03

388 52 14
                                    

Lili Reinhart

Tive que contar para Camila sobre o Cole. De início, ela não pareceu acreditar em mim e me pressionou para dizer por quais motivos eu estava inventando aquela história para ela. Só consegui provar depois de mostrar as imagens das câmeras de segurança da livraria, das quais apenas eu tinha acesso. A partir daí ela ficou histérica e me fez diversas perguntas desconcertantes demais para serem respondidas. Coisas como o cheiro dele, a maciez de sua pele, como eram seus olhos de perto ou se a voz dele parecia tão máscula quanto na TV.

Eu não conseguia compreender todo aquele alarde em cima de uma pessoa tão comum quanto o Cole. Claro que no primeiro momento em que o vi eu fiquei um pouco chocada, mas não fiquei energizada como Camila ficou quando eu lhe contei. Depois das breves vezes que o vi, passei a vê-lo como qualquer outra pessoa e algo me dizia que ele gostava disso.

No sábado, aconteceria o show do Måneskin ao qual eu iria na companhia de Will. Eu não sabia bem o que vestir, mas já que era um show de rock eu tentei me encaixar como pude no padrão sem sair do que eu gostava nas minhas roupas.

— Essa é a combinação de roupas mais neutra que eu já vi. — Camila disse quando eu saí do meu quarto.

Eu usava jeans preto com rasgos nos joelhos, uma camiseta branca e uma jaqueta jeans clara. Nos pés, eu usava um tênis. Meu cabelo estava preso em um rabo de cavalo e eu usava alguns anéis nos dedos.

— Acha que eu pareço sem graça? — perguntei receosa.

— Você vai a um show do Måneskin, não é como se precisasse de um vestido com um lascão ou salto alto, mas seria legal se você colocasse um pouco de gloss.

— Ok. — dei meia volta para pegar o gloss no quarto.

— Ou melhor... — Camila me fez parar e prestar atenção nela de novo. — Gloss vai deixar ele todo besuntado quando vocês se beijarem. Melhor um batom matte, mas uma cor clara, você não costuma usar nada forte.

— Você acha que a gente vai se beijar? — arqueei a sobrancelha.

— Obviamente. — assentiu. — É isso que as pessoas fazem em encontros.

— Isso é um encontro? Ele não disse a palavra encontro. — comecei a ficar nervosa. — Ele disse que era para me distrair e...

— Lili, querida, sério? — olhou-me com o cenho franzido. — Vocês estão há um ano flertando, se não se beijarem hoje eu vou me jogar da nossa varanda.

— Não seja exagerada. — eu ri.

Nesse momento a campainha tocou e eu troquei olhares com Camila.

— O que está esperando? — ela perguntou.

— Só estou pensando se eu esqueci algo... — olhei em volta.

— Batom matte. — ela disse.

— Sim! Atende pra mim?

Ela resmungou levantando do sofá com certa relutância e eu fui até o meu quarto pegar o batom. Ouvi a voz dele e fiquei ainda mais nervosa, meu coração parecia agitado em meu peito. Era um encontro? Ele tentaria me beijar? Faz tanto tempo que eu não beijo, eu ainda sabia fazer isso? Eu sentiria aquelas explosões de fogos de artifício dentro de mim assim como os personagens dos meus livros favoritos sentiam?

Finalmente saí do quarto e vi Will conversando com a Camila. Ele estava lindo, mesmo que parecesse igual a todos os outros dias. E o perfume dele chegou em meu nariz assim que abri a porta.

— E aí está ela. — Camila acenou com a cabeça na minha direção.

Will se virou para mim e abriu um sorriso de canto logo após soltar um suspiro.

Behind the Scenes ˢᵖʳᵒᵘˢᵉʰᵃʳᵗOnde histórias criam vida. Descubra agora