Capítulo 16

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Dinah estava apoiada no meu armário, rabiscando no gesso com uma caneta roxa.

— Oi - disse, quando não havia mais ninguém entre nós no corredor - Por onde andou? Procurei por você pela escola toda.

— Eu tinha um encontro com a Srta. Lovato, a nova psicóloga da escola - falei com muita naturalidade.

Mas por dentro carregava um sentimento de vazio e insegurança. Não conseguia parar de pensar que Lauren tinha invadido a minha casa. O que a impediria de repetir a dose? Ou de fazer algo pior?

— O que aconteceu? - perguntou Dinah.

Usei a combinação para abrir a tranca do armário e troquei os livros.

— Você sabe quanto custa um bom sistema de alarme?

— Sem querer ofender, querida, ninguém vai querer roubar seu carro.

Fuzilei Dinah com olhar.

— Para a minha casa. Quero ter certeza de que Lauren não vai conseguir entrar de novo.

Dinah olhou em volta e limpou a garganta.

O que foi? - perguntei.

Ela ergueu as mãos.

Nada.Nada mesmo. Se você ainda quer botar a culpa disso na Lauren... é um direito seu. Um direito maluco, mas, puxa vida, é um direito seu.

Bati a porta do armário, e a pancada ecoou pelo corredor. Reprimi a vontade de dizer que dentre todas as pessoas do mundo, era ela quem deveria acreditar em mim. Em vez disso falei:

Vou para biblioteca e estou com um pouco de pressa.

Saímos do prédio e atravessamos o terreno que nos separava do estacionamento. Parei subitamente. Olhei em volta, em busca do Fiat, então lembrei que minha mãe havia me deixado na escola no caminho para o trabalho naquela manhã. E, com o braço quebrado, Dinah não estava dirigindo.

Droga - disse ela, lendo meus pensamentos. - Estamos sem carro.

Acho que isso quer dizer que vamos ter que andar.

— Nós não, querida. Você. Eu até iria, mas meu limite de visitas à biblioteca é de uma vez por semana.

Você ainda não foi a biblioteca esta semana - lembrei-a.

— É. Mas talvez precise ir lá amanhã.

— Amanhã é quinta. Alguma vez na vida você já estudou em uma quinta feira?

Dinah pensou por um momento.

Já estudei em alguma quarta?

— Não que eu lembre.

— Está vendo? Não posso ir. Seria quebrar uma tradição.

[...]

T

rinta minutos depois, subi os degraus que levavam à porta principal da biblioteca. La dentro, coloquei o dever de casa de lado e fui diretamente ao laboratório de informática, onde vasculhei a internet na tentativa de encontrar mais informações sobre "O Enforcamento em Carrollton". Não achei muitas notícias. A princípio houve muito alarde, mas depois que o bilhete suicida apareceu e Lauren foi liberada não houve mais nada dito.

Eu precisava ir até lá, não descobriria muito mais peneirando matérias jornalísticas em arquivos, mas talvez tivesse mais sorte fazendo trabalho de campo lá.

Sussurro - Hailee Steinfeld/YouOnde histórias criam vida. Descubra agora