Doze

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Molly.


Passamos uma noite agradável na casa de Sam, apesar de sua mãe ter dado um chilique e dito muitas coisas feias a mim principalmente.


Agora é a hora de contar para a minha mãe, vai ser amis difícil a vai!


Vou contar para vocês um pouco da minha mãe, ela é de família rica seus pais, suas tias sempre tiveram muito dinheiro, quando minha mãe começou a namorar meu pai a família dela não aceito por ele ser "pobre" a família dela é muito preconceituosa, e infelizmente minha mãe não aprendeu com tudo que ela sofreu, minha Vó não fala com ela até hoje e minha mãe herdou todo esse preconceito de sua família, negros, "pobres", como eles dizem, tudo minha mãe descrimina, casais gays então meu Deus!


Já meu pai sempre viveu bem, nunca passou fome, mas também não tinham para esbanjar, era uma família simples onde tudo e todos são bem vindos, é uma família muito receptiva, com calor humano.


Entrei em casa mas deixei a Sam no carro, já no banco do motorista, sabia como essa conversa seria, entrei com dois papéis nas mãos, um era a xerox da carta do tio de Sam e a outra era um bilhete aos meus pais.


Mãe, eu sei que não era assim que você queria que sua filha montasse uma família, mas mãe, eu sou muito feliz com ela e formaremos uma família mesmo assim, espero de coração que você me ajude a enfrentar todos os preconceitos da sociedade. (Mesmo sabendo que essa última frase seria em vão, eu queria tentar)


Pai, a você eu não tenho muito o que dizer, só peço que você me entenda e que do meu lado, eu amo muito você e sei que posso contar com você.


Quando entreguei a carta para a minha mãe ela leu em silencio não disse uma palavra apenas leu e dobrou o papel, parecia que não queria acreditar no que leu, respirou fundo e deixou uma lagrima cair.


- eu poderia esperar tudo de você, mas não que você fizesse essa nojeira, poderia esperar que você fosse uma puta, uma qualquer, mas é bem pior, você é lésbica


- cala a boca, sua preconceituosa, você não aprendeu nada mesmo nessa sua vida, toda rejeição dos seus pais com o seu casamento e você não aprendeu nada. - Disse gritando e secando as lagrimas que escorriam loucamente. E só senti um tapa me atingir com muita força.


- parem, parem já esse banzé não mudará os fatos- meu pai gritou e me abraçou tentando acalmar os ânimos, em vão.


- Cale a boca Gabriel! você não apita em nada.


- Eu pago suas contas, eu coloco comida aqui dentro, e ela também é milha filha, então eu acho que eu apto sim, eu acho não eu tenho certeza que apito e muito mais que você. Agora me dê esses papéis aqui - rebateu rapidamente meu pai vermelho, de nervoso, tomando os papéis dela e continuou me abraçando me protegendo dessa doida.


Eu nunca havia visto meu pai tratar ela dessa forma, ele nunca tinha se alterado com ela, ouvia sempre tudo calado.


Meu pai terminou de ler me virou para ele fungou o nariz.


- obrigada por confiar em mim filha, e com certeza você terá todo meu apoio


Sequei também minha lagrimas, minha mãe nos olhava seria.


- Bom então aproveita que vocês se amam tanto e saiam dessa casa.


- Sabe marina, essa não é uma péssima ideia, eu estou de saco tão cheio de você de suas loucuras mesmo- ele respirou me olhou e continuo falando, mas agora como se minha mãe não existisse ali- filha li aqui que vocês ganharam uma casa tudo bem se... - não deixei ele terminar de falar e o abracei novamente.


- claro papai, você será muito bem-vindo. - quando soltei dele minha mãe não estava mais ali, só ouvimos um bater de porta, fomos olhar e ela tinha se fechado no quarto vazio - menos mal assim papai poderia pegar as coisas dele- passamos o corredor e ouvíamos muitos soluços.


Corri no carro e perguntei se papai poderia ir para a casa que agora seria nossa, e Samantha disse que sim e já imaginava o motivo, então ajudei papai por tudo que era dele no carro, que também era dele, não deixamos nada para tras, nem uma presto barba, jogamos tudo dentro do carro de qualquer jeito, anotei o endereço da nova casa do papai e ele foi embora, peguei minha roupas e fiz o mesmo e fui para a casa de Sam.


Segunda à noite.


Depois de todos esses problemas achei que tudo estava resolvido na medida do possível, achei que nada mais poderia piorar ou acontecer, mas quando tudo está ruim, ainda chove, volto para a faculdade - nesses três anos fiz boas amizades na minha sala- Sheila era uma delas, ela é um amor, amiga pra toda hora e claro que como uma boa amiga, depois de tanto tempo sumida ela queria saber de tudo e com detalhes, a última vez q eu falei com ela foi no dia da morte da tia, contei tudo a ela com detalhes, e ela escutou atentamente apenas fazendo umas caretas, quando eu terminei ela me abraçou e me permitiu chorar tudo que eu precisava, quando me acalmei ela secou meus olhos segurou minha mão e disse que queria ir tomar um suco na cantina, então pegamos nossas bolsas e saímos, sentamos na primeira mesa vaga.


Amiga preciso te contar uma coisa- disse com lagrimas nos olhos e com as mãos geladas.


A Dama e a "Vagabunda" - Conto concluídoOnde histórias criam vida. Descubra agora