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Pov Gun
Não tinha como eu não me sentir mal agora que estava ciente do que estava acontecendo. Eu não conseguia entender a gravidade da coisa, não tinha levado a sério a ameaça que estava naquele bilhete, na verdade, eu facilmente me esquecia dele. Aquilo ainda não parecia ser minha vida.
O Off me explicou tudo com muita calma enquanto eu chorava abraçado nele. A polícia desconfiava que tinha alguém infiltrado próximo a equipe ou o próprio assassino estava entregando as informações pra mídia. Pela forma como surgiram publicações anônimas nos provocando e com a foto do meu irmão, a ideia mais provável era de que o assassino estava maquinando tudo aquilo. Por algum motivo, ele queria que todos soubessem o que estava acontecendo. A polícia ainda não tinha conseguido combinar as digitais encontradas com o banco de dados, tudo parecia um quebra cabeça feito pra confundir. Depois de tudo, resolvi cooperar, mesmo sem ter muito o que contar.
Meu irmão aparentemente era uma pessoa comum, nunca deu sinais de que havia alguma coisa de errado. Nós não tínhamos contato com nosso pai e nossa mãe havia morrido em um acidente quando eu era pequeno demais pra me lembrar. Tudo o que eu sabia, o Leo tinha me contado.
Depois de me acalmar, o Off tinha me levado pro quarto e me garantido que podia dormir tranquilo porque ele estaria ali vigiando. Era bom saber disso, mas não conseguia nem fechar os olhos. Ver que ele tinha postado uma foto nossa de quando estávamos no shopping, me fez sentir vigiado. Conseguia sentir sua presença em todos os cantos, isso estava me deixando agitado e com uma puta dor de cabeça.
Levantei e voltei pra sala. O Off continuava trabalhando, agora com uma nova garrafa de Whisky do lado. Isso me deixava apreensivo, não gostava do fato dele beber tanto. Esses poucos dias que nos conhecemos, não consigo contar quantas garrafas ele já bebeu. - Vi a expressão dura que ele mantinha no rosto e fui até ele.
– Off? - Sentei ao seu lado.
– Não consegue dormir? - Ele me olhou e eu balancei a cabeça. - Eu disse que não precisa ficar assustado aqui.
– Eu sei, mas agora fico me sentindo sozinho lá no quarto. Parece que ele está em todos os cantos. - Olhei pras mãos constrangido por estar sentindo tanto medo.
– Vamos. - Ele envolveu minha mão com a sua e levantou me puxando de leve. Apenas fui atrás dele.
Ele tirou os sapatos, deitou na cama e abriu os braços com um sorriso travesso. Ri dele, deitei do seu lado e apoiei a cabeça timidamente no seu braço. Ouvi um barulho como uma risada presa e o senti me puxar pra perto. De repente todo seu corpo parecia me envolver. Minha cabeça estava em seu peito, seus braços a minha volta e uma de suas pernas, em cima da minha. Meu coração batia rápido, quase conseguia escutar ecoando pelo quarto.
– Vou ficar com você até conseguir dormir.
– Você não vai dormir? - Perguntei baixinho.
– Não sei. Eu não consigo dormir muito bem, então durmo o menos possível. - Tentei levantar a cabeça e ele me apertou de leve impedindo meu movimento.
– Desculpa pelo que fiz você passar até agora.
– Não. A culpa foi minha. Eu não sei lidar com isso. Queria fazer você confiar em mim, mas fiz tudo pelas suas costas. - Ele se mexeu incomodado e afrouxou o abraço.
– Eu confio em você agora. Obrigada por cuidar de mim. - Apertei meus braços em volta dele e fechei meus olhos.
Em um silêncio confortável, lentamente senti o sono tomar conta e finalmente adormeci nos seus braços.
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Dying for love
FanficApós a morte misteriosa de seu irmão, e sofrer uma ameaça direta, Gun Atthaphan é forçado a mudar toda sua vida e entrar em um programa de proteção. Off Jumpol, detetive de crimes violentos, é designado a investigar os mistérios de um assassinato se...