"it's just a party"

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Aether sempre tem um semblande reservado, não achei que ele iria realmente me contar oque havia acontecido. Quanto mais ele falava mais eu ficava irritado com seu pai.

-Ele é bem mente fechada, sabe?- Aether tremia, eu percebi, porque ele sempre meche nas próprias mãos quando está nervoso- Então pode ser duro, com as palavras.

Esse lance das palavras de novo.

-E ele sempre briga comigo porque acho que seu sonho era ter um "garotão que joga futebol" coisa e tal. Então eu não o julgo pelo oque ele diz, ou faz- Suspirou-  Acho que o decepcionei.

Eu estava em choque, e o loiro estava quase chorando, fechei minha cara e olhei seriamente para Aether.

- Não se deve ter filhos esperando algo além do bem deles, não se deve criar expectativas de carreira ou nada do tipo, Aether, você é você, e você é incrível, só isso.

Todas as aulas de autoconfiança que Childe(parceiro de negócios do meu pai)me dava quando eu era criança serviram para alguma coisa.
Aether ficou me olhando com os olhos dourados por alguns segundos, acho que tentando processar oque eu havia dito. Acho que ele não era de desabafar com as pessoas então não sabia como reagir.

-É, você tá certo, eu acho, preciso pensar sobre isso, meu pai sempre me diminui, e era violento quando eu era criança, deve ser porque as pessoas acham normal bater em criança.- Nós franzimos o rosto ao mesmo tempo quando Aether terminou de falar.

-As pessoas são idiotas Aether, nunca as escute.

Ele gargalhou.

-Você também é uma pessoa, Xiao.

-Eu estou feliz que esteja bem Aether, mas não deixe seu pai te humilhar desse jeito, lembre-se, ele também te deve respeito.

-Eu entendo.

Não sei em que ponto ficamos tão próximos, eu digo, não metafóricamente, fisicamente mesmo.
Talvez enquanto conversávamos acabamos se inclinando ou coisa do tipo.

Mas eu sei o ponto em que coloquei minha mão em sua nuca e o deixei sem saída no braço do sofá branco. Também sei perfeitamente o ponto em que ele colocou sua mão que tremia no meu ombro descoberto.
Sei como ele suspirou quando me aproximei.

Toc* Toc*

Batidas na porta.

Aether me olhou com desespero que eu nunca vi antes e me afastei.
Ele se levantou colocou uma calça folgada por cima do short tirou seu moletom rosa e o jogou no banheiro fechando a porta do mesmo.
Tudo isso em uma fração de segundos muito rápida.

Não era sua primeira vez fazendo isso, eu notei.

Caminhando em direção a entrada do quarto colocou a trança longa dentro da blusa cor creme e abriu a porta.

-Oi pai.

Ele sabia que era seu pai, por isso entrou em pânico. O sujeito correu seus olhos por todo quarto e parou em mim, podia ver seus olhos queimarem em aversão, mas eu só o olhei sem expressão definitiva.

-Achei que Lumine que havia trazido o garoto. - O homem disse.- Onde ela está?

"Velho intrometido" pensei.
E Aether tremia muito, ele tinha medo de seu pai.

-Ela foi buscar umas coisas no quarto dela e já volta.- Parece que o loiro era treinado para isso sua vida inteira.

Sabe a sensação de querer ajudar alguém e não poder fazer nada?Então, é horrível.

-Mantenha a porta aberta.- Ele saiu.

Aether se virou para mim e ficou vermelho instantaneamente.

Eu só sorri e vi as meninas adentrarem no quarto atrás do loiro.

-Eu mandei uma mensagem para Xinyan e ela confirmou que a festa é nesse sábado!- Lumine chegou sentando na cama grande com um pulo seguida por Amber.
-Xiao você vai né?

-Não sei não, festa de adolescente não é minha vibe.- Respondi.

-Mas as festas da Xinyan são só entre amigos eu juro!Não é aquelas estilo mansão que termina em polícia porque alguém se jogou do telhado- Eu ri junto dela

Na verdade minha risada foi de nervoso, eu já havia me jogado do teto de uma mansão, em uma festa de adolescente. Mas nós não falamos disso.

-Nós normalmente jogamos UNO e gira-garrafa- Completou Amber.

Gira-garrafa.
É diferente de verdade ou desafio, não tem escolha nesse jogo, basicamente você terá de beijar a pessoa que a garrafa apontar.
É diveritdo eu admito, já participei de uns e rendeu vários casais inesperados.
Tirando a parte que Xingqiu chorou por horas porque Chonqgyun beijou a bochecha de Xiangling.

-Se Aether for eu vou.

-Oque?!- O loiro saltou do meu lado

-Espera?AETHER!Você me prometeu que iria!- Sua irmã levantou em um pulo da cama colocou as mãos na cintura olhando furiosamente em direção ao loiro.

-M-Mas.....O pai me deixou de castigo! Eu não posso ir.....

-Eu tenho uma solução pra isso.- Amber disse sujestivamente arqueando as sombrancelhas.

-Prossiga- Acrescentei.

-Não tem a Bárbara?Aquela garota loira bonitinha?- Amber disse.

-Aquela que é crente?- Lumine olhou  para Amber franzindo o senho.

-De crente ela não tem nada por dentro né gata. Então, o pai de vocês não é doido pra juntar Aether e ela?!

O loiro ficou completamente vermelho e olhou para mim como se esperasse que eu tirasse ele daquela situação.
Eu só sorri de canto olhando seu desespero.

-Mas oque isso tem a ver com eu ir na festa?- Aether respondeu se encolhendo de vergonha.

-Bárbara vai na festa! E se a gente disser que vocês vão se encontrar?É só Aether postar uma foto com ela lá na festa, é claro, o senhor Alister não pode saber que vão em uma festa, precisam dizer a ele que irão a casa de Bárbara.-Amber terminou.

-Amber....-Lumine disse- Você é uma gênia.

-Amber, você é doida.- Dessa vez foi Aether.

-Você topa ou não Ether?-Foi minha vez de pressionar o loiro.

-Tudo bem- Ele suspirou- Eu vou.

Amber gritou de alegria.

-Ainda bem!!!- Ela começou a rodopiar pelo quarto com sua saia vermelha.
-Sabe por quê?Aether...- Ela fez uma pausa e olhou para ele- O ALBEDO VAI!!!AAAAH.

Ela pareceu muito feliz mas Aether levantou abruptamente com uma expressão confusa.

-o-oque? M-mas...hã? Não...Ele mudou de cidade, não tem como, impossível.

Eu conhecia Albedo, ele realmente se mandou daqui.

-O emprego dos pais lá não rolou muito bem, enfim, ele tá de volta.- Foi Lumine.

Ether ganhou um tom vermelho nas bochechas.
-Nossa, faz oque? Um ano que eu não vejo ele......

-Albedo é gente boa, vai ser bom rever ele.- Eu disse.

-Você conhece ele?- O loiro se virou para mim franzindo o senho.

-Meu bem, eu conheço metade dos adolescentes problemáticos dessa cidade.