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— Não... - começo a rir quase que imediatamente após ver aquilo, era como se o universo quisesse me ensinar uma lição. - Só pode ser uma brincadeira, cara. - pego a pétala que estava dentro da pia e a jogo fora, faço uma concha com as mãos e leva um pouco da água da torneira até minha boca, lavando aquele gosto metálico de minha boca. Volto até a escrivaninha do meu quarto, pesquisando mais sobre a doença de Hanahaki.

Abro um site qualquer que continha, aparentemente, as informações completas.

A doença parece ser dividida em três estágios, sendo eles:

Primeiro estágio: "Sem dor, sem valor"Você começa a tossir as pétalas de flores, porém não a dor alguma, fazendo aquilo ser apenas um fútil contra o tempo.

Segundo estágio: "Por favor me ame!"
As flores começam a tomar conta dos seus órgãos internos, agora existe uma dor mediana que incomoda e as flores agora vem inteiras e com espinhos, começando a virar uma tortura.

Terceiro estágio: "Oh Maria, como fazes para seu jardim crescer?"
A morte se aproxima, as flores agora fazem parte de você, principalmente com o fato de você vomitar buquês inteiros de flores.

O segundo e o terceiro estágio me assustam, eu só sabia o básico sobre essa doença, como ela acontece e um dos possíveis finais. Até porque, há cinco minutos eu não acreditava nessa "lenda".

Rolo o site para baixo pelo mouse, encontrando os possíveis curas da doença.

Sendo chamadas de "finais", as curas são divididas como os estágios, em três:

Final Bom: A pessoa tem seu amor correspondido, o que faz com que a vítima da doença seja curada.

Final Neutro: Nesse final é feito uma cirurgia e as flores são removidas do corpo do indivíduo, porém existem consequências como a pessoa perder todo o sentimento que tinha por aquele que amou. Algo que pode acontecer é a perda de memória sobre a pessoa que amava ou até mesmo a perda de todas as emoções.

Final Ruim "Morra por amor!": Como o título já diz, nesse final o indivíduo não teve seu amor correspondido e optou por não fazer o final neutro (seja por causa financeira ou não) o que o faz depois de anos com essa terrível dor, morrer por aquele que amava.

Assim que termino de rolar meus olhos sobre a tela do notebook, me lembro da garota que Yoongi tanto falava sobre. Não fazia ideia de que uma das consequências do "final neutro" era a perda de memória, será que isso realmente aconteceu com ele?

Mais um incômodo na garganta, bebo um pouco de água mesmo sabendo que não iria resolver nada. Começo a tossir de novo, uma, duas, três pétalas... E no final tenho uma rosa inteira.

— Hey! Min, aqui! - chamo a atenção do garoto que varria os olhos pelo pátio do colégio a, acredito eu, minha procura.

— Eu já tinha te visto, estava procurando a Hana mas acho que ela não veio hoje. - o sorriso que eu segurava para Yoongi caiu ao ouvir suas palavras. Mas assim que penso em Hana, lembro que queria fazer perguntas ao meu amigo.

— Yoongi, posso te perguntar uma coisa? - ele me encara com seus olhos cansados de sempre e assente sem nenhum esforço em suas ações. - Você já fez alguma cirurgia?

— Ano passado. - foi direto.

— Por que precisou de cirurgia?

— Não me lembro ao certo, mas minha mãe falou que foi pra retirar uma massa do meu coração, não era um câncer ou um mixoma, mas era algo que precisava ser retirado. - assim que me explica, concordo com a cabeça. Que estranho ter uma cirurgia que parece tão importante e não se lembrar de nada. - Mais alguma coisa?

— Sim, na verdade. - o garoto me olhou esperando que eu continuasse. - Quem é Yang Haru?

— É a segunda vez que me pergunta sobre essa garota. - Yoongi suspira cansado sem expressão, como era de seu costume - E pela segunda vez, não conheço nenhuma pessoa com esse nome. - ele realmente teria passado pelo tal “final neutro”? - Vamos pra sala, a aula já vai começar. - ainda vou descobrir mais sobre essa garota. Yoongi não era um cara que se esquecia das coisas facilmente.

Um incômodo na minha garganta atrapalha minha concentração na explicação da matéria, não aqui! Droga!
Começo a tossir sem parar, o professor notando minha situação autoriza minha ida ao banheiro. Ao me levantar, vejo a feição preocupada de Yoongi. Ele desconfia do que possa ser isso.

— Eu falei que poderia se machucar. - o garoto aparece na porta do banheiro assim que cuspo a última pétala entalada em minha garganta, enxaguo minha boca e o olho.

— Por que tão preocupado, Min? De todas as pessoas achei que você seria a última a acreditar em uma maluquice como essa. - ele não me responde, não era do seu feitio me deixar falar sem uma resposta, mesmo que direta ou mal humorada. - Foi porque isso aconteceu com você antes, não foi? - de novo sem resposta - Você pode não se lembrar de Haru, mas eu me lembro, lembro de cada coisa que você falou dela. Não se lembra dela por causa da sua cirurgia, a massa em seu coração era ela.

— É óbvio que me lembro dela.

Killing MeOnde histórias criam vida. Descubra agora