Decisão

61 13 3
                                    

Taeil andava pelos corredores do necrotério com certa calma, apenas um pouco apreensivo, enquanto se distraía com seu celular. Não é todo dia que se tem que lidar com quatro corpos chegando ao local ao mesmo tempo, e não seria algo fora do comum se não fossem as circunstâncias pelas quais levaram a morte de tais pessoas. Uma pessoa carbonizada viva; outra empalada por algum material sólido não identificado; outra foi achada a uns quilômetros das duas primeiras soterrada por algum deslizamento de terra, sendo o último corpo a ser achado; e a última pessoa foi encontrada dentro de um beco com sinais de sufocamento, como se tivesse perdido todo o ar de seu corpo.

A princípio, Moon ficou assustado com tais condições, sendo em seguida acalmado pelo doutor Kim Jongdae, que disse já ter encaminhado o caso para a polícia. Não teria o que temer. Taeil não sabia o que a polícia iria fazer naquele caso, mas se sentia aliviado em não ter que lidar diretamente com isso.

Já era quase madrugada quando ouviu um barulho do lado de fora. Seu coração disparou, pois sabia que não havia muitas pessoas naquele horário, e já estava próximo da hora de voltar para casa. Olhou pela janela do segundo andar, e entre as árvores que haviam depois do muro que separava o necrotério de uma área arborizada. Como o local ficava quase fora da cidade, no lado oposto à montanha de Bukhansan, era de se esperar que não houvesse muitas pessoas por lá.

Resolveu esperar por mais dois minutos, e quando tentou se afastar, percebeu uma luz branca, apenas um pouquinho acinzentada e em forma de círculo. Assustou-se ao ver aquilo, se afastando da enorme janela. A adrenalina do corpo o fez andar rápido pelos corredores, até as escadas, chegando finalmente no pátio e no estacionamento.

Por sorte – ou não –, o seu carro era o único que estava por lá, mas a caminhada da saída do necrotério até o veículo foi... estranho. Taeil estava vendo muitos vultos, algumas silhuetas, coisas que o deixavam ainda mais assustado e um pouco perturbado. Até chegar próximo do carro pareceu uma eternidade, e logo entrou nele.

Pegou o seu celular novamente depois de colocar a sua bolsa no banco do carona. Abriu a conversa com Johnny, que não raramente o convidava para passar a noite na casa dele. Taeil normalmente não aceitava, mas teve que abrir uma exceção daquela vez.

Taeil:

"Espero que não tenha voltado atrás no convite. Posso ir até aí?"

Não demorou muito para ter sua resposta.

Johnny:

"Claro que não voltei atrás"

"Mas o que te fez mudar de ideia?"

Respirando fundo, respondeu:

Taeil:

"Te explico depois"

Naquele mesmo lugar que Taeil não se atreveu a chegar perto, Jongdae acabara de finalizar o feitiço para um sigilo que representa o Positivo. Estava acompanhado de uma bruxa, uma das mais poderosas, Kang Seulgi.

Virou-se para Seulgi, colocando as mãos na cintura.

– Senhora Kang, o quanto você acredita que isso irá dar certo?

A mulher entrelaçou os dedos.

– A probabilidade de sucesso dos círculos é de aproximadamente setenta por cento, quando feitos da maneira correta, e você o fez. Não precisa se preocupar muito, apenas espere que dê certo. – Seu olhar foi para o chão. – Infelizmente, não temos muitos bruxos pelo país, mas acredito que tenhamos o suficiente para efetivar o sigilo de ruptura.

O Bruxo de Bukhansan - DoJaeOnde histórias criam vida. Descubra agora