Tentei com todas as minhas forças,
Apagar o impacto desastroso
Que me colou ao lado,
Beirando,
Novamente
Aquele precipício...Durante um dia,
Uma noite,
As horas mais longas da minha vida chorei...
Chorei ao ponto de doer os olhos,
O pulmão cansar,
Abraçada as pernas,
Me machucar com minhas unhas,
Ferir minha carne...
Para tentar abafar,
O choro intenso daqueles dias.Não gostava,
Não queria,
Não arriscava...
Sair na rua.Tinha medo de te encontrar novamento,
Medo de você não me olhar,
Medo de você fingir que não me conhecia,
Medo de falar o que sentia.
E esse medo não quis me soltar...No meio de tantas dores,
Um parente internado,
As vendas no seu apogeu...
Me acidentei e...
Quase quebrei meu calcanhar.Te liguei,
Chorei...
Por que sempre choro?
Odeio tanto chorar...Já estava no poço,
E agora o que fazia mais era...
Me afundar.Me afundei,
Não comida,
Tremia de sair de casa,
Não tinha segurança de mim.Meu ego? Autoestima?
Estavam mortos de suicídio.Até que tive de viajar...
Viajei, aguentei...
Sério, fui forte.Me reanimei...
Mas estava com o corpo tão magro,
O cabelo tão estranho,
Minhas unhas estavam um caco...
E bom, estava tentando me tratar dessa crise depressiva.Me abraçava na cama,
As madrugadas eram saidas,
Eram elas e cicatrizavam as feridas,
E os remédios que tomava me deixavam dopada durante o dia,
Mas com insônia na madrugada.Estava meio curada,
E mais resolvida.Decidi seguir em frente,
Decidi seguir minha vida.Voltei para a igreja mas...
Não me senti bem vinda,
Responsabilidades em dobro,
Desconfianças e pessoas oferecidas...E eu só pensava uma coisa:
"Ninguém se deu conta que nesses tempos eu estava em uma crise depreciativa?"Aquilo só martelava ainda mais a dor,
Decidi me afastar...
Saí da igreja,
Agora só estudos e casa...Olhava no espelho,
Me sentia enojada...
O corpo que você tocou com tanto amor...
Me sentia um lixo,
Uma piada,
Me senti tão usada...Tive minha vingança no cabelo,
O cabelo que você tanto amava...
Cortei com medo,
Na medida do ombro.Me senti transformada;
Assim como uma fênix,
Das cinzas renascida...
Onde eram feridas abertas,
Agora eram cicatrizes florescidas.Estava forte demais para me abalar.
[...]
L. W. S. C.
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•Insônia•
PoesíaSabe aquela poesia que deve ser sentida? Não apenas cantarolada? Cada soneto de insônia foi imaginada para se igualar a realidade, inspirada por Nietzsche, Shakespeare, Bukowisk, Diogo Álvaro, Clarice Lispector, e alguns quadros como do Asencio, Jac...