02- Misty, o bar. Pink, a "caipira".

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Lee escutou barulhos no corredor e já caminhou de lado até a cama, pegou de dentro da bolsa uma arma e a colocou por dentro da toalha em suas costas, levou os braços ao lado do corpo e assim que estava em pose de defesa ele viu a porta abrir com tudo, lá estava a senhorinha de cabelos quase brancos, ela sorriu dócil e sem graça não conseguindo deixar de passar os olhos pelo homem.

–Oh querido... Desculpe, eu não sabia que já estava até mesmo usando o quarto...

–Não faz mal, Senhorita Adeline... Mas, o que te faz vir aqui?

–Ah sim... Oh Deus, o que era?

Lee sorriu ladino vendo a senhora ficar perdida não só em pensamentos, mas também levando o olhar pelo quarto para desviar do rapaz, ele logo cruzou os braços na frente do corpo e assim a senhorinha sorriu animada, voltando a falar:

–Ah! Lembrei-me, eu vim verificar se o quarto estava de acordo com o que deseja e oferecer para ti o panfletinho da cidade, tem alguns contatos, endereços, nomes... A cidade parece que é pequena mas na verdade é até que... —A velhinha encarou Minho, descendo os olhos por ele ate a área do quadril— É grandinho... Grandinha, isso... Bem, tome aqui meu querido!

Ela entregou o panfleto e Lee o pegou, assim sorrindo ladino quando olhou para baixo e percebeu que na verdade a mulher tentava o analisar, apenas fez uma expressão mais séria que antes e assim se manteve firme:

–O quarto é bom, estou feliz com ele... Mas preciso me trocar, pode me dar licença? Ah e obrigado, pelo panfleto.

–Oh claro, está nu... Por favor, se arrume e aproveite tudo, tchauzinho, meu bem.

A velha saiu pela porta a fechando, Lee foi até lá e trancou dessa vez, se virando de volta ao quarto o rapaz riu sarcástico enquanto apenas encarava o folheto, havia um mapa em sua capa, Minho observou a imagem por alguns segundos, mas logo apenas ignorou-o deixando sobre a cama junto da roupa, tirou a arma da toalha e a jogou junto do papel. Logo ele tirou a toalha sem fazer questão de se encarar mais um segundo no espelho, apenas pegou a box e vestiu, logo a calça jeans escura e camisa, como ainda estava calor descartou a ideia de usar uma blusa, ou jaqueta, apenas se virou e jogou seu corpo contra a cama, assim caindo sentado na tal, Lee suspirou coçando a cabeça com a outra toalha que pegara, os fios se bagunçavam com o toque rude do tecido que esfregava. Com fios desarrumados o homem revirou os olhos até os fechar e se deitou na cama em um movimento bruto, o colchão chacoalhou com seu ato, a água dentro dele se movía fazendo Lee odiar o colchão, mas ainda assim se manteve ali, deitado.

–Que porra de lugar, merda!

Lee Know estava chateado consigo mesmo, irritado na verdade, tamanho era o ódio de ter pensado em parar e abastecer numa cidade ao meio do nada como esta, mas apenas aceitava que não havia volta. Minho se sentou novamente e olhou pela janela, vendo o apartamento ao lado, parecia um ótimo lugar mesmo que tivesse as escadarias ao lado, talvez fosse uma boa passar noites em algum dos quartos de lá, mesmo que escondido. Mas descartou essa ideia, já tinha muito com o que se preocupar, não queria mais algo. Olhando para fora chutou um horário qualquer antes mesmo de pegar o celular que estava sobre o colchão, assim viu que estava certo, já marcavam 14:23, um horário bem próximo do qual pensara.

–O que eu faço aqui nessa cidade!?

Murmurou em voz alta enquanto tentava pensar em algo, afinal para ele os dias eram sempre típicos, uma moto e a estrada por horas, ou talvez apenas caminhadas por bancos e coisas do tipo, nunca era algo do dia a dia comum, sempre em um bairro diferente, cidade diferente, estado e assim vai. Minho era o típico cara misterioso, ou melhor, típico não, já que ninguém o conhecia para sequer descobrir algo além de nome falso e números temporários.

Riders- (Lee Minho/Lee Know)Onde histórias criam vida. Descubra agora