Nina
Quando o evento de recepção terminou, era hora de irmos aos quartos para lermos os termos de confidencialidade e assinarmos. Depois, era necessário entregar o documento na recepção do hotel antes do fim da noite.
Confesso ter ficado distraída por alguns minutos com a decoração daquela suíte. Seus móveis eram modernos e minimalistas como a carta de admissão que recebemos. Objetos e paredes variavam em tons de branco e bege. Apesar de ser caro, aquele era um ambiente calmo e relaxante.
Minha mala estava sobre a cama perfeitamente arrumada, ao lado dos papéis que eu deveria ler e assinar. Imaginar o preço de cada objeto ali me fez questionar como deveria ser a decoração da moradia de Marco.
O evento de recepção tinha facilmente mais do que cinquenta mulheres. Eu não sabia o número ao certo, porque não fiz uma contagem, mas aquela era a minha estimativa. Apesar disso, no dia seguinte descobri que o discurso de Marco foi suficiente para espantar quase metade delas.
No primeiro dia de competição já éramos apenas trinta e seis.
Três dias silenciosos passaram. Não tínhamos nenhuma tarefa específica no hotel, os jurados raramente apareciam, seguranças nos seguiam a todo tempo, jornalistas ocupavam as áreas públicas para tentar nos entrevistar em cada oportunidade e não havia qualquer sinal de Marco.
Triz e eu trocávamos algumas palavras, principalmente durante a noite, quando podíamos ficar sozinhas no quarto de uma. Nós conversávamos sobre nossas concorrentes, seus pontos fortes e fracos. Não tínhamos nenhum plano específico, aquele era apenas um reconhecimento do ambiente.
A quarta-feira começou com uma agitação anormal no hotel: pela primeira vez em dias tivemos notícias de Marco.
Aquela era a data do Halloween, quando pessoas de todo o mundo usam um feriado como pretexto para vestir uma fantasia engraçada ou sexy. Não era uma surpresa que, diante de um hotel repleto com mulheres que considerava bonitas, o milionário queria fazer uma festa.
Marco mandaria uma equipe visitar as suítes das concorrentes para perguntar qual fantasia desejavam. Assim, poderíamos vestir o que quiséssemos naquela noite, com total liberdade para ousar.
Quando ouvi batidas na porta, vesti o roupão branco e caminhei para abrir. Era o meu aliado, que usava uma camisa social branca e uma calça cinza. Franzi o cenho, então ele ergueu a prancheta.
- Pensei que Aika fosse a jurada encarregada pelo nosso andar - comentei.
- Eu troquei com ela no seu caso. - Ele falou enquanto entrava no quarto. Não demonstrou qualquer surpresa, porque já conhecia bem o hotel do amigo. - Você sabe o motivo.
Sorri e fechei a porta animada.
- Veio para me ajudar!
- Não. Eu estou me ajudando a ganhar cinquenta milhões.
Revirei meus olhos e sentei ao seu lado no sofá branco de couro que ficava no canto, em frente à janela que ocupava toda a parede.
- Já pensou no que vai usar na festa de hoje?
Balancei a cabeça para negar.
- Eu não escolhi um vestido com destaque para o primeiro evento, então não sei o que usar agora. Como as outras vão? - perguntei enquanto tentava ler as informações na prancheta. Ele afastou o papel de mim.
- Você deveria apostar nas fantasias clássicas. Elas sempre dão certo e é o que ele quer ver, afinal.
- Quais são as "fantasias clássicas"? - Estreitei meus olhos.
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Esposa de Cem Milhões - 1° Temporada
RomanceAs amigas Nina e Triz estão afundadas em dívidas. Talvez por isso tenham decidido participar de um concurso maluco, criado por ninguém menos do que um CEO misterioso, charmoso entre as mulheres, cheio de fetiches e completamente clichê: Marco Morale...