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Cole Sprouse

Eu sentia como se a qualquer momento o que eu tinha com a Lili pudesse acabar. Ela ficava nervosa quando um paparazzi a seguia, se sentia mal quando diziam coisas negativas sobre ela e seu incômodo era bem claro toda vez que relatava que algum jornalista a estava importunando para uma entrevista que ela não queria fazer. O mundo da fama não era uma coisa que ela queria e saber disso me fazia sentir culpado, mesmo eu sabendo que não era a minha real intenção ser a raiz dessas coisas.

Estava tentando manter o nosso relacionamento como podia. Declarei o meu amor, não quis deixá-la sozinha em nenhum dia e quando não podia estar com ela, lhe enviava presentes. Flores, caixas de chocolate, cestas de café da manhã e até mesmo um par de brincos de diamantes foram enviados para ela em meu nome. Ela sempre ligava dizendo que eu não tinha que fazer aquilo, mas agradecia e dizia o quanto me amava. Me sentia ainda mais apaixonado quando ouvia aquelas três palavras saindo de sua boca.

Também gostava de levá-la para a minha casa, onde passávamos alguns finais de semana inteiros isolados do resto do mundo. Eu a fotografei diversas vezes naqueles momentos e resolvi deixar aquelas fotos para mim, exceto por uma única de quando em uma manhã preguiçosa, ela me preparou um café da manhã na cama. Tirei a foto quando ela estava prestes a sair do quarto e deu uma última olhada para mim por cima do ombro, com um sorrisinho pequeno e sapeca no canto da boca.

Minhas melhores manhãs. — legendei.

Ela já estava trabalhando em seu estágio na T.A. News e a ouvi reclamar sobre diversas coisas, principalmente sobre não lhe darem tanta confiança e não quererem ouvir suas sugestões. Mesmo assim, Lili conseguia se manter positiva e dizia que estava apenas começando e que era normal que as pessoas não confiassem em sua inexperiência. Eu queria poder ajudar de alguma forma, mas sabia que meter o meu dedo naquilo já era demais, ainda mais quando eu já era seu chefe sem que ela soubesse.

E por falar na livraria, em algumas semanas ela já estava de pé e tínhamos uma data de inauguração. Nos e-mails que Lili enviava para mim, ela parecia animada ao falar com Carl Mitchell, seu novo chefe que ela nem fazia ideia de quem era. Aquela mulher era orgulhosa e gostava de sentir que estava conquistando tudo sozinha, então não seria uma boa ideia ainda contar que fiz aquilo por ela, mas um dia eu teria que revelar.

"Caro senhor Mitchell,

Estou muito ansiosa para a inauguração de amanhã! Agradeço que tenha permitido que fizéssemos a festa para nossos clientes, tenho certeza que isso será bom para as vendas. Tenho altas expectativas para essa nova fase e espero que possamos trabalhar de forma mais próxima. Veremos o senhor aqui amanhã? Queremos muito conhecer a pessoa que salvou o nosso lugar favorito.

Um abraço,
Lili."

Era uma pena que o Carl tivesse que recusar. O que eu faria? Contrataria um ator para se passar por mim? Isso seria loucura e muito pior do que simplesmente fingir que eu não podia aparecer. Além disso, meu empresário foi bem claro ao dizer que ninguém além de nós dois deveria saber sobre aquilo. Os colunistas de fofocas iriam adorar saber sobre meus novos negócios e se tem uma coisa que todo empreendedor concorda é que as coisas dão certo quando são feitas em silêncio.

"Boa noite, Lili!

Sinto informar que infelizmente não poderei comparecer à inauguração, mas confio que vocês irão receber bem as pessoas por mim. Boa sorte nesse primeiro dia e que todos os que vierem sejam gloriosos!

Saudações,
Carl."

E depois de enviar aquele e-mail, separei uma das fotos que tirei de Lili na livraria, de quando ainda não namorávamos e eu ia até lá para importuná-la à noite. A fotografei quando estava no alto de uma das escadas das estantes, separando alguns livros. Com um livro na mão, ela havia se virado sutilmente para trás, olhando para a lente da câmera no exato momento em que bati a foto.

Behind the Scenes ˢᵖʳᵒᵘˢᵉʰᵃʳᵗOnde histórias criam vida. Descubra agora