03- "Volte sempre".

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Lilith não tardou para se sentar, não ao lado, mas perto de Minho, estando também no sofá ela levou um dos braços até o encosto estofado de vermelho vívido e cruzou as pernas enquanto encarava os olhos esguios e atentos como de águia. A taça foi tomada pelos lábios femininos que abriram uma fresta para o líquido passar, assim os dedos delicados afastaram o recipiente de vidro da face da moça que fechou os olhos enquanto engolia a quantia de álcool em sua boca. A taça estava sobre a mesa agora, a mancha do batom feminino fez Lee fixar seus olhos no vídeo antes de enfim se voltar á Pink, que agora o olhava com um pequeno sorriso ladino.

–Vamos la, Lee Know, este não deve ser seu nome, mas se não falou o real é porque tem seus motivos, não é?

–Exatamente.

–Então isso eu não vou perguntar... Mas vamos prosseguir, me conte sobre você, de onde vem por exemplo.

–Bem, eu estava vindo do centro de Arkansas.

E indo para onde? Tenho certeza que seu destino não era este.

–Texas, realmente não planejei parar aqui.

–Ouch quantas respostas curtas e diretas, por acaso é alguém com experiência em mentir?

Lee franziu o cenho, a mulher o lia o tempo todo, estava observando cada reação dele e até mesmo a sua postura corporal.

–Não se preocupe, não estou te chamando de mentiroso, só foi uma forma de caçoar de ti... Bem, poucos param aqui, sua moto deve ter dado problemas sérios para ainda estar aqui.

–Como sabe que tenho uma moto?

–Bem, quer que eu especifique? Vamos lá!... Você tem a postura exata de quem acabou de descer de uma moto, é arrogante e parece trapaceiro exatamente como os motoqueiros que ficam por aí como se não tivessem mais nada na vida que não seja bebida, você usa roupas que são perfeitas para cortar vento e para conforto, você está com um chaveiro de moto pendurado no seu quadril, por baixo dessa camisa e da jaqueta, sem falar que isso é uma cidade de vibe de interior e eu sou a dona do ponto mais badalado da cidade, acha mesmo que eu não ficaria sabendo?

Minho estava mudo, por alguns segundos se viu tão estranhamente atraído por ela que acabou por sorrir ladino vendo a forma astuta como a mulher reagia a tudo. Mas sinceramente ele estava assutado com como ela foi incrível em decifrar todo ele em questão de 15 ou 20 minutos entre a chegada dela e o atual momento. Ela havia mesmo percebido até o chaveiro, teria percebido a arma também?

–Bem, fora que você tem um olhar agitado e bem ágil, isso é bem fácil de notar e inclusive é atraente, deve ser por isso que a Nanda estava comentando tanto de ti.

–Nanda?... Obrigado, eu acho...

–Sim, a garçonete e barista, de cabelos cacheados.

–Ah sim... Bem, você parece ter notado tanto sobre mim que não acho que sobrou muito o que eu falar!

–Não em relação á sua moto, sei até quais pelas precisa comprar... Mas eu quero entender o que um cara que carrega uma arma nas costas está fazendo aqui no meu bar... Acho justo!

Com um sorriso maldoso, Pink ergueu uma sombrancelha ao ver que Lee arregalou de forma mínima —mas notável— os olhos. Como ela podia saber? Não havia como ter visto, ainda mais contando com a jaqueta por cima.

–E como pode ter certeza se tenho uma arma?

–Ah acredite, não acha realmente que sou uma garotinha caipira, acha?

Riders- (Lee Minho/Lee Know)Onde histórias criam vida. Descubra agora