Capítulo 2

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Eu moro com a minha mãe em uma antiga casa de fazenda, afastada do centro de Tarzana. A única residência mais afastada de outros vizinhos, que estão mais de um quilômetro e meio de distância. Atmosfera desse lugar é de assustar, parece sugar toda a neblina da costa e transplanta-la para o nosso quintal, parecia filme de terror com espíritos fugitivos perambulando.

Passei a noite plantada sentada na mesa da cozinha, na companhia do dever de álgebra e de Dora, nossa empregada. Mamãe trabalhava para uma empresa De leilões, naquela semana ela estava em nova York. O trabalho exigia que ela viajasse muito e ela pagava Dora para cozinhar e limpar, mas eu tinha certeza também que incluía Dora manter o olhar vigilante e maternal sobre mim.

Como foi a escola? - Dora pergunta.

Ela estava diante da pia, tentando raspar os pedaços de lasanha grudados no fundo de uma travessa.

Tenho uma nova parceira na turma de biologia.

— E isso é bom ou ruim?

Dinah era minha antiga parceira.

— Hum, então é ruim.

Concordei com um suspiro.

Fale de sua nova parceria, como ela é?

— Ela é alta, morena e desagradável.

E assustadoramente impenetrável. Os olhos de Hailee eram como órbitas negras. Que absorvia tudo e não devolvia nada. Não que eu quisesse saber mais sobre ela, se não gostei do que vi por fora, duvido que iria gostar do que havia lá no fundo.

O único porém é que isso não era verdade. Eu adorei o que vi. Ela tinha um corpo bem definido, ombros pouco Largo e relaxados, e um sorriso que era meio debochado e meio sedutor. Estava difícil convencer a mim mesma de que deveria ignorar algo que já estava começando a parecer irresistível.

As nove da noite, Dora termina o trabalho e tranca a porta ao sair. Pisquei duas vezes a luz da varanda para lhe dizer adeus e em resposta ela buzinou. Enfim sozinha em casa.

Estava ansiosa por causa do dever de biologia. Tinha dito a Hailee que não ligaria, e seis minutos atrás essa era realmente minha intenção. Mas agora tudo que penso é que não queria ter uma nota ruim, pelo menos era o que estava pensando ou tentando me enganar com esses pensamentos.

Fui para cozinha e peguei o telefone. Olhei para o que havia sobrado dos nove dígitos ainda marcados em minha mão. Secretamente, tinha esperança de que Hailee não atendesse minha ligação. Se caso ela recusasse a cooperar com o dever, teria uma boa prova contra ela e assim o professor mexeria na distribuição dos lugares. Pelo menos era o que esperava.

Hailee atende no terceiro toque.

E aí?

— Estou ligando para ver se a gente poderia se encontrar hoje - digo tentando parecer o mais natural possível - Sei que você comentou que estaria ocupada, mas...

S/n - Hailee pronuncia meu nome como se fosse o desfecho de uma piada. - achei que você não ligaria. Nunca.

Odiei ter de engolir minhas palavras. Odiei Hailee por esfregar aquilo na minha cara. Abri a boca na esperança de que saísse alguma frase inteligente.

E então? Podemos nos encontrar ou não?

— Pelo jeito, não vai dar.

Não vai dar ou você não quer?

— Estou no meio de um jogo de sinuca. - ouvi um sorriso implícito na fala dela. - um jogo de sinuca muito importante.

Onde você está? - perguntei

Sussurro - Hailee Steinfeld/YouOnde histórias criam vida. Descubra agora