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Cole Sprouse

Aquilo parecia ser a coisa mais patética do mundo. Quem fazia uma surpresa daquele tipo no século XXI? E quem em sã consciência gostaria de ser presenteado com tamanho mico em público? Eu estava com vontade de rir, gargalharia se aquilo não fosse deixar tudo ainda mais constrangedor. Não que eu gostasse de Will, mas tinha que ter empatia pelo cara e ele já estava se humilhando o suficiente.

Quando ele pediu que Lili se aproximasse, eu pude notar a pitada de desespero que estava dentro dele. É claro que ele tentava controlar, mas não era imperceptível se prestasse atenção. Eu estava louco para ouvir quando ela dissesse um bom e sonoro NÃO para qualquer coisa que ele fosse pedir. Seria divertido. O pior de tudo era que o cara fez questão de que os clientes da livraria formassem uma plateia, algo que seria tido como um suicídio social por qualquer pessoa em suas perfeitas faculdades mentais.

Lili caminhou até ele devagar enquanto mexia nas mangas de seu suéter, puxando o tecido de maneira nervosa. Soube assim que ela olhou para mim que aquilo era uma coisa que ela estava odiando.

— Ei, Cole! — Vanessa parou ao meu lado e me chamou aos sussurros. — Isso não é lindo? — sorriu. — Digno de um filme de romance, uh?

— Seria um roteiro bem ruim. — sussurrei de volta.

O sorriso dela murchou e ela me olhou como se eu tivesse dito alguma coisa rude.

— Eu dei a ideia. — falou.

— Oh... — senti meu rosto esquentar. — Foi mal. Acho que homens pensam diferente sobre essas coisas.

— O Will gostou.

— Claro que sim. — soltei uma curta risada nasal.

— Shhh! Ele vai falar. — Vanessa me empurrou com o ombro e eu tenho certeza que ela só fez aquilo porque queria me bater.

Will tomou fôlego, segurou as mãos de Lili e sorriu para ela como se estivesse olhando para um prêmio que acabara de receber. Como sempre, ela era uma coisa para ele, algo parecido com um relógio de ouro recém-comprado que perde a graça e o valor com o tempo.

— Lili, eu resolvi que queria fazer isso aqui e diante dos nossos clientes mais fiéis porque é um local importante para nós. Nos conhecemos aqui, criamos laços, nos conectamos. Foi aqui que eu me apaixonei por você.

Baixo. Jogo baixo.

— Você é a garota mais incrível que já conheci e eu não imagino uma vida sem você. — seu joelho começou a dobrar e então ele ajoelhou como todos esperávamos que fizesse. — Quero começar um novo capítulo. Me sinto muito feliz por ter você e quero tê-la ainda mais. Sei que sou um homem de sorte apenas por te conhecer, mas me sentiria ainda mais sortudo e digno se você dissesse que quer ser a minha namorada.

Apelativo.

— Eu... — Lili olhou em volta para todas aquelas pessoas que olhavam com expectativas para os dois.

Os olhos dela pararam em mim e ela respirou fundo. Ela iria dizer não, eu sabia disso, ela sabia, estava mais do que claro o que Lili realmente queria desde que me beijou pela primeira vez no jardim do chalé.

— E tem mais! — Will aumentou seu tom de voz propositalmente para que ela voltasse a olhar para ele. — Somos tão compatíveis, não somos? Pense em como seria tranquilo e agradável termos uma relação juntos. Sem preocupações, sem surpresas porque você me conhece, sabe o que vai vir pela frente. Parece tão certo, uma coisa do destino.

Muito, muito apelativo.

— Quer ser minha namorada, Lili? — ele perguntou novamente de um jeito mais suplicante dessa vez.

Behind the Scenes ˢᵖʳᵒᵘˢᵉʰᵃʳᵗOnde histórias criam vida. Descubra agora