Pov. Gabriela
Chego na empresa de meus pais e vou direto ao elevador, indo para a sala de meus pais, vou em passos duros até o local, tomando coragem para dizer o que precisava e forças para não parecer fraca aos olhos de minha mãe, paro em frente a porta de madeira escura e bato duas vezes, ouço a permissão para entrar:
- Gabriela? Finalmente voltou para o trabalho - ela diz.
- vou ser direta, quero minha demissão - eu digo aguardando o chilique.
- Demissão - ela diz rindo - como é que se demite da sua empresa, dos seus negócios... Da sua herança - ela questiona se levantando.
- Nada aqui é meu, nada aqui nunca me pertenceu e nunca pertencerá... Conheci sua índole a pouco tempo, já conhecia, mas agora vi a verdade e não quero mais vínculo com isso - eu digo firme olhando em seus olhos.
- Tudo que eu fiz por você - ela diz se aproximando - não queria que você sofresse...
- desse jeito? Mãe, você acabou comigo de várias formas, pra mostrar o seu controle sobre mim... Mostrar que mandava em mim... Pra que? Olha como estamos agora...
- Pra você ser alguém - ela diz com lágrimas nos olhos - você nunca foi ambiciosa, não sei se foi o fato de nascer rica que te deixou assim, mas via que você não se importava, então achei que sendo dura com você as coisas fossem se ajeitar...
- Não funcionou, você só me magoou - eu digo já chorando também - não quero mais vínculo a empresa, só quero paz e por favor... Sem gracinhas ou armações
- Estou desistindo de você Gabriela- ela diz amargurada - Viva sua vida como você quer viver, mas...
- Sem mas, era só isso - eu digo enxugando as lágrimas para sair da sala - eu ligo para o meu pai mais tarde e envie tudo por email - estava quase abrindo a porta - Ah e mais uma coisa boa sorte com Nathalia... Cuidado pra não perder o trono - digo saindo da sala.
O alívio que estava sentindo não conseguia sobressair a tristeza que eu estava sentindo, passei anos tentando chamar a atenção de minha mãe, mostrar minhas qualidades, mas nada que eu faça vai fazer Fátima Guimarães me admirar, agora depois de tudo sua aprovação ou admiração não me parecem mais tão essências assim.
Saio do prédio, dispensando os itens deixados em minha sala naquele local, vou até minha moto parada em frente ao prédio, arranco dali indo para casa.
No caminho passo por um local e lembro automaticamente de Sheilla, paro a moto em frente ao local e desço sendo recepcionada pelo segurança:
- Boa tarde - eu digo segurando o capacete na mão direita ajeitando meu cabelo - Por favor, preciso de algumas informações - digo
para o senhor.
Pov. Marianne
- Da um jeito de me tirar aqui - digo com dificuldade por conta dos machucados em meu rosto.
- Marianne a situação é delicada - o homem engravatado diz passando a mão em seu rosto - É uma denuncia complicada, tem provas e...
- E o que Roberto? - Pergunto tentando segurar a raiva que crescia dentro de mim.
- Marianne você tá quebrada... Olha seu estado - ela diz - antes você mandava em mim quando me pagava... Agora preciso de minhas garantinhas
- Você vai ter seu pagamento quando me tira daqui - digo sentindo a dor em meu rosto por conta dos hematomas.
- Vamos aguardar o julgamento - ele diz se levanto e saindo.
Volto para a cela e entro em silêncio, não posso mais conviver com outras detentas por conta do risco de ser morta, as justiceiras querem me matar e as outras não aceitaram meu suborno e acabaram contando para as outras que quase me mataram, mas é temporario eu tenho certeza.
Pov. Sheilla
- Amor - Ouço a voz de Gabriela e me ânimo automaticamente.
Saio do quarto e vejo ela deixando o capacete em cima da mesinha no hall de entrada.
- Você aceita dividir esse teto com uma desempregada? - não consigo resistir ao bico formado em seus lábios e dou um selinho demorado.
- Será? - brinco e sinto suas mãos em minhas cintura.
- Diz que sim - sinto seus lábios em meu pescoço - A Gente pode comer na Rosa... Melhor a gente pode comer um dia na Thaisa, outro na Carol, quam sabe na casa da Pri e depois volta pra casa da Rosa - dou risada do jeito bobo dela e suspiro sentindo mais beijos naquela região sensível.
- Pensando por esse lado - ela levanta o olhar e percebo requisios de tristeza nos pares de olhos - Como você está? -
- Ah meu bem... Tô meia sei lá - ela diz - Ela não me odeia, mas também não age como uma mãe... Não há nada que eu possa fazer - ela diz se aproximando para um abraço.
- Ela parece ser difícil - digo apertando um pouquinho mais nosso abraço.
- Muito, eu tô errada de desistir? - ela me pergunta se afastando um pouco
- Você não está desistindo amor, você está lutando com as suas próprias armas e isso é incrível.
- Obrigada amo - ela diz me dando um selinho delicado - Ah... Eu tenho uma coisa pra você.
- O que? - não escondo a curiosidade.
Ela pega um Pepel dobrado no bolso de trás de sua calça jeans:
- Desculpa amor, mas de moto é complicado levar um papel - ela diz envergonhada e eu sorrio.
Ela me entrega e eu abro rapidamente querendo saber do que se trata:
- Você pode recomeçar por aqui - ela diz insegura.
O papel que na verdade era um panfleto de uma universidade de direto bem conhecida aqui em Belo Horizonte, no panfleto estava uma data para provas de vestibular e o início das aulas, não consigo conter a emoção e noto meus olhos marejando de leve.
- Não é uma matrícula porque não estava com seus documentos, mas podemos voltar lá mais tarde, você pode conhecer o campus ou tentar ou...
A interrompo com um beijo apaixonado, queria mostrar nesse beijo todo meu amor e gratidão, pelo cuidado, carinho e paixão que Gabriela tem por mim:
- Ou podemos ver outra - ela diz de olhos fechado e um sorrisinho em seus lábios.
- Eu te amo - eu solto.
- Eu também te amo - ela diz e Gabriela Guimarães se depender de mim você terá alguém que te admira por muito tempo, eu aceito essa vaga e ocupo ela com prazer.
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It's match - Sheibi
Roman d'amourUm simples desafio bobo de amigas conseguiu virar de cabeça para baixo a vida de Sheilla, uma mulher presa com um casamento fracassado. Mas qual o desafio? Simples conseguir um simples Match no Tinder. •Fanfic Sheibi•