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Lili Reinhart

Achei mesmo que aqueles fogos de artifício explodindo em nosso peito após um beijo era só coisa de livros, que não acontecia na vida real e que eu não deveria esperar nada além de alguém que soubesse como usar os próprios lábios. Pensava assim porque não os senti com Will mesmo já tendo uma quedinha por ele há meses. Mas com o Cole a coisa foi bem inesperada. Eu nem sequer imaginava que estava atraída por ele e quando nos beijamos foi como se eu tivesse consolidado aquilo e finalmente tido certeza de que sim, eu estava mesmo atraída por aquele cara.

Senti aqueles fogos de artifício dentro de mim e bem mais que isso, as borboletas agitadas no estômago de que tanto ouvi falar e até então não conhecia. Sempre fui muito racional quando se tratava das minhas relações, mas agora eu não queria pensar em detalhes, só queria viver o que meu coração estava desejando. Era uma sensação nova e boa, me fazia sentir com quinze anos, quando meus hormônios falavam mais alto do que a razão e me apaixonar parecia uma coisa extraordinária demais para ser simples.

Mas eu estava apaixonada? Fazia tão pouco tempo que nos conhecíamos, como isso poderia ser possível? Talvez fosse o jeito excêntrico que ele tinha, a maneira como conseguia me fazer rir com facilidade e o quanto Cole era um homem interessante. E com ele? Talvez fosse o meu modo de tratá-lo como mais do que um ator famoso. Às vezes eu até esquecia desse detalhe porque realmente não fazia diferença quem ele era ou como ganhava a vida. No momento, ele era o dono dos lábios que eu queria beijar até perder o fôlego.

Ainda assim, tinha uma coisa me incomodado, algo parecido com a etiqueta de uma blusa nova que espeta a gente até explodirmos de estresse e termos que cortar aquela coisa de uma vez. Eu tinha que cortar uma coisa, ou melhor, alguém. Minha etiqueta se chamava Will e ela me espetava sempre que eu finalizava um novo beijo com Cole e voltava à realidade.

Fiz o possível para não deixar que nada que estivesse além dos arredores daquelas montanhas pudesse determinar como seriam os ânimos do nosso fim de semana. Tudo foi perfeito como deveria e nos concentramos em viver o presente sem arrependimentos. Como uma boa leitora que adorava romances, seguir o meu coração me parecia mais atraente do que parar e analisar o que quer que estivesse acontecendo entre mim e Cole. Era certo que eu seria a pessoa responsável por determinar nossos rótulos em breve.

— Pensando demais? — a voz dele me despertou do meu pequeno universo particular.

Cole sentou ao meu lado na beira do lago onde havíamos acabado de dar um mergulho. Meus cabelos estavam ainda úmidos, mas haviam parado de pingar depois de eu esfrega-los com uma toalha. Saí da água antes dele quando notei meus dedos começando a enrugar, mas ele não se demorou a vir até mim.

— Só aproveitando a luz do sol. — respirei fundo olhando para o céu incrivelmente azul sobre nós.

Ambos ficamos em silêncio olhando para a paisagem. Diferente de como era com as outras pessoas que eu conhecia, estar em silêncio perto de Cole não era desconcertante ou tedioso, na verdade eu me sentia confortável e ciente de que estava tudo bem não me esforçar para socializar. Era ótimo encontrar alguém que entendia que apenas a presença já valia de muito e podia ser aproveitada de formas simples. Eu sentia como se fôssemos peças diferentes que se encaixavam.

Quebrando a paz daquele ambiente, meu celular começou a tocar. Prometi a mim mesma que o deixaria em modo avião até voltar para casa, mas até eu sentia falta da internet às vezes.

— Ei, Cami. — eu disse ao atender a ligação.

E aí, como estão sendo suas férias fora de época?

Ótimas! Estou me divertindo muito. — sorri.

As fotos que ele tirou de você ficaram tão lindas! — elogiou. — Mas uma certa pessoa não gostou tanto assim...

Behind the Scenes ˢᵖʳᵒᵘˢᵉʰᵃʳᵗOnde histórias criam vida. Descubra agora