Justiça

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- Marianne tá presa e a Sheilla sumida...eu não sei você, mas tô ficando preocupada Thaisa - Carol aparece em meu escritório de surpresa.

- Eu sei onde ela está Carol, fique tranquila.

- Onde ela tá? - a aflição era palpável.

- Com a Gabriela - solto simples - ela está tomando um tempo pra se curar...

- Quem melhor que as amigas para ajudarem ela - ela diz se levantando

- Calma, senta aí - me adianto - Talvez a mulher com quem ela deve mais explicações? Sheila está bem e Marianne presa - me levanto me espreguiçando de leve -E eu vou voltar a dormir em paz

- Foi você? não foi?

- Eu o que?

- Denunciou Marianne

- Foi

- Isso foi incrível e corajoso - ela diz se levantando

- Marianne precisava saber que não é só ela que é esperta no mundo... E com dinheiro também

- quero que me conte essa história direito mocinha

- Vamos esperar ela acabar primeiro - digo me servindo de uma dose de uísque.

Denunciar Marianne não foi a parte difícil, encontrar provas também não, agora saber o próximo passo dela é a pior parte do plano que bolei pra salvar minha melhor amiga, nunca confiei em Marianne, nunca aprovei esse relacionamento, mas Sheila sempre disse que estava segura e mesmo eu sabendo todo o fundo de verdade dessa loucura, não podia simplesmente arrastar ela pra fora da vida que ela idealizou com aquele monstro, ajudar a libertar uma das pessoas que eu mais amo no mundo é a maior coisa que já fiz em toda minha vida e com certeza vou até o fim para isso, Marianne pode achar que está por cima, mas eu Thaisa vou mostrar o quão fundo pode ser a cova que ela mesma cavou pra ela.

Pov. Sheila

Abri os olhos lentamente, sentindo o calor do corpo de Gabriela ao meu lado. Seu braço estava ao redor de mim, protetor e reconfortante. Por um momento, me permiti apenas sentir. Era estranho estar assim, sem aquela sombra de Marianne pairando sobre mim.

Eu me levantei cuidadosamente, tentando não acordar Gabriela. Minha mente ainda estava processando tudo, e o silêncio da casa me dava um tempo para organizar os pensamentos. Marianne presa. Aquilo parecia surreal, mas também... Libertador.

Me aproximei da janela, observando o movimento lento da rua. Mesmo com a prisão dela, eu sabia que os fantasmas não desapareceriam tão rápido. Marianne sempre teve um jeito de se infiltrar em tudo, como uma sombra difícil de sacudir,Mas agora, pela primeira vez em tanto tempo, senti uma fagulha de esperança. Um futuro sem ela.

Gabriela estava sendo minha rocha, mas eu sabia que não podia me apoiar nela para sempre. Precisava começar a ser minha própria fortaleza. Eu passei tanto tempo me escondendo, com medo de enfrentar as consequências, que esqueci quem eu era antes de tudo isso, Antes de Marianne. E agora, com esse novo começo, tinha que redescobrir isso.

Quando voltei ao quarto, Gabriela estava acordada, seus olhos me observando atentamente, como se ela soubesse o que se passava na minha mente.

- Bom dia - sussurrei, sentindo uma leveza que há muito tempo não experimentava.

- Bom dia - ela respondeu, com um sorriso suave.

- Como você está? - Hesitei por um momento, tentando encontrar a resposta certa.

- Diferente. Mais leve, eu acho.Ela sorriu e estendeu a mão, puxando-me para perto.

- Você merece isso. Merece paz - Eu a abracei, permitindo-me absorver suas palavras.

Mas no fundo, eu sabia que a paz completa ainda estava distante. Marianne sempre encontrou uma maneira de ressurgir. Mesmo presa, eu sabia que ela não era alguém que aceitaria a derrota tão facilmente.

