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RESIDÊNCIA DE GLÓRIA, VILA LAURA, SALVADOR - BA

Luís almoçava cedo pois dava aulas numa escola durante à tarde, mas Glória sabia que encontraria comida pronta em casa, qualquer hora que chegasse e não havia comida melhor no mudo para ela do que a feita pelo amor da sua vida, mas não comeu sozinha.

- Vi sua entrevista na internet, três assassinatos? Assustador! - comentou Clarisse entre uma garfada e outra.

- Não se preocupe, aparentemente ele ou ela só mata escritores - respondeu Glória.

- O que houve com o seu parceiro?

- Foi suspenso.

- Sim, eu ouvi na entrevista. Mas por que ele foi suspenso?

- É uma longa história sobre outra pessoa, não tem nada a ver comigo por isso prefiro não falar dela.

- Tá bem. E a investigação do caso comentado na entrevista? Como é que fica sem ele?

- A diretora permitiu que eu continuasse investigando sozinha, mas se não andar, ela vai acabar me arrumando outro parceiro.

- Duas cabeças pensam melhor que uma, não?

- Não nesse caso.

- Por que não?

- Além de eu ter que perder tempo explicando tudo o que temos sobre esses assassinatos ao fulano, não quero me arriscar ter alguém buzinando no meu ouvido que a investigação não avança porque eu não trabalho direito. 

- Talvez eu possa ajudar.

- Como? - questionou a investigadora encarando a cunhada com um garfo cheio de comida suspenso no ar.

- Análise comportamental.

- Aquela coisa de analisar o comportamento do criminoso olhando as fotos dos crimes?

- Entre outras coisas, sim.

- Não sei se acredito nesse negócio.

- Não custa nada tentar.

- Mas em que vai me ajudar saber como é o criminoso?

- Você tem algum suspeito?

- As duas vítimas daqui são autores de livros que venceram um concurso, acreditamos que um dos perdedores possa ser o assassino.

- Com a análise comportamental poderemos reduzir o número de suspeitos.

- Nesse caso há um problema: não sabemos nem quem são os ganhadores, imagina os perdedores.

- Como assim não sabem? - questionou Luis, que se mntivera em silêncio até esse momento. Glória explicou - lhe como funcionou o concurso e sobre a sua suspeita de que o assassino tenha hackeado o e-mail da editora para o concurso e descoberto, de alguma forma, quem eram os ganhadores.

- Bom, se ele descobriu, você também pode descobrir.

- Eu não, mas o Renato sim.

- Quem? - perguntou Clarisse.

- Um técnico em computação, irmão gêmeo do Mauro.

- Ah sim! Se ele descobrir, imagino que vocês terão milhares de pessoas para investigar, certo?

- Mais ou menos 3.500.

- Pois é. Como eu disse, posso ajudar a reduzir esse número.

- Mas se errar vai me fazer deixar um assassino escapar.

- Não vai por que não vai descartar ninguém, apenas dará prioridade a alguns.

- Ainda assim, ele terá tempo para matar de novo, se quiser.

Mortos ao Pé da LetraOnde histórias criam vida. Descubra agora