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Lili Reinhart

Resolvi guardar para mim o meu breve encontro com Cole Sprouse. Do jeito que meus amigos se animavam com essas coisas, encheriam a minha paciência fazendo perguntas que eu não saberia responder e com certeza ficariam aborrecidos quando eu dissesse que não gostei de conhecer o astro de cinema que eles tanto elogiam. O achei convencido demais, numa pose de alguém que queria sempre estar certo.

Eu tive aulas da faculdade naquela noite e voltei para casa logo que elas acabaram. Eu ainda tinha que escolher uma celebridade e destrinchar a vida dela de cabo a rabo. O pior era que ao conversar com alguns de meus colegas, descobri que parte deles já tinha meio caminho andado e eu nem mesmo escolhi o bendito famoso que seria o foco da minha pesquisa.

Foi cansativo tentar escolher alguém, ainda mais quando os únicos artistas que eu gostava já estavam mortos. Nunca fui uma pessoa de embarcar em sensações do momento como boybands de música pop ou divas que ficam famosas do nada por algum motivo. Isso tornava mais difícil ter preferências porque na verdade eu não tinha nenhum favorito.

Enquanto lia alguma coisa sobre o Grammy do último ano, ouvi batidas em minha porta.

— Sim? — respondi.

Camila abriu a porta devagar, mas não entrou totalmente. Ela estava com a cara amassada como se tivesse acabado de acordar.

— São duas da manhã. — falou. — Você precisa dormir. Temos que trabalhar às sete.

— Eu sei. — suspirei devagar. — Rápido, diz o nome de alguma cantora do momento.

— Olivia Rodrigo.

— Quem?

— É sério? — franziu a testa. — Lili, vai dormir! — fechou a porta ao ir embora.

Desisti de fazer aquilo por ora e segui o conselho da minha amiga. Como resultado, acordei sentindo como se minha cama fosse um enorme ímã me atraindo e implorando que eu continuasse deitada sobre ela. Levantei quase me arrastando e já pensando em qual local da livraria eu me esconderia para um cochilo.

A manhã não foi tão agitada como eu esperava e eu aproveitei disso para realmente dormir por algumas horas em um dos sofás da pequena salinha de leitura dos fundos. Fui acordada por Will algumas horas depois. Ele me trouxe uma xícara de café recém preparado.

— Teve uma noite difícil? — perguntou sentando ao meu lado.

— Eu acho que nunca demorei tanto para escolher o tema de um seminário antes. — reclamei. — Me sinto com dez pontos a menos de QI toda vez que abro um site de fofocas.

— E se você acabar tendo que trabalhar em um desses sites depois que se formar? Não dá para escolher a dedo o que vai fazer sempre.

— Eu acho que se eu tiver que fazer isso vou definhar como uma planta no deserto. — brinquei.

Ele riu e eu não pude evitar de encarar aquele sorriso de dentes perfeitos. Ele já usou aparelho alguma vez? Com certeza sim. Não dava para nascer com uma arcada dentária tão alinhada.

— Sua cabeça está cheia de coisas sobre a faculdade e o trabalho. — ele foi dizendo. — Você deveria fazer alguma coisa para sair da rotina, se desestressar. — sugeriu.

Behind the Scenes ˢᵖʳᵒᵘˢᵉʰᵃʳᵗOnde histórias criam vida. Descubra agora