one shots (sariette)

Não Era Amor

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Sarah Andrade Intersexual
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- Não! Por favor... Repete, só... Repete pra eu saber que não tô ouvindo coisas. - Pedi olhando a morena que me encarava com o sorriso sedutor nos lábios.

- Sarah, você aceita conhecer meu apartamento? - Ela perguntou novamente colocando mais emoção na voz e eu só consegui sorrir ainda mais largo.

- É claro que sim amor! É claro que eu aceito! - Falei e ela me puxou para um beijo nos lábios demorado.

- Certo, então amanhã eu passo aqui no seu trabalho pra te buscar, tá bom? - Perguntou e eu mordi meu lábio concordando e logo dei mais um selinho vendo minha garota sair pelo estacionamento.

- Ih, viu um passarinho verde? - Não precisei me virar para reconhecer a voz de Thais atrás de mim. Apenas assenti e me virei ficando de frente pra ela.

- Bianca me chamou pra conhecer o apartamento dela. - Falei animada e minha amiga logo ficou séria.

- Você sabe que eu não gosto de como essa garota te trata Sarah. Vocês namoram o que? Tem 8 meses? Ela nunca te deixou ir sequer na rua dela, agora do nada ela quer que você simplesmente vá? - Ela perguntou e foi minha vez de ficar irritada.

Que minha melhor amiga não gostava da minha namorada eu já sabia. Eu só estava de saco cheio daquele mesmo assunto toda vez.

- Ela é ocupada Thais você sabe.

- Eu sei? Eu não sei de nada Sarah. - Ela falou e se virou ficando de costas, mas logo depois virou novamente pra mim. - Aliás eu sei de uma coisa. Eu sei que isso é furada. Isso não é amor Sarah, eu falei que era cilada e que era pra você correr desde quando esbarrou com ela naquele mercadinho.

Bufei alto e deixei Thais sozinha na frente da porta do estacionamento e entrei para voltar ao trabalho. Eu estava feliz demais e não ia ser minha melhor amiga me agourando que ia me deixar pra baixo.

[...]

- Você mora aqui? - Perguntei saindo do carro e ela logo colocou o óculos escuro no rosto antes de concordar e passar por mim.

Sorri para o porteiro que me olhou com curiosidade e ignorei completamente quando tentei dar a mão para Bianca e ela se esquivou. Seguimos para o elevador e ela apertou o botão do segundo andar. Assim que entramos no apartamento meu queixo simplesmente caiu.

Era tudo sofisticado, tudo organizado e eu fiquei sem jeito de esbarrar em algum lugar e quebrar um dos vasos de aparência tão valiosa. Tentei mais uma vez me aproximar de Bianca e ela se afastou novamente. Franzi o cenho e ela andou em direção a cozinha americana.

- Quer beber alguma coisa? - Ela perguntou e eu neguei.

- Bia, você está bem? Eu sei lá, tô sentindo você estranha. Eu fiz alguma coisa que você não gostou? - Perguntei e vi a morena negar rapidamente.

- Não meu benzinho. - Ela começou a falar toda carinhosa parecendo minha Bianca de sempre e se aproximou segurando na barra da minha blusa. - Na verdade eu tô com dor de cabeça, eu tenho trabalhado tanto e tenho tantas coisas pra resolver sabe? É muito cansativo, muito frustrante ter coisas para arrumar em casa e não ter jeitinho pra lidar com elas. - Bianca respondeu e eu fiquei totalmente atenta.

- Eu posso te ajudar em alguma coisa? Você sabe que pode contar comigo pra tudo né?! - Perguntei e ela concordou me segurando pela mão e me levando pela sala até uma área próxima a janela.

- Olha isso. - Ela falou ao mesmo tempo que apontou para o chão e empurrou com a ponta da sandália o porcelanato fazendo um grande pedaço se soltar sendo arrastado e o barulho alto ecoar pelo cômodo.