Virtude: A Verdadeira Escolhida

Ruína - Parte II

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Camille

Quando se passa por tantas explosões, desviando de todos os estilhaços, por mais que seja um robô como a agente de elite de Piltover, uma bruxa poderosa de Coven, é difícil de escapar de todos. Acaba sempre que um perfura sua pele. Mas e quando se é exposto a dezenas de explosões seguidamente? Não há magia no mundo que conseguiria contê-las. E fora isso que ocorrera a ela. Centenas de estilhaços perfuraram sua pele pálida, deixando profundas cicatrizes e traumas imensuráveis. Nunca mais confiara em homem nenhum, não depois de ter sido usada e escravizada.

Ainda era um choque de realidade estar namorando com Zyra há quatro anos. Mais estranho ainda para ela acordar todos os dias com uma Evelynn radiante, praticamente sendo puxada pela coleira que Vayne colocou em volta de seu pescoço. Jamais pensara que a succubus fosse se apaixonar, ainda mais por uma meia-humana. Ou melhor, por uma caçadora de demônios. Mas a vida surpreende a todos, quando se menos espera.

Estranhara Zyra desde o momento que levantara e notara que os espinhos estavam mais arrepiados que de costume. Sabia que isso acontecia quando algo estava a incomodando, tirando seu sono. Não quis tocar no assunto ou questioná-la, porque sabia que ela fugiria do assunto como de costume. Sabia que, apesar do amor que demonstrava em seu olhar, ela não gostaria de preocupar sua amada, principalmente depois dos eventos anteriores com Flynn.

Um sorriso diabólico surgiu em seus lábios, lembranças da tortura que providenciou para o homem tomando conta de seus pensamentos. Praticamente lambera a boca, se deliciando com a doce lembrança, com a doce vingança que tivera. Se esticou e caminhou até à mesa do café da manhã. Mas ninguém estava lá, nem mesmo Eve e Vayne.

Aguçando sua audição para ver se estava sozinha no castelo, se arrependeu terminantemente após ouvir os gemidos ensurdecedores das amantes. Tomou café sozinha, com os pensamentos rondando sua mente como uma serpente pronta para atacar um ratinho inofensivo e trêmulo da cabeça aos pés, sem saída.

Não conseguiu ignorar o aperto no coração ao pensar em Zyra. Ela saira com a desculpa de que apenas tinha uma coisa importante a fazer por Morgana antes da guerra e mais nada.

Sentia a presença de Morgana e Ahri, o que era novo, a shacal estava afastada há anos. O cheiro da Ascensão de Espinhos estava frio, muito frio, longe. Não se aguentou e resolveu ir até o Oráculo para questionar onde ela estava, para ir atrás, mesmo que escondida.

Desceu as escadas e se deparou com a sala do Oráculo completamente vazia. Mas que diabos...? Fechou os olhos por alguns segundos. Quando os abriu, o azul das íris robóticas fora preenchido por um amarelo intenso como ouro, se tornando capaz de observar por debaixo de todos os materiais sólidos ao seu redor. Identificou uma passagem oculta, uma espécie de passagem secreta mais adiante, após alguns corredores.

Se aproveitando da sentinela acordada dentro de si, atirou suas cordas metálicas de suas pernas nas paredes, percorrendo o caminho como uma verdadeira aranha cibernética. Percorreu todo o recinto numa velocidade inumana. Usou a visão aguçada para identificar como abrir a passagem, sendo recebida por um corredor que dava para uma parede sem saída. Estranho. Semicerrou os olhos, caminhando rapidamente e parando diante da porta roxa. Ousou passar a mão pela parede e sua mão foi devorada pela escuridão para, em seguida, ser banhada por uma luz azul.

— Que merda...? — se sobressaltou, puxando a mão e saltando para trás.

Respirou fundo e pensou em fazer uma completa merda, que possivelmente poderia resultar em diversos ossos quebrados. Mas ela era uma bruxa, e imortal. Valia o risco. Estalou o pescoço para os dois lados e então correu sem hesitar em direção ao portal misterioso. O corpo foi engolido pela luz azul. Sua garganta secou enquanto despencava metros e metros até cair rolando pelo chão diamantado e liso. Sentiu gosto de sangue preencher sua garganta. Cuspiu e comprovou que o gosto realmente fizera jus à situação.