Ruína - Parte I

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Queridos, a guerra será dividida em duas partes ou mais, porque será muito extenso, talvez chegando a 5k de palavras. Tendo em vista que pode acabar cansando a vistinha de vocês, preferi separar em mais capítulos, ok? 💕

Aviso: Neste capítulo terá linguajar inapropriado e cena de sexo semiexplícita.

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PARTE 1

Alguns dizem que a escuridão é o lugar mais temido, com criaturas indescritíveis, capazes de dilacerar um ser humano com um único rasgar de dentes. A primeira guerra rúnica que tivera existido fora provocada por Kayle ao invocar Alpésia no desespero de ter o Sol e a coroa de Morgana para si. Ao que parecia, fora tudo em vão, pois apostou alto e estava prestes a perder todos a quem a bruxa do Sol amara. Sua filha, o bebê em seu ventre, o marido, a irmã, a deusa a quem tanto seguiu fielmente. Talvez seus pais se revirassem nos túmulos em desgosto. E ela sabia que merecia tal ato. Merecia tal ódio e não lutaria contra isso.

Kayle havia aceito seu destino. Morreria, levando Alpésia junto de si, a tirando do mundo que tanto amava, salvando a todos que mereciam respirar, diferente dela.

Fora tão ruim, tão maligna e cega, sedenta por poder, por sangue. Acabara por findar o próprio fim e não acreditava que tal destino pudesse ser desfeito. Sabia que Morgana estaria disposta a lutar com unhas e dentes para protegê-la, para tentar encontrar uma maneira de salvá-la. E por isso tinha um plano em mente. Sabia da única arma capaz de matá-la. Por isso, faria de tudo para que encontrassem por ela, omitindo tal informação da irmã, pois sabia que as irmãs dela a matariam sem hesitar, já Morgana... preferiria afundar um punhal em seu próprio coração do que trai-la.

Engraçado. Kayle não pensara duas vezes antes de trai-la, e lá estava Morgana convocando todos os reinos e todos os seres, até mesmo os mais cruéis e perigosos, se expondo ao perigo, para tê-la a salvo.


Kayle

Estava frio. Batia os dentes e passava as mãos sobre os braços desnudos para tentar lutar contra a temperatura que ameaçava congelá-la. Pelo menos a barriga era mantida aquecida por Alpésia, pensou amargamente. Com o plano do lado da mente que aprendera a manter afastada da entidade, Kayle se levantou, ainda batendo os dentes, indo em direção ao riacho que costumava se lavar, ou vomitar a depender do dia.

A barriga já estava mais que aparente. Diria estar no oitavo mês de gestação graças à velocidade ampliada por Alpésia para garantir a criança ao Moloch. Estava determinada a afundar o Colhedor Noturno dentro de sua garganta, explodi-la completamente. Iria junto até o inferno, mas veria de lá o seu pequeno crescendo e sendo feliz, vivendo sob a proteção da bruxa mais poderosa que botou os pés naquele mundo. Morgana.

Parada diante do riacho com águas cristalinas, observou seu reflexo. Estava mais magra do que antes, mais pálida e com olheiras profundas. Esquecera a última noite de sono boa que tivera desde então. Amava com todas as forças o que conquistara — roubara —, mas amava muito mais as coisas que viria a perder por sua ganância estúpida. A filha que criara com tanto amor e carinho, o mesmo que recebeu do pai e nunca da mãe, do amor que desenvolvera pelo marido, do respeito e amor que recebera de seus súditos. Foram enganados? Sim. Mas souberam lidar com isso e respeitá-la por quem se tornou. Só não podiam esperar que um monstro que vivia em seu interior saísse por aí e destruísse tudo aquilo que ela levou milênios construindo.

Virtude: A Verdadeira EscolhidaOnde histórias criam vida. Descubra agora