- E se ela voltar? - Pergunto aflita

- Aí é minha vez de ir presa... Brincadeira

- Nem de brincadeira - Digo dando um tapinha de leve em sei braço.

- Se Marianne voltar vamos estar juntas e ela não vai te tirar de mim - Ela diz isso olhando em meus olhos me transmitindo segurança e amor.

A beijo e faço um pedido aos céus, que Marianne não seja mais um problema.

- Eu preciso resolver algumas coisas hoje. Ela diz colocando as mãos suavemente em minha cintura - minha demissão... Procurar projetos novo

- Você já não estava satisfeita - Lembro de uma de nossas primeiras conversas.

- Agora de saber da índole de minha mãe e de quem a cerca, não quero mesmo contato

- Você é uma arquiteta incrível, vai conseguir muitos projetos assim - Estalo os dedos em sua frente.

- Ah é? E um beijo? Eu consigo assim também -Ela diz rindo estalando os dedos na minha frente.

- Claro que sim - Junto nossos lábios e Marianne já não é mais algo que paira a minha mente.

Pov. Thaisa

- Visita pra você Xuxa - O guarda grita da porta da cela.

- Quem é? - pergunto com ódio

- Eu vou saber - ele diz ríspido - Isso aqui não é hotel não madame.

Me aproximo da grade da cela enquanto ele abre o grande cadeado enferrujado, como tudo que me cerca nesse inferno.

- Não vejo a hora de te jogar na jaula com as leoas - ele pegando meu braço com força - as meninas adoram uma agressora... Vão fazer a festa com você  - ele diz rindo.

O corredor era grande, gelado e mofado, as roupas eram desconfortáveis e também fedidas, o que me deixava ainda mais estressada, a porta enferrujada e pesada deve ser para a sala de visitas íntimas, eu vou matar meu advogado assim que o vê-lo.

A porta é aberta e eu já estava pronta para acabar com ele e mandar ele me soltar imediatamente, mas paro ao ver a mulher sentada a poucos metros de mim.

- O que você tá fazendo aqui?

- Vim ver a sua ruína querida - a mulher diz se divertindo.

- Vai se foder Thaisa - eu grito - acha que eu vou ficar aqui? Eu tenho dinheiro - falo com mais raiva - Daqui a pouco Sheila tá comigo de novo.

- Pra isso você vai ter que passar por cima de mim primeiro e posso garantir Marianne que não vou deixar barato

- Sheila vai retirar a queixa - eu digo - ela não tem nada, não tem dinheiro, nome, nem emprego aquela vagabunda tem - solto e sinto um tapa em meu rosto, tento revidar, mas sinto mãos pesadas me colocando sentada novamente na cadeira a frente da mulher.

- Sheila não vai retirar a queixa... Por que não foi ela que fez - ela diz e fico confusa - quem te denunciou fui eu bobinha - ela diz como se falasse com uma criança - E vou fazer questão de te deixar aqui apodrecendo - ela diz se levantando.

- Muito obrigada Senhor - ela diz para o guarda que ainda me segurava - lembra do nosso combinado - ela diz e o homem concorda com a cabeça.

- Ótimo... Marianne foi tão bom te ver - ela diz ironica - que pena que vai ser a última - ela diz antes de sair da sala.

Sou levada de volta a cela ainda com mais brutalidade, o homem me leva para o mesmo corredor, mas não me deixa na minha cela.

- Você passou minha cela - eu digo e ele me ignora.

- Sua cela mudou... Você tava muito caladinha - ele diz andando mais alguns metros e parando em uma cela com mais ou menos 8 mulheres.

- Olá meninas - ela diz atraindo a atenção de todas - olha o que eu trouxe pra vocês - ela diz abrindo a grades da cela - Gosta de bater em mulher, acredita? - ele me joga dentro da cela.

Me levanto e me seguro nas grades

- Espero que goste da cela das justiceiras - ele diz saindo.

A lágrima que escorre por minha bochecha veio um pouco antes da primeiro soco.

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