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ITABUNA - BA

- Central da polícia militar em que posso ajudar?

- Socorro, tem homem machucando o meu pai, ajuda ele…

- Acalme-se, por favor, qual é o seu nome?

- Alexandre, vem logo por favor…

- Escute Alexandre, eu vou mandar alguém até aí, mas tem que me dizer seu endereço...

- Rua Fernando Lima, n°12, Monte Cristo, ele vai matar meu pai…

Vinte minutos depois uma viatura da polícia militar chegou no endereço indicado e encontrou um homem amarrado numa cadeira com um fio de eletricidade enfiado na boca, estava morto. Alexandre, um garoto de 10 anos, fora achado trancado no próprio quarto, estava assustado, mas sem, sem sinais aparentes de agressão.

O homem chamava - se Tiago Santos e seu corpo fora levado para o Instituto Médico Legal da cidade ao mesmo tempo que a Polícia Técnica chegava ao local para periciá - lo. Examinando o fio retirado da vítima, depois de soltá - lo da tomada, uma perita notou que havia um pequeno papel enrolado nele, ela fotografou, o desenrolou e viu que havia algo escrito nele:

"Ele tentou gritar, mas estava amordaçado, se debateu, mas as cordas estavam bem amarradas e a cadeira firmemente presa no chão. O assassino enfiou - lhe a ponta desencapada de um fio goela abaixo, fazendo - o engasgar, e sorrindo conectou a outra ponta numa tomada. Seu corpo inteiro se sacudia e ele sentia queimar por dentro até que tudo parou, inclusive seu coração."

Horrorizada, a perita concluiu que o papel era uma descrição daquele homicídio, provavelmente deixado pelo autor dele. Ela o colocou em um saco de evidência e o levou para o Departamento de Polícia Técnica(DPT) de Itabuna, lá ele foi entregue para um técnico analisá - lo em busca de digitais e DNA.

O garoto Alexandre estava muito assustado e quando foi interrogado sobre o que havia acontecido com seu pai, ele não disse nada, mas chorou desconsoladamente. Entregaram - no para a sua mãe e no dia seguinte tentaram de novo, mas ele disse que não se lembrava de nada, nem de ter ligado para a polícia. Um psicólogo dissera que a mente do menino estava bloqueando as memórias do que aconteceu por ser doloroso demais para ele e que levaria alguns dias para ele se lembrar, teriam que ter paciência com ele.

Quase uma semana depois, quando soube de dois homicídios ocorridos recentemente na capital baiana, por meio de um colega do DHPP, que tinham em comum bilhetes deixados em cada uma das cenas dos crimes e que pareciam relatar como eles ocorreram, o diretor do DPT de Itabuna suspeitou que todos estivessem relacionados com o de Itabuna e ligou imediatamente para lá informando - os do seu caso e da sua suspeita, talvez estivessem atrás do mesmo assassino.

Mortos ao Pé da LetraOnde histórias criam vida. Descubra agora