Cap. 21 ALYSSA

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Encarei Blake por alguns segundos, seu peito desce e sobe em um ritmo frenético. Ele me encara também, exigindo uma resposta, mas não possuo nenhuma.

Respiro fundo, tentando manter a calma, estou a beira de um colapso e não posso me dar ao luxo de deixar Blake Hard ver meu lado frágil.

Cerro os punhos, obrigando minhas mãos a pararem de tremer.

— Sinto muito Blake, mas não sei os detalhes do acidente, não sei o que aconteceu depois que sai daquela casa — ele aperta os olhos, relaxando a postura — Seu irmão me mandou embora e eu fui, pois era a única saída para mim.

— Alyssa, eu... — Continuo falando, interrompendo sua fala.

— Tom pode estar por trás disso, sim! — solto o ar que estava prendendo com força — Mas não me culpe, pois não sabe o que passei na mão dele antes de ir embora! — Viro de costas, sinto a mão dele tocar meu ombro — Preciso de ar.

Caminho apressada para o lado oposto ao salão onde a festa está acontecendo, passo por alguns corredores até encontrar uma porta destrancada e acabar no estacionamento interno que tem saída para a rua de trás .

Agradeço em silêncio por não ter ninguém ali, assim poderei desabar e me recompor para enfrentar a família Hard. Pelo jeito, eles serão um páreo duro de encarar.

Puxa o ar, segura três segundos e solta! Repito esse mantra cerca de seis vezes, até sentir que minha respiração normalizou e que meu coração não vai saltar pela boca.

— Que dor insuportável! — uma voz suave choraminga.

Procuro pelo estacionamento, mas não consigo encontrar a dona da voz. O local está parcialmente iluminado e todas as vagas estão ocupadas.

— Ai meu Deus! Quando isso vai parar?!

— Ola? Onde você está? — indago sentindo a voz tremer levemente.

— Aqui — ela diz,  a voz falhando — Por favor, me ajuda.

Ando para frente até encontrar uma mulher, grávida, sentada no meio fio.

— Você está bem?! — Questiono preocupada, a mulher parece prestes a dar a luz.

Ela abre os olhos, sua testa possui uma fina camada de suor.

— Não, não estou nada bem — ela faz uma careta de dor — Você pode chamar um táxi? Preciso ir para o hospital, acho que tem algo errado com o bebê.

— Claro — prontifico a ajudar — Você tem um celular? O meu ficou no hotel.

Ela me entrega o aparelho, entro na internet e pesquiso por táxis naquela região, não é difícil conseguir um tão rápido.

— Vai levar uns cinco minutos — explico entregando o aparelho para ela — Quer que eu chame alguém?

— Sim, mas antes, pode me ajudar a levantar?

Aproximo dela e a seguro, a luz bate em seu rosto e tenho a impressão de conhecê-la de algum lugar.

— Respira fundo, vou fazer força para cima — explico segurando a cintura dela por trás — Assim mesmo, muito bom!

— Aí meu Deus! Dói tanto! — ela se curva, segurando firmemente o tecido do vestido.

O táxi entra no estacionamento.

— Calma, o táxi chegou — Exclamo tentando manter a calma também — Vamos.

O taxista nos ajuda a entrar no banco de trás, acomodo a moça ao meu lado e peço para que ele nos leve para o hospital mais próximo.

|CONCLUÍDO| Condenada | Os Hard IIIOnde histórias criam vida. Descubra agora