12: O Mundo Inferior

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Faz alguns meses desde que estou vivendo em São Petersburgo. Estou trabalhando em uma cafeteria, afinal tenho que me ocupar com alguma coisa. Minha relação com todos é bem limitada, acho que eu não quero me envolver em mais amizades que podem acabar bem mal. Quando eu não estou trabalhando, geralmente escrevo, leio e assisto séries. Tenho pensado sobre Percy, Annabeth e Grover, consegui descobrir que eles cumpriram a missão e salvaram o olimpo. A única pergunta é: quanto tempo essa paz vai durar? O que me faz pensar instantaneamente em Luke, eu realmente tento odiá-lo, mas eu não consigo. Eu sinto falta dele a cada minuto que passa e acho que se ele aparecesse na minha porta agora me pedindo para me juntar a ele eu o faria.

E mais uma vez me encontro presa naquela profecia: você sofrerá assolação desde sua origem: era verdade cada pequeno detalhe da minha vida me trouxe a esse exato momento, a ruína, mesmo que eu não ache que esse seja o fim de tudo. O abandono do meu pai, o desinteresse da minha mãe, a morte de Thalia, descobrir que fui destinada a devastação, as decisões de Luke.... Trairá aquele que refere-se como irmão: Eu não tenho certeza dessa parte ainda, mas acho que deve ter algo a ver com Percy, ele é o único que tratei como um irmão. E no final perderá a pessoa que mais lhe importa: Eu acho que essa parte se refere ao meu afastamento do Luke, mas ainda não tenho certeza, ainda não acho que tenha chegado no final da minha história, sinto que ainda falta algo nesse quebra-cabeça e eu vou descobrir o que é.

Hoje é meu dia de folga e resolvi fazer algo que estava pendente há um longo tempo, fazer uma visitinha ao meu pai: Hades! Era simples, eu só tinha que viajar pelas sombras até o mundo inferior, facinho!

Juntei minhas coisas em uma mochila e comecei a viagem, foi tudo muito rápido quando me dei conta, estava no mundo inferior. Essa viagem foi na verdade um pouco desgastante. Me encontrei na frente da fortaleza de Hades, entrei no castelo e vi esqueletos de soldados olhando para mim, logo que me viram fizeram algum tipo de cumprimento que não entendi, eu apenas retribui. Quando adentrei o castelo pude finalmente ver meu pai em seu trono me olhando com um olhar diferente de todos que eu já havia recebido, era como se tivéssemos um entendimento mútuo ou algo do tipo. Mas ele tinha algo de diferente, eu não conseguia descrever se aquilo era sarcasmo, maldade ou até curiosidade!

— Pietra Lewis, minha querida filha! - disse o Deus, finalmente sorrindo.

— Hades! - falei.

— Se prefere me chamar assim tudo bem! - disse Hades dando um suspiro - Qual o motivo de você estar aqui afinal?

— Eu tenho coisas a esclarecer! - respondi.

— Pergunte! - disse ele.

— Naquele dia, no dia em que... Thalia morreu. As fúrias vieram atrás de nós, mas elas só obedecem a você, por que você as enviaria para me matar? - perguntei.

— Eu não enviei elas para te matar Pietra e você sabe muito bem disso, o alvo era Thalia. - respondeu ele simples.

— Por que? - gritei, aquela sensação de compreendimento entre nós dois desaparecendo - Ela era minha amiga!

— Amizades só te deixam fraca Pietra, não foi isso que aconteceu com o ladrão de raios? - perguntou Hades e eu o olhei impressionada - Oh, sim eu sei sobre o seu caso com Luke Castellan, decepcionante se me permite dizer!

— Você não respondeu a minha pergunta, por que matar Thalia? - perguntei.

— Você sabe muito bem o porquê Pietra. Além dessa ser uma ótima lição para você, eu sempre tive uma rivalidade com meus irmãos, Thalia era um meio de deixar Zeus no mínimo abalado! Agora... tenho certeza de que essas não são suas únicas perguntas, criança!

— São na verdade, não preciso saber de mais nada! - respondi.

— Não precisa ou não quer? - perguntou o Deus me fitando.

— Não quero! - respondi.

— Mas precisa! - contrariou o Deus - Vamos por partes: Não te assumi como minha filha antes porque o olimpo tem medo de você Pietra, tem algo que o oráculo não te contou ainda! O seu caso com o ladrão de raios foi escrito a muito tempo atrás, vocês dois estão destinados a destruir o Olimpo, ou a vocês mesmos no processo. E ter uma filha que se aliasse ao meu pai não estava nos meus planos.

— Então você sente ódio de mim, que novidade!

— Ódio não Pietra, nem orgulho, eu diria um meio termo! Você está destinada a grandes coisas, mas eu não deixaria que você acabasse comigo no processo. Porém não vou interferir pois sou um grande defensor do "ou destruírão a vocês mesmos no processo".

— Você tem medo de mim! Medo do que eu posso me tornar! - falei em um tom mais alto do que o normal, tentando me controlar.

— Cuide como você fala comigo, quer saber a verdade Pietra. Então é isso que você vai ter, você é parecida comigo, talvez até demais! E eu não gosto do rumo que a sua história pode tomar, isso é realmente uma decepção para mim, não que você se importe com isso! Mas me escute bem, no final você vai acabar sozinha, esse é o seu destino, a solidão!

— Bom, esse destino você já teve não é! Aqui preso nesse inferno de lugar! - contrariei.

— Ah querida, se você acha que isso daqui é um purgatório, espere até ver o que te espera!

— Eu não preciso escutar mais nada vindo de você! - falei saindo do lugar e me teleportando para uma ponte em São Petersburgo. 

A Filha de Hades e o Ladrão de RaiosOnde histórias criam vida. Descubra agora