𝙰 𝚙𝚎𝚍𝚛𝚊 𝚍𝚘𝚜 𝚍𝚎𝚜𝚎𝚓𝚘𝚜

three

✨Boa leitura✨

Quebra de tempo e espaço

    — Não deveríamos ir amanhã? – O Jin reclamava da distância desde que saíram. — Ainda precisamos descansar.

    — Hanguang-Jun e o Patriarca nos pediram esse favor pessoalmente, aposto que algo grave aconteceu. – Yi estava calado, como naquela noite; Sizhui segurava sua espada com a destra e com a outra segurava a cintura do outro Lan, esse que respirava fundo e pensava demais em alguns assuntos não muito agradáveis.

    — Tudo bem para você irmos hoje, A-Yi? – O mais novo lhe perguntou pegando em sua mão e entrelaçando seus dedos.

    — Hum? – Levantou o rosto confuso.

    — Você estava ouvindo o que falávamos, amor? – Sizhui e Ling pararam para olhá-lo, ele parecia triste.

    — Me desculpem, estou cansado. – "Emocionalmente" pensou o rapaz, respirando pesado.

   — O que acham de procurarmos uma pousada, descansamos e amanhã investigamos o que está acontecendo? Ninguém vai morrer por esperar por apenas mais uma noite, certo!?

    — Mm. – Concordaram os dois.

    Não demorou para que os garotos chegassem na vila, que, aparentemente, houveram desaparecimentos constantes. Poderia ser apenas um fantasma de quinta ou algo muito maior, era por isso que eles estavam ali, precisavam saber.

    Os garotos se hospedaram em uma pousada simples, mas aconchegante; nossa amada jovem dama reclamava do lugar, porém aceitaria estar em qualquer lugar que seus namorados estivessem.

    Eles se banharam e trocaram suas roupas; logo descendo para jantar e também conversar com qualquer pessoa que tivesse uma pista do que estava acontecendo.

    Haviam bêbados com histórias de pescador, pessoas exageradas e até mesmo loucas. Os rapazes concluíram que não havia como saber o que era lorota ou não; sendo assim, voltaram para seu quarto e dormiram quase que imediatamente.

    O outro dia chegou e os juniores se levantaram cedo, como sempre. Eles foram em busca de informações; começaram pela família do último desaparecido: Piv Su.

    A história foi confusa e bem estressante, eles eram uma família "tradicional", não gostavam de nada novo e nem nada que os tirassem de sua zona de conforto, bem diferente de seu filho, esse que não ligava para isso, porém,  conhecendo a família que tinha, ele decidiu fugir com seu amado. A família até chegou a dizer que isso tudo era por que as pessoas que sumiram haviam provocado a ira dos deuses por gostarem do mesmo sexo. O que deixou os rapazes extremamente estressados e se não fosse por Lan Yuan os outros dois teriam surtado e agredido o velhinho, nem que só fosse verbalmente.

    Como ninguém mais sabia algo coerente sobre ele, e seu namorado, Nal Soper, havia fugido no meio da madrugada com uma mulher estranha; alguns até acharam que o rapaz se matou, mas sua irmã sente que ele está bem e vivo; ela até os disse que seria perca de tempo o procurar. Os rapazes saíram da casa prometendo trazer respostas.

    — Procuraremos naquela parte da floresta. – Sizhui apontou para um canto específico, onde falaram que os moços e moças se perdiam e nunca mais voltavam, e os outros apenas concordaram.

    Como sempre, o garoto estava no comando e lhes dava ordens; e os outros as cumpriam de muito bom grado, amavam fazer o rapaz feliz, eles não queriam decepcioná-lo.

    — Ouviram isso? – Yi se pronunciou ao escutar um barulho estranho e logo em seguida saiu correndo em sua direção.

    — Calma A-Yi! – Os rapazes gritaram, mas ele os ignorou e entrou na floresta.

    Quando deram por si, estavam cercados por cadáveres ambulantes, eles atacavam de todos os lados, mas os dois jovens sabiam se defender e os derrotaram um por um, lado a lado. O campo agora parecia mais calmo e amplo, o clima mais leve… até que se lembraram do mais novo desaparecido.

    — A-Yi! JingYi!

    — Aparece logo; isso não tem graça.

    O Lan e o Jin gritavam pelo namorado enquanto soltavam alguns palavrões, bom o Jin falava, o Lan sabia que era contra a ética do seu clã.

    — Você vai para lá, e eu vou por aqui! – Sizhui falava apontando para lados opostos.

Quebra de tempo

    As buscas duraram quase 30 minutos, até os garotos se encontrarem em uma parte aberta da floresta. Era um lugar bonito, as árvores eram poucas, o que possibilitava a passagem da luz, mostrando o outro garoto, até então, sumido.

    — Lan JingYi! – Sizhui e Ling correram até o rapaz em expectativa e com receio tinham medo de que aquela manhã tivesse sido sua última vez juntos.

    — Ele está respirando. – O mais velho deles confirmou com seus dedos no pescoço alheio, verificando sua pulsação.

    — Vamos levá-lo para a pousada, conversaremos quando ele... espera aí! – O Jin interrompeu sua própria frase.

    — O que foi, amor?

    — O que é isso na mão dele?

    Seus olhares recaíram sobre o local onde havia uma pedra azul e vermelha, brilhando fracamente, mas, ainda assim, visível.

    — Não sabemos ainda, primeiro cuidaremos de nosso namorado, depois nos preocupamos com isso, sim? – O Lan tentava se manter calmo perante tal situação, mas estava preocupado. O outro estava primeiramente sem pulso e suava frio.

    Eles voaram em suas espadas e logo estavam na estalagem novamente; como eram jovens mestres e pagaram a  mais para o dono, não seriam incomodados.

    Os garotos banharam seu corpo todo para tirar a terra que estava em seus cabelos, rosto e braços. Em seguida, o deitaram na enorme cama de casal com apenas sua faixa na testa e uma cueca box.

    Eles também tomaram um banho rápido e se deitaram, logo após dar um remédio a Lan JingYi, esse que, agora, apenas dormia; mas o tal não largou a pequena rocha brilhante.

    Durante a madrugada Sizhui acordou várias vezes para ver o estado de seu namorado; ele parecia quente demais para alguém sem roupa. Logo sua temperatura ficou extremamente baixa e depois estável. Essa variação fez com que o rapaz mais novo ficasse preocupado e curioso, mas feliz pelo outro estar melhor.

    Após as três da madrugada, o sono dos três se tornou profundo e seguiram a noite tranquilamente.

Quebra de tempo

    Eram 05 da manhã quando JingYi acordou, sua cabeça estava pesando, assim como seu peitoral; então ele resolveu abrir os olhos calmamente, vendo que estava entre os amados, o rapaz suspirou aliviado e pensou ter tido um sonho muito longo, real e estranho.

    Ele se levantou bem devagar, saindo do abraço dos outros dois a contragosto, ele estava dormindo ainda, seu corpo estava meio desligado e ele poderia jurar que o mesmo estava menor e mais leve.

    Chegando no banheiro ele abaixou sua box e logo gritou assustado:

    — AAAAAAH SOCORROO!