Encarei Blake por alguns segundos, seu peito desce e sobe em um ritmo frenético. Ele me encara também, exigindo uma resposta, mas não possuo nenhuma.Respiro fundo, tentando manter a calma, estou a beira de um colapso e não posso me dar ao luxo de deixar Blake Hard ver meu lado frágil.
Cerro os punhos, obrigando minhas mãos a pararem de tremer.
— Sinto muito Blake, mas não sei os detalhes do acidente, não sei o que aconteceu depois que sai daquela casa — ele aperta os olhos, relaxando a postura — Seu irmão me mandou embora e eu fui, pois era a única saída para mim.
— Alyssa, eu... — Continuo falando, interrompendo sua fala.
— Tom pode estar por trás disso, sim! — solto o ar que estava prendendo com força — Mas não me culpe, pois não sabe o que passei na mão dele antes de ir embora! — Viro de costas, sinto a mão dele tocar meu ombro — Preciso de ar.
Caminho apressada para o lado oposto ao salão onde a festa está acontecendo, passo por alguns corredores até encontrar uma porta destrancada e acabar no estacionamento interno que tem saída para a rua de trás .
Agradeço em silêncio por não ter ninguém ali, assim poderei desabar e me recompor para enfrentar a família Hard. Pelo jeito, eles serão um páreo duro de encarar.
Puxa o ar, segura três segundos e solta! Repito esse mantra cerca de seis vezes, até sentir que minha respiração normalizou e que meu coração não vai saltar pela boca.
— Que dor insuportável! — uma voz suave choraminga.
Procuro pelo estacionamento, mas não consigo encontrar a dona da voz. O local está parcialmente iluminado e todas as vagas estão ocupadas.
— Ai meu Deus! Quando isso vai parar?!
— Ola? Onde você está? — indago sentindo a voz tremer levemente.
— Aqui — ela diz, a voz falhando — Por favor, me ajuda.
Ando para frente até encontrar uma mulher, grávida, sentada no meio fio.
— Você está bem?! — Questiono preocupada, a mulher parece prestes a dar a luz.
Ela abre os olhos, sua testa possui uma fina camada de suor.
— Não, não estou nada bem — ela faz uma careta de dor — Você pode chamar um táxi? Preciso ir para o hospital, acho que tem algo errado com o bebê.
— Claro — prontifico a ajudar — Você tem um celular? O meu ficou no hotel.
Ela me entrega o aparelho, entro na internet e pesquiso por táxis naquela região, não é difícil conseguir um tão rápido.
— Vai levar uns cinco minutos — explico entregando o aparelho para ela — Quer que eu chame alguém?
— Sim, mas antes, pode me ajudar a levantar?
Aproximo dela e a seguro, a luz bate em seu rosto e tenho a impressão de conhecê-la de algum lugar.
— Respira fundo, vou fazer força para cima — explico segurando a cintura dela por trás — Assim mesmo, muito bom!
— Aí meu Deus! Dói tanto! — ela se curva, segurando firmemente o tecido do vestido.
O táxi entra no estacionamento.
— Calma, o táxi chegou — Exclamo tentando manter a calma também — Vamos.
O taxista nos ajuda a entrar no banco de trás, acomodo a moça ao meu lado e peço para que ele nos leve para o hospital mais próximo.
VOCÊ ESTÁ LENDO
|CONCLUÍDO| Condenada | Os Hard III
ChickLitEsse livro faz parte de uma série com quatro livros. Damon Hard sempre lutou para estar no topo! Ele controla sua vida com mãos de ferro, sem espaço para distrações ou demonstrações de fraqueza. O Basquete é a coisa mais importante na sua vida, pois...