Capítulo 4

155 16 5
                                    


-------------- ○ --------------


Pov Gun


A primeira coisa que eu percebi quando acordei, foi que aquele não era o quarto do Off. Me espreguicei e comecei a olhar em volta tentando lembrar de alguma coisa que me desse sinais de onde eu estava. Não sabia como tinha ido parar ali. A última coisa que eu me lembro foi de ter entrado no carro com o Off, me aconchegado e então... Mais nada.

Levantei ainda sonolento e pude ver que ainda estava com as roupas de ontem. Ao lado da cama estavam duas malas enormes e algumas sacolas de lojas que fomos no dia anterior. Franzi o cenho achando aquilo tudo estranho e resolvi procurar pelo Off. Abri uma porta e dei de cara com um banheiro enorme. Havia um chuveiro e uma banheira, em cima da pia tinham todos os produtos que dava pra imaginar. Desde produtos de cabelo até cuidados com a pele. Fechei a porta novamente e fui em direção a outra. Saí numa sala espaçosa e bem decorada. Segui em frente e logo pude sentir um cheiro bom vindo de uma porta entreaberta.

– Off? - Chamei baixo enquanto abria a porta e entrava na cozinha.

– Oi Gun, bom dia! - Ele me olhou com um sorriso sem mostrar os dentes e voltou a cozinhar.

– Onde nós estamos? Você me trouxe pra dentro? - Me aproximei dele e peguei um pedaço de manga cortada em cima da bancada.

– Parece que a Milk conseguiu essa casa pra gente e achou melhor virmos direto ontem. Você está se sentindo bem? Tem remédios pra ressaca no banheiro. - Ele me olhou de lado e eu assenti voltando em direção ao quarto.

Foi de repente que me dei conta do que ele tinha acabado de falar e voltei correndo pra cozinha.

– Peraí, como assim a Milk arrumou essa casa pra gente? Off, do que você tá falando? - Comecei a sentir meu coração acelerar e fui em direção a janela pra olhar lá fora. - Off, onde nós estamos? - Ouvi ele suspirar alto e desligar o fogo.

– Gun, eu preciso que você se acalme e me escute. - Me virei pra ele sentindo a raiva e a frustração tomar conta de mim.

– Vocês me trouxeram pra cá sem me contar? - Botei as mãos na cabeça e puxei lentamente os cabelos.

– Gun, calma. Você não tá entendendo nada! Eu já tinha te falado que a gente ia se mudar, lembra? Nós conversamos sobre isso... Eu também não sabia que seria agora, a Milk só me contou ontem. - Ele agora andava devagar em minha direção, suas mãos estavam erguidas como se quisesse me mostrar que não ia me machucar.

– Não, Off. Nós não tínhamos conversado sobre isso. Ontem você não me falou nada de mudar. Onde está meu celular? Preciso falar com a Milk. - Off abaixou a cabeça e passou a mão no rosto tentando pensar. - Off, cadê meu celular?

– Gun, eu não posso te dar. Ele nem mesmo está comigo. - Fechei as mãos em punhos e avancei em direção a ele.

– Vocês estão me prendendo, Detetive? Ou vocês estão me sequestrando? - Ele me olhou assustado. Seus olhos estavam levemente arregalados e sua boca entreaberta. - O que foi aquilo tudo ontem? Eu confiei em você!

– Gun, nós podemos conversar? Por favor! Eu sei que você vai entender quando eu explicar, só preciso que você se acalme e me ouça. - Bati nas mãos que ele tentava botar em meus ombros e me esquivei.

– Eu não quero conversar, Detetive. Eu não quero explicações. Você devia ter falado tudo o que tem pra falar, ontem! Devia ter sido claro e me contado que ia me trazer pra porra do fim do mundo! - Balancei a cabeça frustrado. - Eu não quero nem olhar pra sua cara agora. Não acredito que teve coragem de me enganar. - Eu o vi fechar os olhos e ficar em silêncio. Aquilo me doeu. Virei as costas e fui pisando duro para o quarto.

Dying for loveOnde histórias criam vida. Descubra agora