minutos para que o pernoite ao qual eu sempre pagava terminasse.

Me xinguei mentalmente e segui em direção ao banheiro, tomei banho em tempo recorde e me vesti. Liguei para a recepção para fechar a conta e assim que saí, tive aqueles olhos castanhos focados em meu rosto.                 

Eu nunca havia reparado na garota da cabine de uma forma sexual, mas lembro fielmente de que todas às vezes que vim com Roberta éramos atendidas por ela.

- Obrigada pela visita, tenha um bom dia. - Ela falou com o mesmo sorriso polido de sempre e eu fiz um aceno com a cabeça antes de me dirigir ao estacionamento e seguir para a empresa.

Outra sexta-feira terminava. Diferente do habitual, comprei uma garrafa de uísque e antes mesmo de chegar ao motel Afrodite já havia terminado.               

Tenho certeza que deixei mais notas que o necessário pela minha corrida com o taxista e assim que passei pela recepção, fui seguida pelos olhos castanhos atentos.

- Hm, é... Boa noite. A senhora... Hm, deseja alguma suíte em especial? - A morena perguntou o de sempre, mas mesmo com meu grau alcoólico pude perceber que ela estava mais nervosa que o normal.

- A 22... 23 tanto faz. - Falei logo as duas. Uma delas deveria estar livre.                  

- Claro, claro. Um momento por favor. - Ela falou segurando meu documento que já estava em cima do balcão e logo os olhos dobraram de tamanho quando um casal passou por trás de mim.

Sinceramente eu não fiz questão de me virar, apenas o fiz quando o babaca bateu a porta do carro com força demais e saiu cantando pneu. Idiota.

- Aqui está senhora. Suíte 23. - A morena falou parecendo menos nervosa e eu estiquei minha mão para pegar a chave e meu documento.