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Cole Sprouse

Provavelmente eu não deveria estar ali. Eu deveria ignorá-la, parar de vê-la e me conformar que as coisas não deram certo. Mesmo assim, eu ainda saí de casa e fiquei do lado de fora da livraria, dentro do meu carro, olhando para a vidraça do estabelecimento enquanto tentava criar coragem para ir até lá. Mas o namorado dela também estaria, então isso iria acabar sendo bem desastroso para mim.

— O que diabos você está fazendo? — falei para mim mesmo, decidido a ligar o carro e ir embora.

Antes que eu pudesse girar a chave, uma movimentação na entrada da livraria chamou a minha atenção. A porta foi aberta e Will apareceu sendo literalmente chutado para fora com tamanha força que ele quase derrubou a caixa de papelão que carregava. Depois de cambalear e se recompor, ele olhou para o interior da livraria e gritou alguma coisa inaudível.

Seu semblante era derrotado, principalmente levando em conta o nariz aparentemente quebrado e cheio de curativos. A pessoa com quem ele gritava saiu da livraria. Lili. Ela estava furiosa e fazendo punhos com as mãos enquanto gritava de volta de uma maneira que deixava as pessoas que passavam espantadas.

Ela tentou chutá-lo mais uma vez, porém ele saiu correndo até chegar ao seu carro do outro lado da rua. Eles haviam terminado? E ela o havia demitido? Isso era ótimo! Soltei uma gargalhada alta que foi também muito aliviadora para as minhas tensões. Ainda assim, eu não podia receber Lili de braços abertos como se ela nunca tivesse me magoado. Aquilo precisava de um novo início, um início correto.

[•••]

Lili Reinhart

— Que desgraçado! — gritei depois de entrar novamente na livraria.

— Parece que não teremos café para os clientes hoje, já que a donzela de nariz quebrado resolveu surtar. — Camila reclamou enquanto tentava secar o café do chão e catar os cacos do bule ao mesmo tempo.

— Eu nunca vi ele agir desse jeito. — Vanessa comentou, abaixando para começar a ajudar a Camila.

Respirei fundo algumas vezes para conter a minha raiva. Will foi até ali naquela manhã exigindo que eu o deixasse cumprir seu horário de trabalho. Quando eu praticamente esfreguei sua carta de demissão em seu rosto, ele começou a dizer coisas horríveis, como o fato de eu não conseguir flertar direito, ser lenta demais para encontros e ainda ressaltou que eu era ruim de cama.

"— Sinto pena dos próximos homens que irão dormir com você. Vai ser a coisa mais entediante que eles vão fazer na vida."

Depois dessas palavras, Vanessa e Camila se meteram na briga e gritaram com ele, enfiando seus poucos pertences de trabalho em uma caixa e o empurrando até a saída, deixando que eu finalizasse a expulsão com um bom chute em sua bunda. E outra vez ele me ameaçou sobre contatar os de cima, mas eu estava pouco me lixando.

O último passo foi tirar os dados de Will da folha de pagamento e logo depois pendurar em nossa vidraça a placa de "estamos contratando".

Tentei continuar sendo o mais gentil que sabia ser pelo resto do dia. Os clientes não tinham culpa do meu mal humor e nós precisávamos manter a boa reputação no atendimento. Foi complicado para nós três realizarmos algumas tarefas mais difíceis e que necessitavam de uma força física elevada, então nós só desistimos de tentar fazer tudo naquele dia e ir revezando durante a semana até termos mais um funcionário na equipe.

Como já era de costume, fiquei sozinha após o fim do horário comercial para fechar o caixa e organizar alguns últimos detalhes antes de sair.

— Tem certeza que não quer que uma de nós fique? O dia foi estressante pra você. — Camila sugeriu antes de pegar o seu casaco no cabideiro perto da porta.

Behind the Scenes ˢᵖʳᵒᵘˢᵉʰᵃʳᵗOnde histórias criam vida. Descubra agora