Verdades

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Pov. Sheilla
O que ela está fazendo aqui?
Essa pergunta rodeava minha cabeça assim que ouvi a voz de Gabriela, e piorou quando vi em seu olhar a expressão de dúvida em seu rosto, tudo ficou em câmera lenta quando ela se sentou em minha frente ao lado de Fátima.

___ Sheilla essa é minha filha Gabriela - espera filha?  ___ Gabriela essa é Sheilla, esposa de Marianne - ela diz e sinto Mariane pegar minha mão esquerda e colocar sobre a mesa, eu estava em estado de choque e sem reação, mas ainda acompanhava o olhar confuso de Gabriela pregado no pedaço de metal que mostrava minha maior derrota.

___ Não sabia que era casada - ela diz após alguns segundos e aquela pergunta era para mim.

___ Te disse no dia que assinamos o contrato - Marianne diz.

___ É mesmo... Eu sou distraída - ela diz e posso ver em seu olhar a decepção voltada para mim.

___ Então Sheilla - Fátima tirando minha atenção de Gabriela ___ Em que área atua? - ela pergunta.

___ Ela é dona de casa - Marianne diz ___ eu administro e ela cuida, não é querida? - Marianne diz me dando um beijo no rosto, me esquivo e olho de relance para Gabriela que olhava a cena paralisada.

___ é ótimo ter a vocação para cuidar de um lar - Fátima diz ___ Eu nunca tive esse dom - ela diz sorrindo.

___ Sheilla nunca ficou em uma área específica, não e amor? - Mariane diz pegando novamente em minha mão, ato que não passou despercebido por Gabriela que respirou fundo ainda olhando para nós duas.

___ Sim - eu digo baixo, tentando não olhar para a mulher a minha frente.

___ Senhora, posso começar a servir?

___ Claro - Fátima diz sorrindo ___ Está muito calada - ela diz olhando para mulher.

___ O que gostaria de ouvir mãe - Gabriela diz ácida.

___ Muitos contratos pra fechar? - Marianne pergunta.

___ Ahh... Sim, mas recebi uma proposta para voltar para São Paulo - espera voltar para São Paulo?

___ Isso é ótimo... Quer dizer é uma pena que Minas perca uma arquiteta maravilhosa, mas que seja uma grande oportunidade - Marianne diz.

___ Por que voltar para São Paulo? - Fátima diz.

___ Não tem mais nada que me segure aqui - ela diz olhando para mim e consigo sentir  raiva em seus olhos.

___ Com licença - a governanta diz entrando acompanhada por mais duas mulheres com um prato em cada mão.

A mulher colocou o prato em minha frente e a última coisa que eu tinha vontade agora era de comer, na verdade meu estômago estava embrulhado sentindo que a qualquer momento eu iria jogar tudo pra fora.

___ Pode levar o meu por favor, eu estou sem apetite - Gabriela diz assim que o prato  é colocado a sua frente.

___ Gabriela... - Fátima diz.

___ Não estou com fome - ela diz olhando para mãe.

___ Eu vou ao toalete - ela diz se levantando.

Pov. Gabriela
Levanto com pressa da mesa, como assim ela é casada, como assim ela não é só minha, como ela teve a coragem de mentir para mim... Se entregar para mim e depois voltar para casa como se nada tivesse acontecido.

Saio da sala de jantar rápido correndo pelo corredor em direção ao lavabo da sala principal, entro perdida:

___ ela é casada... - digo isso pela primeira vez em voz alta ___ ela mentiu - digo sentindo as primeiras lágrimas caírem, seguro o choro o máximo que posso mas é incontrolável, me sento no chão de frente para pia e me permito chorar de verdade segurando ao máximo meus soluços.

___ Gabriela? - ouço uma leve batida na porta.

___ Já vou Ceci- digo limpando meu rosto com as costas das mãos.

Me levanto e passo uma água no rosto para tentar disfarçar meu choro.
Pego meu celular no bolso de trás da calça e ligo para Rosa:

G: Vem me buscar?
R: O que aconteceu?
G: So me busca, por favor?
R: Tô indo

Desligo a chamada e dou o sorriso mais falso que consigo para o espelho:

___ Você só precisa sair daqui - eu digo para o meu reflexo.

Volto para a sala de jantar e todas ainda jantavam:

___ Preciso ir... - digo e encontro o olhar de minha mae em mim ___ combinei de sair com Lorenne - eu digo e Sheilla olha para mim, eu sabia que Sheilla tinha ciúmes de Lorenne e nesse momento eu queria atingir ela de qualquer jeito.

___ Boa noite - eu digo saindo sem escutar o que minha mãe ou Marianne diziam.

Saio da casa segurando as lágrimas e vou em direção a porta principal, saio pelo portão e corro para a calçada da casa.

Pov. Sheila
Ver Gabriela com legrimas nos olhos por minha culpa me quebrou por inteira, e pior ver ela saindo me mostrou que essa pode ser a última vez que ela olhou para mim:

___ Eu preciso ir ao toalete, com licença - eu digo e sinto Marianne apertar minha mão por baixo da mesa.

Me levanto e corro para saída daquela casa e encontro Gabriela na calçada olhando para os lados:

___ Gabriela... - eu chamo e ela não se mexe.

___ Gabriela - me aproximo e tento encostar nela.

___ Vai pro inferno - ela esbraveja se afastando ___ Não chega perto de mim, não dirija a palavra a mim - ela diz apontando o dedo em meu rosto.

___ Vamos conversar... - eu digo tentando não chorar.

___ Conversar? Sheilla, você quer conversar... Sobre o que? Seu casamento? Sua esposa... - ela diz amarga ___ perfeita..., vai Sheilla me diz...

___ Eu não...

Somos impedidas por uma luz de um carro estacionando:

___ Nunca mais me procure - Gabriela diz se afastando para abrir a porta, ela entra e eu não tenho coragem de fazer absolutamente nada para impedir ela de ir, só vejo o carro ir embora, levando Gabriela junto.

It's match - SheibiOnde histórias criam vida. Descubra agora