Eu moro com a minha mãe em uma antiga casa de fazenda, afastada do centro de Tarzana. A única residência mais afastada de outros vizinhos, que estão mais de um quilômetro e meio de distância. Atmosfera desse lugar é de assustar, parece sugar toda a neblina da costa e transplanta-la para o nosso quintal, parecia filme de terror com espíritos fugitivos perambulando.
Passei a noite plantada sentada na mesa da cozinha, na companhia do dever de álgebra e de Dora, nossa empregada. Mamãe trabalhava para uma empresa De leilões, naquela semana ela estava em nova York. O trabalho exigia que ela viajasse muito e ela pagava Dora para cozinhar e limpar, mas eu tinha certeza também que incluía Dora manter o olhar vigilante e maternal sobre mim.
— Como foi a escola? - Dora pergunta.
Ela estava diante da pia, tentando raspar os pedaços de lasanha grudados no fundo de uma travessa.
— Tenho uma nova parceira na turma de biologia.
— E isso é bom ou ruim?
— Dinah era minha antiga parceira.
— Hum, então é ruim.
Concordei com um suspiro.
— Fale de sua nova parceria, como ela é?
— Ela é alta, morena e desagradável.
E assustadoramente impenetrável. Os olhos de Hailee eram como órbitas negras. Que absorvia tudo e não devolvia nada. Não que eu quisesse saber mais sobre ela, se não gostei do que vi por fora, duvido que iria gostar do que havia lá no fundo.
O único porém é que isso não era verdade. Eu adorei o que vi. Ela tinha um corpo bem definido, ombros pouco Largo e relaxados, e um sorriso que era meio debochado e meio sedutor. Estava difícil convencer a mim mesma de que deveria ignorar algo que já estava começando a parecer irresistível.
As nove da noite, Dora termina o trabalho e tranca a porta ao sair. Pisquei duas vezes a luz da varanda para lhe dizer adeus e em resposta ela buzinou. Enfim sozinha em casa.
Estava ansiosa por causa do dever de biologia. Tinha dito a Hailee que não ligaria, e seis minutos atrás essa era realmente minha intenção. Mas agora tudo que penso é que não queria ter uma nota ruim, pelo menos era o que estava pensando ou tentando me enganar com esses pensamentos.
Fui para cozinha e peguei o telefone. Olhei para o que havia sobrado dos nove dígitos ainda marcados em minha mão. Secretamente, tinha esperança de que Hailee não atendesse minha ligação. Se caso ela recusasse a cooperar com o dever, teria uma boa prova contra ela e assim o professor mexeria na distribuição dos lugares. Pelo menos era o que esperava.
Hailee atende no terceiro toque.
— E aí?
— Estou ligando para ver se a gente poderia se encontrar hoje - digo tentando parecer o mais natural possível - Sei que você comentou que estaria ocupada, mas...
— S/n - Hailee pronuncia meu nome como se fosse o desfecho de uma piada. - achei que você não ligaria. Nunca.
Odiei ter de engolir minhas palavras. Odiei Hailee por esfregar aquilo na minha cara. Abri a boca na esperança de que saísse alguma frase inteligente.
— E então? Podemos nos encontrar ou não?
— Pelo jeito, não vai dar.
— Não vai dar ou você não quer?
— Estou no meio de um jogo de sinuca. - ouvi um sorriso implícito na fala dela. - um jogo de sinuca muito importante.
— Onde você está? - perguntei
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Sussurro - Hailee Steinfeld/You
Fanfic"Os olhos avelãs de Hailee eram como órbitas negras, que absorvia tudo e não devolvia nada... " "Estava difícil convencer a mim mesma de que deveria ignorar algo que já começava a parecer irresistível..." (Essa história é uma adaptação do livro de B...