Capítulo 8

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Voltei para mesa onde se encontrava Lauren e Dinah. Lauren estava curvada sobre ela com o rosto concentrado, demonstrando competitividade. Dinah dava gritinhos e ria. Normani continuava desaparecida.

E ai? O que aconteceu? O que ela falou? - pergunta Dinah.

— Nada. Disse para ela não encher nosso saco. Ela foi embora. - Minha voz estava inexpressiva.

Ela não parecia estar furiosa quando foi embora - disse Lauren. - O que falou de deve ter funcionado.

— Estava esperando que a noite tivesse alguma emoção. - disse Dinah.

Estamos prontas para jogar? - perguntou Lauren.- Estou ficando com vontade de comer a pizza que vou ganhar.

Claro, se Normani resolver voltar - disse Dinah - Estou começando a achar que ela não vai com a nossa cara e fica sumindo. Estou começando a achar que é uma indireta.

Está brincando? Ela adora vocês - disse Lauren com entusiasmo demais - Ela só demora a ficar à vontade com gente nova. Vou procurá-la. Não saiam daqui.

— Sabe que eu vou matar você, não sabe? - digo para Dinah.

Ela ergue as mãos e dá um passo para trás.

Estava te fazendo um favor. Lauren está doida por você. Contei para ela que tem umas dez meninas te ligando todas as noites. Devia ter visto a cara dela. Mal conteve o ciúmes.

Grunhi.

É a lei da oferta e da procura. -  falou Dinah - Quem ia imaginar que estudar economia poderia ser útil?

Olhei para a porta do fliperama

Preciso de alguma coisa.

— Você precisa da Lauren.

— Não, preciso de açúcar. De muita açúcar. Preciso de algodão doce.

O que eu precisava mesmo era de uma borracha grande o suficiente para apagar todas as evidências da presença de Hailee em minha vida. Particularmente, daquele negócio de falar dentro da minha cabeça. Como ela fazia aquilo? E por que eu? A menos... Que eu tivesse imaginado aquilo. Como havia imaginado ter atropelado alguém com o carro da Dinah.

Bem que eu também gostaria de um pouquinho de açúcar - disse Dinah. - Vi
um vendedor perto da entrada do parque, quando entramos. Vou ficar aqui para que Normani e Lauren não ache que a gente fugiu e vc providencia o algodão doce.

Lá fora, refiz o caminho até a entrada, mas quando encontrei o vendedor de
algodão doce, me distrai com algo que estava um pouco mais à frente. O Arcanjo que aparecia acima da copa das árvores. Uma fileira de carros deslizou rapidamente sobre os trilhos iluminados e então mergulhou para fora da vista. Fiquei pensando por que Hailee queria se encontrar comigo.

Senti uma pontada no estômago, e provavelmente deveria ter levado isso em consideração, mas, apesar de minhas boas intenções, me peguei seguindo em frente, rumo ao Arcanjo.

Segui o fluxo da multidão, mantendo o olhar nos trilhos, que desenhavam círculo no céu. O vento havia mudado de frio para gelado, mas não era isso que fazia eu me sentir cada vez mais desconfortável. A sensação voltava. Aquela sensação gelada,perturbadora, de que alguém estava me observando.

Disfarçadamente, olhei para os dois lados. Nada de anormal na minha visão periférica. Girei 180 graus. Um pouco mais atrás, diante de uma pequena fileira de árvores, uma figura encapuzada se virou e desapareceu na escuridão.

Sussurro - Hailee Steinfeld/YouOnde histórias criam vida. Descubra agora